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Publicado em 13/01/2012 as 12:00am

Brasileiros contam como é ser caminhoneiro nos EUA

Brasileiros contam como é ser caminhoneiro nos EUA

Horas ao volante, muitas vezes passando dias longe da família, atenção redobrada na estrada e muita disposição para trabalhar. Essa é a rotina dos caminhoneiros brasileiros em Massachusetts, e mesmo não sendo uma profissão tão comum entre os imigrantes, ganha cada vez mais adeptos.

Gilberto da Silva, natural de Ipatinga (MG), residente em Peabody (MA) há 15 anos, começou na profissão em 1989, ainda no Brasil, e tal atividade permitiu que ele conhecesse todos os estados brasileiros. Gilberto contou que para ser motorista de caminhão, basta ter uma carteira de motorista classe D de Massachusetts válida no caso de dirigir caminhões pequenos. Já quem pretende dirigir carretas é necessário uma carteira especial, a CDL classe ‘A’. “Não é fácil tirar a CDL ‘A’, são sete provas, horas de direção e o processo todo pode custar até U$ 8 mil doláres, mas quem possuiu uma dessas licenças também é mais bem remunerado”, explicou.

Segundo Gilberto ser caminhoneiro nos EUA é muito mais seguro que no Brasil, mas é no inverno que os riscos aumentam, porque as estradas ficam cheias de neve, o que aumenta a possibilidade do caminhão deslizar. “O tempo de frenagem de um caminhão é diferente de um carro de passeio. Muitas vezes os motoristas não respeitam o espaço de segurança do caminhão, e cruzam na nossa frente, por isso é preciso estar sempre atento”, disse.

Gilberto tem uma jornada semanal de 40 horas, dirige carretas pelo estado de Massachusetts, e ganha em média U$ 1.500 por semana. Ele explicou que o mínimo que um caminhoneiro pode ganhar por hora é U$ 22,00 e que a variação do salário geralmente é combinada com o patrão.

Dono de frota de caminhão, Luciano Gonçalves, natural de Afonso Cláudio (ES), residente há 11 anos em Malden (MA) começou na profissão há quatro anos, e em 2008 comprou o primeiro caminhão. Hoje é dono de uma frota de 18 veículos. A empresa de Luciano faz entregas em todo o país, trabalha com 35 empresas, e segundo ele até hoje o ramo de entregas não viu crise econômica. “Não vimos crise, os negócios vão muito bem, meu maior desafio é lidar com as pessoas, tanto funcionários quanto clientes, no mais não tenho do que me queixar”, contou.

Segundo Luciano, para ser caminhoneiro não é preciso muito, apenas muita vontade de trabalhar, pois o serviço exige muito esforço físico. Ele explicou que para quem dirige caminhão pequeno, o salário é em média de U$ 700,00 por semana e para carreta U$ 1.400,00.

Davenir Costa, natural de Rio Branco (AC), residente há 10 anos em Revere (MA) já fez de tudo um pouco na vida, até piloto de avião já foi, mas há três anos trocou os aviões por caminhões. “Não acho a profissão difícil, mas tem que ter muita atenção ao dirigir. Minha maior preocupação é com a fiscalização rigorosa da polícia, que muitas vezes nos param por horas e checam cada detalhe do caminhão, atrasando a entrega da carga”, comentou.

“Minha escala é de seis dias na semana, trabalho em média 60 horas e ganho U$ 700,00. Mês que vem vou dar entrada no processo para tirar CDL A, assim dobrarei meu salário. Penso que na vida temos sempre que buscar o melhor e é isso que eu estou fazendo”, explicou Davenir.

Para ele o melhor momento do trabalho é quando dirige na estrada, enquanto isso escuta uma boa música e pensa na família.“Claro que tem coisas que não gosto, mas no geral tenho muita satisfação em fazer o que faço, é um trabalho tranquilo, apesar das cobranças”, contou.

Davenir disse que certa vez uma frase no para-choque de um caminhão o fez refletir, “Atrás de uma bola rolando tem sempre uma criança procurando por ela”. Tal dizer chamou a atenção do caminhoneiro para que ele tivesse mais atenção ao dirigir e valorizasse uma carreira de viagens e descobertas.

Fonte: (por Larissa Gomes)

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