Sem citar casos específicos, Foley classificou tais interferências como “perturbadoras” e que “colocam em risco a segurança pública e dos agentes.”
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Promotora Federal em Massachusetts promete processar quem interferir em operações do ICE, após prisão de brasileira

A procuradora federal dos Estados Unidos em Massachusetts, Leah B. Foley, afirmou no dia 14 que seu escritório investigará e poderá processar qualquer pessoa que interfira ou obstrua operações do Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês) no estado. A declaração foi feita após um episódio recente em Worcester que gerou repercussão nacional e acirrou tensões entre autoridades e grupos de defesa dos imigrantes.
Sem citar casos específicos, Foley classificou tais interferências como “perturbadoras” e que “colocam em risco a segurança pública e dos agentes.”
“Esse tipo de conduta deve ser condenada, não glorificada. Não ficarei de braços cruzados se qualquer autoridade pública, organização ou cidadão tentar obstruir de forma criminosa operações do ICE”, declarou.
A procuradora disse ainda que, em cooperação com agências federais, seu escritório avaliará a apresentação de acusações quando houver indícios de crime.
A declaração ocorre menos de uma semana após um episódio tenso no dia 8 de maio, na Eureka Street, em Worcester, quando agentes do ICE tentaram prender a brasileira Rosane Ferreira de Oliveira, de 40 anos. Vídeos do momento viralizaram nas redes sociais.
Segundo testemunhas, cerca de 30 pessoas se reuniram no local, questionando a legalidade da operação e pedindo para ver o mandado. O momento mais tenso ocorreu quando a filha adolescente da detida tentou impedir que o carro com a mãe deixasse o local — carregando nos braços um bebê recém-nascido.
Além da adolescente, Ashley Spring, candidata ao Comitê Escolar de Worcester, também foi presa no local, acusada de agressão a um policial e interferência em uma operação. A filha de Rosane foi acusada de colocar a criança em perigo, resistir à prisão e desordem.
Rosane Ferreira de Oliveira está detida no Centro de Detenção Donald W. Wyatt, em Rhode Island. Ela enfrenta acusações relacionadas a um caso de fevereiro, quando teria agredido sua filha grávida com um cabo de carregador.
A presença de membros da LUCE Immigrant Justice Network e do grupo Neighbor to Neighbor Massachusetts também foi registrada no local. Segundo Miles Gresham, diretor de políticas da LUCE, os ativistas foram acionados por uma denúncia recebida pela linha direta da organização, mas negou que qualquer membro tenha interferido na operação.
“O que fazemos é educar sobre os direitos legais. Ninguém da LUCE foi contatado por autoridades, e todas as nossas ações foram dentro da legalidade”, afirmou.
Entre os presentes também estava a vereadora do Distrito 5, Etel Haxhiaj, que em determinado momento se posicionou entre os agentes e a imigrante detida. O sindicato dos policiais, New England Police Benevolent Association Local 911, pediu uma investigação ética contra a vereadora, alegando que ela teria “incitado agressões contra a polícia”. Já ativistas elogiaram sua atuação.
Desde então, protestos têm sido realizados em Worcester, criticando a forma como a operação foi conduzida e o tratamento dado à família da brasileira.
O caso coloca em destaque o conflito crescente entre as políticas de imigração federais e as ações de apoio à comunidade imigrante em Massachusetts, um estado com histórico de acolhimento e resistência a ações consideradas abusivas por defensores dos direitos civis.
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