Um cidadão dos Estados Unidos de 20 anos foi preso na quarta-feira (16) na Flórida após uma abordagem de trânsito que revelou não uma infração grave, mas sim um mal-entendido alarmante sobre sua cidadania. Juan Carlos Lopez-Gomez, nascido na Geórgia, foi detido por um policial que o classificou erroneamente como um "imigrante indocumentado", em parte por ele ter inglês limitado. Juan era passageiro de um veículo que foi parado por trafegar a 78 milhas por hora em uma estrada com limite de 65 mph. Durante a abordagem, o policial registrou em boletim que ele teria admitido viver "ilegalmente" no país. No entanto, a verdade é que ele nasceu em Grady County, Geórgia, e apenas passou parte da infância, entre os 1 e 4 anos, vivendo no México — o que explica seu inglês limitado. Apesar disso, Juan foi levado à cadeia do Condado de Leon como se fosse um imigrante em situação irregular. Na audiência realizada na quinta-feira (17), a juíza LaShawn Riggans recebeu a certidão de nascimento apresentada pela defesa. Em um gesto simbólico, ela segurou o documento contra a luz e confirmou sua autenticidade: “Olhando pra isso, sentindo, segurando contra a luz, a Corte pode ver claramente a marca d’água que mostra que é um documento autêntico”, declarou. Apesar da comprovação de sua cidadania, Lopez-Gomez permaneceu preso porque o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE) solicitou sua detenção por mais 48 horas. A juíza alegou que, diante da ordem do ICE, não tinha jurisdição …
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Cidadão dos EUA é preso na Flórida após policial questionar sua cidadania por dificuldade com o inglês

Um cidadão dos Estados Unidos de 20 anos foi preso na quarta-feira (16) na Flórida após uma abordagem de trânsito que revelou não uma infração grave, mas sim um mal-entendido alarmante sobre sua cidadania. Juan Carlos Lopez-Gomez, nascido na Geórgia, foi detido por um policial que o classificou erroneamente como um “imigrante indocumentado”, em parte por ele ter inglês limitado.
Juan era passageiro de um veículo que foi parado por trafegar a 78 milhas por hora em uma estrada com limite de 65 mph. Durante a abordagem, o policial registrou em boletim que ele teria admitido viver “ilegalmente” no país. No entanto, a verdade é que ele nasceu em Grady County, Geórgia, e apenas passou parte da infância, entre os 1 e 4 anos, vivendo no México — o que explica seu inglês limitado.
Apesar disso, Juan foi levado à cadeia do Condado de Leon como se fosse um imigrante em situação irregular.
Na audiência realizada na quinta-feira (17), a juíza LaShawn Riggans recebeu a certidão de nascimento apresentada pela defesa. Em um gesto simbólico, ela segurou o documento contra a luz e confirmou sua autenticidade: “Olhando pra isso, sentindo, segurando contra a luz, a Corte pode ver claramente a marca d’água que mostra que é um documento autêntico”, declarou.
Apesar da comprovação de sua cidadania, Lopez-Gomez permaneceu preso porque o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE) solicitou sua detenção por mais 48 horas. A juíza alegou que, diante da ordem do ICE, não tinha jurisdição para liberá-lo.
A mãe do jovem, Sebastiana Gomez-Perez, acompanhou a audiência virtualmente e chorou ao ver o filho preso. Esta foi a segunda vez que ele foi preso na mesma semana. No domingo anterior, Juan havia sido detido sob acusação de dirigir embriagado. Na ocasião, ele também foi retido a pedido do ICE, mas acabou liberado após a família apresentar sua certidão de nascimento e número de Seguro Social.
A situação reacendeu críticas contra a lei anti-imigrante SB 4-C, sancionada pelo governador Ron DeSantis em 14 de fevereiro. A legislação permite que forças policiais estaduais e locais atuem diretamente na detenção de imigrantes em situação irregular. No entanto, a lei está atualmente bloqueada por uma decisão de um juiz federal, o que levanta ainda mais questionamentos sobre a legalidade da prisão de Lopez-Gomez.
Para Thomas Kennedy, analista da ONG Florida Immigrant Coalition, o caso é emblemático: “Foi difícil ver a dor da mãe sem poder ajudar o filho e ela sabe que este é um caso de discriminação contra um cidadão americano só porque ele não fala inglês.”
A prisão de Juan Carlos Lopez-Gomez lança luz sobre os perigos de políticas migratórias severas aliadas a julgamentos precipitados, em especial quando direcionados a comunidades de imigrantes ou pessoas com barreiras linguísticas — mesmo quando se tratam, claramente, de cidadãos americanos.
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