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Publicado em 27/04/2012 as 12:00am

PREDADORES DO NOSSO FUTURO

PREDADORES DO NOSSO FUTURO

É surpreendente o número de crianças desaparecidas por ação dos criminosos. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos calcula que no país cerca de 800 mil são declaradas desaparecidas a cada ano. Algo preocupante. Em 25 de maio de 1979, o  menino Etan Patz, 6,  sumiu quando  se dirigia à escola em New York, sensibilizando de tal modo o ex-presidente Ronald Reagan que decretou aquela data como o “Dia Internacional das Crianças Desaparecidas”. Recentemente, o FBI  retomou as investigaões por surgirem novas pistas num porão de Manhattan, próximo a residência da família.

E, no Brasil,  aproximadamente 40 mil crianças por ano têm igual destino. O sequestro de Carlinhos, por exemplo,  há quase 39 anos, é ferida  não cicatrizada na sociedade brasileira.

Relembrando o doloroso episódio,  tudo começou dia 2 de agosto de 1973, numa quinta-feira chuvosa, na Rua Alice, 1.606, bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro.  Carlos Ramires da Costa, 10,  usando apenas bermuda azul-marinho, assistia  a novela  global “Cavalo de Aço” junto de sua mãe, Maria da Conceição Ramires Costa,  e dos irmãos, Vera Lúcia, 15, Carmen Leonor, 14, Eduardo, 13, e João Júnior, 11. Lá pelas 20h35m, a luz apagou. Todos pensaram  tratar-se de  um “black-out”, mas se enganaram. De repente, adentrou na sala   um sujeito de camisa vermelha,  lenço no rosto e revólver em punho. Por quê os cães de guarda, Negrinho, Claise e Suzi, não o  hostilizaram quando abriu o portão da frente e desligou a caixa de luz? Provavelmente porque ele já era conhecido dos animais. Ou seja, alguém ligado à família.

 “Quero o menor deles” - disse o   bandido se referindo às crianças.

Logo agarrou Carlinhos pelo braço.

 “Mamãe, não deixa ele me levar!” – clamava o  garoto desesperado.

Após  deixar o bilhete com as instruções do  resgate (Cr$ 100 mil) e trancar  os demais no banheiro, arrastou o menino para fora, atravessou a rua e embrenhou-se num matagal das proximidades.

João Mello da Costa não  demorou a chegar em casa e, ao  saber do sequestro do filho,  seguiu a trilha do sequestrador sem conseguir alcançá-lo.

Daí em diante, foram especulações em cima de especulações - muitos suspeitos; mútuas acusações entre os pais; trotes; mentiras; “sósias” tentando se passar pela criança; ossadas; tentativa de radiestesista holandês que nada apurou e  amontoados de contradições. Até o padre Guilherme Lago Castro, de Macaé, Rio de Janeiro, “entrou na fita”   por causa da confissão de um lavrador sobre o sequestro. Entretanto, em acidente automobilístico, o sacerdote morreu levando  consigo tais informações.

Muitos questionaram: Este seria o crime perfeito?  Sherlock Holmes, célebre detetive de Conan Doyle,   afirmou que “crime perfeito não existe e sim investigação imperfeita”. Para comprovar isso, os constantes equívocos da polícia  e o sensacionalismo da imprensa da época pesaram como principais responsáveis pelo fracasso das investigações.

Periodicamente, o retrato de Carlinhos, atualizado por  meios eletrônicos,  ainda figura nos meios de comunicação na  expectativa de aparecer algum vestígio.

Outro  enigma ocorreu dia 3 de maio de 2007 em Portugal.  A inglesa Madeleine McCann, 4, estava de férias  nas dependências do Ocean Club, Praia da Luz, Algarve, quando  desapareceu do quarto onde dormia com seus dois irmãos. Depois de intensas buscas durante 14 meses, o Ministério Público português decidiu arquivar o  caso por falta de provas. Agora, a Scotland Yard pediu reabertura das investigações dizendo que existe possibilidade da pequena Maddie estar viva.

Segundo estatísticas, 8 milhões de crianças desaparecem a cada ano no planeta, e 1,2 milhão são vendidas de forma desumana para adoção ilegal, pedofilia,  doação de órgãos, serviço escravo, prática de roubos e venda de drogas.   Qual a espectativa de um futuro  promissor se ele  está sendo destruído tragicamente? Para conter essa devastação, os governos necessitam intensificar políticas mais  auteras de proteção à criança, estratégias internacionais e cooperação entre os países. Somente desse jeito, com o comprometimento mundial, terão condições de lutar pela preservação do que há de mais precioso na vida –  um filho!

Fonte: Mauricio Mendes

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