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Publicado em 19/05/2016 as 9:42pm

Brasileiro relata abandono em cadeia de imigração em Bristol

Rogério afirma que alguns dos presos estão há meses sem receber visitas ou apoio de igrejas

Dois meses preso em uma cadeia de imigração no Condado de Bristol, Massachusetts, foram o suficiente para Rogério Martins, mineiro de Belo Horizonte, percebesse a solidão vivida por compatriotas que também estavam no local. Em uma entrevista ao Brazilian Times, ele relatou que presenciou pessoas chorando ás vésperas da deportação ou por não ter uma pessoa para visitá-lo e dar apoio.

Ele, que mora nos Estados Unidos há 10 anos e trabalha em uma companhia de roof (telhado), disse que sua prisão aconteceu depois de seu nome entrar para os registros dos tribunais por paradas no trânsito. “Durante este tempo que vivo aqui já fui parado 20 vezes por pequenas infrações, tal como fazer uma manobra errada, estacionar de forma indevida, entre outras”, disse ele.

Em relação à sua prisão, que aconteceu há pouco mais de dois meses, Rogério explica que era na parte da manhã e estava atrás de sua camionete. “Os agentes chegaram até mim e pelo que entendi, pegaram meu nome através dos registros e como viram que eu não tinha carteira de motorista dos Estados Unidos, checaram o meu histórico e se eu estava legal no país”, explicou.

Eles levaram o brasileiro e o colocaram em um local parecido como um ginásio onde havia vários beliches e outros imigrantes. “Além de mim tinha mais cinco brasileiros com os quais fiz amizade e pude presenciar o sofrimento de cada um”, disse ressaltando que um deles chorava porque já estava com a carta de deportação e deixaria para trás a esposa e três filhos. “Outros porque iriam perder tudo que construíram em anos de trabalho árduo e honesto”, continuou.

Mas Rogério cita como mais preocupante a falta de apoio para estes presos, pois em dois meses ele viu a representação do consulado apenas uma vez e nenhum ativista ou líder religioso manteve uma presença frequente no local. “Lá tinha brasileiro que desde a sua prisão não recebeu uma visita se quer”, fala indagando onde estão as pessoas que se dizem defensores dos direitos dos imigrantes.

Para a sorte de Rogério, que compareceu a quatro cortes de imigrante durante a sua prisão, o juiz permitiu que ele respondesse o processo em liberdade. “Isso foi muito bom para mim, pois como tudo vai demorar, a lei me permite solicitar Work Permit e Social Security”, disse o mineiro que mora sozinho e foi solto há duas semanas.

Rogério salienta que é muito importante a visita aos presos, pois eles estão em um local fechado, sozinhos e carentes por uma palavra de apoio. “Graças a Deus eu recebi a visita do pastor Alexandre que me deu muita força espiritual e acredito que foram as orações dele e da igreja que me deram a oportunidade de lutar pela minha legalização”, disse.

Além da solidão, os brasileiros comem uma comida considerada fraca e sem tempero. “Os guardas serviam um tipo de papinha e ás vezes arroz com salsicha e raramente feijão”, disse ressaltando que as entidades ou igrejas deveriam se preocupar com isso. “É tão bom receber a visita de alguém, receber apoio moral e espiritual e bolachas e lanches diferentes”, continuou.

Fonte: braziliantimes.com

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