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Publicado em 17/02/2017 as 2:21pm

Imigrantes se arriscam e perdem os dedos ao tentar cruzar fronteira dos EUA

Foi em Emerson, na Província de Manitoba, que os ganenses Seidu Mohammed e Razak Iyal foram parar em dezembro do ano passado, após enfrentar o frio intenso na travessia sobre a neve profunda que normalmente cobre a região nesta época do ano.

Da redação

Imigrantes se arriscam e perdem os dedos ao tentar cruzar fronteira dos EUA. Cada vez mais imigrantes ilegais estão cruzando a fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá em busca de asilo. O fenômeno foi notado especialmente em Emerson, pequena cidade do sul canadense, que está tendo de lidar com a chegada de refugiados que correram sério risco de morte nessa jornada.

Foi em Emerson, na Província de Manitoba, que os ganenses Seidu Mohammed e Razak Iyal foram parar em dezembro do ano passado, após enfrentar o frio intenso na travessia sobre a neve profunda que normalmente cobre a região nesta época do ano.

Os dois haviam se conhecido apenas algumas horas antes em uma estação de ônibus de Minneapolis. Ambos iriam ser deportados de volta para Gana, na África, após terem seus status de refugiado negado nos Estados Unidos.
Eles haviam ouvido de outros refugiados e expatriados africanos que, se conseguissem entrar no Canadá, teriam uma nova chance de pedir asilo.

Para isso, o caminho seria conseguir chegar à fronteira saindo de Minneápolis em direção a Grand Forks, na Dakota do Norte, e seguir adiante evitando patrulhas até chegar a solo canadense. Ali, deveriam entregar-se às autoridades e solicitar asilo.

Iyal e Mohammed decidiram fazer o trajeto juntos. Eles pagaram US$ 200 (R$ 640) cada um para que um motorista de táxi os deixasse perto do país vizinho. Depois, andaram pela beira da estrada até estarem perto da fronteira.
“Foi quando vimos uma grande fazenda coberta por neve. A luz da fronteira estava longe, mas conseguíamos enxergá-la”, lembra-se Iyal.

Eles logo perderam suas luvas em meio à neve. O ventou levou o boné que Mohammed usava. “O vento era muito frio e, com ele, vinha neve em nossos rostos. Não conseguíamos enxergar nada.”

Quando voltaram à estrada, já em Manitoba, no Canadá, suas mãos haviam congelado. Eles sequer podiam usá-las para pegar o celular do bolso e ligar para as autoridades. Mohammed também não conseguia abrir os olhos.
Os únicos veículos na estrada, naquela madrugada de Natal, eram caminhões de carga que transportavam mercadorias entre os dois países. Muitos passavam direto por eles, até que um parou para os ajudar.

Agora, estão sendo tratados uma unidade especializada em queimaduras de um hospital de Winnipeg. Os dois tiveram dedos amputados por causa do frio, por causa da travessia de dez horas.

Sua história chamou atenção para um fenômeno que não é novo, mas que está se intensificando nos últimos anos.
Foi registrado um número recorde de pessoas que fizeram essa travessia na faixa próxima a Emerson nas últimas semanas. E isso não vem ocorrendo apenas em Manitoba, mas também nas Províncias de Quebec e British Columbia.

Em Manitoba, a pequena cidade rural de Emerson, com 700 habitantes, é o principal polo. Tomado por fazendas, o município fica a 625 km de Minneápolis, onde está a maior população somali da América do Norte.

A fama da cidade se espalhou pela comunidade de expatriados africanos e latinos nos Estados Unidos.
“Sempre tivemos pessoas cruzando a fronteira. Mas, no passado, elas normalmente estavam fugindo da polícia americana”, diz Greg Janzen, responsável por comandar uma reunião de emergência realizada em Emerson para tranquilizar os moradores.

Mais recentemente, esse fluxo passou a ser composto em sua maioria por refugiados, principalmente da Somália, mas também de Gana, Djibouti e Etiópia. A maioria deles teve seu pedido de asilo negado nos Estados Unidos.

Fonte: Brazilian Times

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