Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 19/09/2016 as 6:00pm

Menino capixaba volta ao Brasil após ficar quatro meses detido nos Estados Unidos

Rhian Carlos Viana de Paula, de 12 anos, tentou entrar ilegalmente no país com o pai e acabou sendo levado para um abrigo de imigrantes em Chicago

Após quatro meses detido pela imigração dos Estados Unidos em um abrigo em Chicago, o menino Rhian Carlos Viana de Paula, de 12 anos, voltou para o Brasil nesta quarta-feira (14). O adolescente, que mora com a família no interior de Barra de São Francisco, região noroeste do Espírito Santo, chegou ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, por volta das 8h30, onde foi recepcionado pela mãe, pai e irmão.

Rhian havia partido para os Estados Unidos com o pai, o lavrador Alécio Soares de Paulo, em maio deste ano. A expectativa era que Alécio conseguisse um emprego em território americano para melhorar as condições financeiras da família, que estava passando por dificuldades, em virtude da seca que vem castigando o Espírito Santo. Já o menino, que está no sexto ano do ensino fundamental, se matricularia em uma escola do país, onde daria sequência a seus estudos.

O lavrador já havia tentado entrar no país em 2003, mas também acabou sendo deportado. Dessa vez ele decidiu ir com o filho, imaginando que teria a entrada facilitada, por estar acompanhado de um menor. 

"Alguns amigos nossos tinham conseguido entrar nos Estados Unidos com crianças e ele decidiu fazer o mesmo. Só que a intenção dele não era usar o Rhian para conseguir entrar no país, mas juntar o útil ao agradável. Enquanto ele iria trabalhar para juntar dinheiro, o menino iria estudar em uma escola americana, onde o nível de ensino é muito superior ao do Brasil", disse a mãe de Rhian, Elizângela Viana, que está no Rio de Janeiro com o filho e os demais familiares.

No entanto, os planos da família foram por água abaixo quando o departamento de imigração norte-americano barrou a entrada de pai e filho no país. "No dia em que eles chegaram, ficaram sabendo que o governo americano não estava deixando entrar ninguém que já tinha sido deportado antes, mesmo se a pessoa estivesse acompanhada de um menor", contou Elizângela.

Alécio foi deportado e retornou ao Brasil no mês passado. Já Rhian foi encaminhado para um abrigo de crianças e adolescentes, na cidade de Chicago, onde ficou sob os cuidados do consulado brasileiro nos Estados Unidos. De acordo com Elizângela, a permanência de Rhian nos Estados Unidos foi escolha do próprio garoto, para que ele não voltasse ao Brasil como deportado. 

"Quando ele e o pai foram pegos pela imigração, foi oferecida ao meu filho a oportunidade de regularizar o passaporte dele, para que não ficasse como deportado, o que poderia dificultar futuramente ele conseguir o visto. Ele aceitou o acordo e, por isso foi mandado para o abrigo, já que ele precisaria participar de uma audiência. Essa audiência só aconteceu no dia 11 de agosto e, depois disso, a juíza autorizou a volta dele para o Brasil. Só que ele acabou ficando por lá mais um mês, por problemas com o consulado", lamentou.

Elizângela conta que, durante os quatro meses em que Rhian ficou no abrigo, foi muito bem tratado e, em momento algum, se sentiu preso no local. Inclusive o menino conseguia manter contato com a família, por telefone, toda semana.

"Ele foi tratado com muito carinho e não ficava trancado em casa o dia todo. Ia para o cinema, passeava em parques e em diversos outros lugares, mas sempre com a presença de alguém para tomar conta. Ele fez muitas amizades lá e aprendeu a falar espanhol fluentemente, por causa do convívio com os outros imigrantes. As pessoas lá viam ele como um exemplo para as outras crianças, porque ele é muito maduro, ajuizado. Apesar de todos os problemas, foi uma experiência válida. Ele tinha o sonho de conhecer os Estados Unidos", ressaltou.

Mesmo considerando a experiência positiva, a mãe admite que se arrepende de ter deixado o menino seguir para o exterior com o pai e garante que, se o menino decidir voltar aos Estados Unidos, tentará ir por meios legais. "Realmente não vale a pena se arriscar, a família vale muito mais. Mas que sirva de lição para que não aconteça de novo", destacou.

A família permaneceu no Rio de Janeiro até a noite de sexta-feira (16), quando embarcou de volta para o Espírito Santo.

Fonte: Da redação

Top News