Em 2024, 90% dos fuzis apreendidos no Rio eram de fabricação norte-americana, vindos por rotas ilegais. Castro propôs cooperação internacional para combater o tráfico de armas.
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Em NY, governador do Rio denuncia que 90% dos fuzis apreendidos no Rio são fabricados nos EUA

Cerca de 90% dos fuzis apreendidos no Estado do Rio de Janeiro em 2024 são de fabricação norte-americana. A informação foi revelada pelo governador Cláudio Castro durante reunião com representantes do Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (Unoda), nesta segunda-feira (12), em Nova Iorque.
Segundo Castro, os armamentos chegam ao Brasil por rotas ilegais que cruzam fronteiras com o Paraguai, a Colômbia e o Chile. “O Rio de Janeiro não fabrica armas. Por isso, é essencial buscar apoio internacional para combater esse fluxo que alimenta o crime organizado no estado”, afirmou o governador.
Na reunião com a ONU, Castro propôs a construção de canais de diálogo com fabricantes de armas e munições, com o objetivo de impedir que peças avulsas sejam exportadas para países com fiscalização precária. “O combate ao tráfico de peças e munições é tão importante quanto o combate ao tráfico de armas inteiras. Nossa proposta é agir na raiz do problema, com foco na prevenção e no controle de exportações”, declarou.
Na sexta-feira (9), Castro também se reuniu com representantes da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), a quem propôs um acordo de cooperação técnica. O objetivo é ampliar o intercâmbio de dados entre os dois países, fortalecer a investigação sobre organizações criminosas transnacionais e antecipar rotas e estratégias usadas por traficantes de armas e drogas.
A DEA atua no combate ao narcotráfico internacional por meio da erradicação de plantações ilegais, da prisão de chefes do tráfico e da fiscalização de substâncias químicas utilizadas na produção de entorpecentes. A agência também desenvolve operações conjuntas com outros países para enfraquecer redes criminosas.
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro indicam que, apenas no primeiro trimestre de 2025, as forças policiais apreenderam 1.490 armas de fogo no estado, incluindo 230 fuzis. Desde 2021, mais de 2.360 fuzis foram retirados das mãos de criminosos. Em 2024, o número chegou a 732 apreensões — o equivalente a dois fuzis por dia.
Para conter o avanço das armas ilegais, o governo estadual criou o programa Guardião de Divisas, que instalou portais de fiscalização nas divisas com outros estados. Os equipamentos contam com câmeras inteligentes e scanners para detectar o transporte clandestino de armas e drogas.
Segundo o governador, ações como essa são fundamentais, mas é necessário ir além das fronteiras nacionais. “O crime organizado é uma rede global. Só conseguiremos resultados consistentes se atuarmos de forma integrada com outros países e instituições”, concluiu Castro.
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