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Publicado em 22/07/2016 as 2:00pm

Com crise, isenção de visto está mais difícil, diz novo embaixador nos EUA

A eliminação de vistos é, no momento, mais difícil, porque eles têm um critério de nível de rejeição de pedido de visto abaixo de 3%.

Indicado pelo presidente interino, Michel Temer, para assumir a Embaixada do Brasil em Washington —um dos dois postos mais importantes da diplomacia brasileira no exterior, ao lado de Buenos Aires— Sérgio Amaral, 72, diz que o Brasil está hoje mais distante de fechar um acordo de isenção de vistos com os EUA.

O motivo? A crise econômica. "Se antes já era difícil conseguir a isenção de vistos, agora essa dificuldade é maior", disse à Folha.

Segundo o embaixador, que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio no governo Fernando Henrique Cardoso (1995¬2002), com a crise, mais pessoas tentam ir para os EUA trabalhar e mais vistos são negados, aumentando a taxa de rejeição do país

Ele afirma que a principal mudança política para os EUA é a restauração da confiança. “Durante um bom tempo, houve um processo pendular das relações. Talvez nós tenhamos atingido agora o momento de maturidade da relação, em que não há mais razão para desconfianças. Não temos mais relação de dependência. Existem muitas oportunidades e caberá aos dois lados levar adiante os projetos. A participação do setor privado é muito importante, porque eles identificam melhor quais são essas oportunidades. Mas há projetos andando muito devagar, como a comissão [bilateral] de Educação, que não se reúne desde 2013, como também ocorre com o chamado diálogo global, que reúne os ministros de relações exteriores”, disse

Para ele, o que atrapalhou a confiança foi o fato de as relações com os EUA não serem consideradas uma prioridade. “Um exemplo é que a lotação da embaixada em Washington caiu de 23 diplomatas para 16. Claramente os governos anteriores, dentro de uma política mais geral de afinidade ideológica, não privilegiaram as relações com os EUA. O resultado é que não tivemos com os EUA nos últimos anos projetos mais importantes como tivemos com a Europa, a China. O ministro José Serra (Relações Exteriores) já disse que negociará barreiras não tarifárias com os EUA”, acrescenta.

É possível fazer com que o Brasil avance no programa de isenção de vistos para os EUA?

A eliminação de vistos é, no momento, mais difícil, porque eles têm um critério de nível de rejeição de pedido de visto abaixo de 3%. A gente já passou dos 3% ultimamente por causa da situação econômica

Na medida em que a situação econômica se deteriora, mais pessoas querem trabalhar nos EUA, e aí a imigração americana é mais rigorosa. Sendo mais rigorosa, há um percentual maior de vistos negados. Se antes já era difícil conseguir a isenção de vistos, agora essa dificuldade é maior. Há projetos que têm mais potencial de sair em curto prazo, como o "global entry" [que facilita a entrada de viajantes frequentes], a liberalização do comércio de carnes, os acordos de facilitação de comércio e o "Open Skies" [que liberaliza as rotas aéreas].

Fonte: braziliantimes.com

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