Geison Rodrigues: maratonista paralímpico brasileiro transforma voluntariado em missão na Maratona de Boston

Da redação

O esporte é feito de superações, e na Maratona de Boston, uma das mais emblemáticas do mundo, essas histórias se multiplicam a cada edição. Entre elas, a do brasileiro Geison Rodrigues, maratonista paralímpico, que pelo segundo ano consecutivo atuou como voluntário em duas das frentes mais estratégicas da organização do evento.

Integrando a equipe da Boston Athletic Association (BAA), Geison contribuiu tanto na área de embarque dos ônibus escolares (Bus Loading Area), que transporta milhares de atletas do Boston Common até a largada em Hopkinton, quanto na linha de chegada, onde teve o privilégio de entregar medalhas aos corredores que completavam a prova, para o atleta foi  um momento de emoção que marcou profundamente sua jornada.

“Foi uma operação grandiosa, com cerca de 500 ônibus escolares fazendo duas viagens cada, transportando com segurança mais de 30 mil atletas. Poder participar dessa engrenagem me enche de orgulho”, relatou Geison, que dividiu a missão com outros voluntários dedicados, como a brasileira Ides Figueiredo.

Na linha de chegada, Geison viveu mais um momento especial: entregou pessoalmente a medalha ao atleta Ary Dias, da categoria T13 (baixa visão), que sob sua orientação conquistou o tricampeonato da Maratona de Boston com o tempo impressionante de 3h05min30s. O feito ganha ainda mais relevância considerando as adversidades enfrentadas durante a preparação, incluindo redução na carga de treinos e mudanças inesperadas no protocolo de treinamento.

“O resultado foi surpreendente. Tive que adaptar toda a estratégia de última hora e isso acabou se tornando um case de sucesso. Essa experiência vai integrar meu livro ‘O Código da Corrida’, que será lançado ainda este ano”, adiantou o treinador e atleta.

Além das contribuições logísticas e emocionais, Geison também teve a alegria de reencontrar outros expoentes do paradesporto nacional na linha de chegada, como as atletas paralímpicas brasileiras Aline Rocha e Vanessa, que representaram o Comitê Paralímpico Brasileiro com excelência. Ao seu lado também estava Paulo Fernandes, outro brasileiro que compartilhou dessa jornada voluntária.

Participar da Maratona de Boston, não apenas como atleta, mas como agente voluntário do esporte, tem sido uma vivência transformadora para Geison. “A cada ano, saio mais grato e inspirado, com o coração cheio e a certeza de que o esporte transforma vidas, inclusive a minha”, finalizou.