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Publicado em 3/07/2022 as 6:00pm

Governador da Califórnia perdoa mulher condenada à prisão perpétua por matar cafetão aos 16 anos

Da redação O governador da Califórnia, Gavin Newsom, perdoou na sexta-feira, dia 01, uma...

Da redação

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, perdoou na sexta-feira, dia 01, uma mulher que recebeu uma sentença de prisão perpétua quando era adolescente por matar seu ex-cafetão. Este é o passo final de um processo que já dura mais de uma década, passando por três governadores de ambos os partidos políticos.

O caso desta mulher estava entre quase três dúzias de indultos e clemências, na sexta-feira, que também afetaram infratores mais velhos e mais jovens. Eles incluíam Henry Pachnowski, de 82 anos, filhos de pais poloneses que mais tarde foram presos em campos de trabalho nazistas na Segunda Guerra Mundial.

Sara Kruzan tinha 16 anos, em 1994, quando matou George Gilbert Howard em um quarto de motel em Riverside. Ela tinha 17 anos quando foi condenada a morrer na prisão pelo assassinato do homem que ela disse ter abusado sexualmente dela e a traficado para fins sexuais desde quando ela tinha 13 anos de idade.

Ela cumpriu 18 anos de prisão até que o antecessor de Newsom, então governador. Jerry Brown, permitiu sua libertação em 2013.

O antecessor de Brown, então Governador Arnold Schwarzenegger, havia comutado sua sentença para prisão perpétua com a possibilidade de liberdade condicional pouco antes de deixar o cargo, no início de 2011.

Àquela altura, Kruzan já havia se tornado uma causa célebre para legisladores estaduais e grupos reformistas que buscavam suavizar as duras penas de prisão perpétua para aqueles que cometeram seus crimes quando jovens.

Leland Yee, um senador estadual democrata que mais tarde foi preso por corrupção, na época chamou o caso de "exemplo perfeito de adultos que falharam com ela, de sociedade que falhou com ela”. Ele destacou que ela tinha um predador que a perseguia, a estuprava, a forçava na prostituição, e não havia ninguém por perto.

Newsom disse em sua declaração de perdão que Kruzan mostrou que está vivendo uma vida correta. “Desde o assassinato, ela transformou sua vida e se dedicou ao serviço comunitário”, disse ele.

O perdão, de acordo com o governador, não minimiza seu crime ou o dano que causou, mas "reconhece o trabalho que ela fez desde então para se transformar".

Um indulto não extingue ou apaga uma condenação, mas pode ajudar a atenuar o impacto persistente na vida do perdoado. Por exemplo, outros três que ele perdoou enfrentam a possibilidade de deportação com base em seus antecedentes criminais, incluindo um que já foi deportado.

Newsom também comutou as sentenças de 15 presos atuais e concedeu uma suspensão a um preso que está em alto risco médico.

As comutações dão aos detentos a chance de comparecer perante um conselho de liberdade condicional que decidirá se eles estão aptos a serem soltos.

Uma das comutações, do preso Darnell Green, foi recomendada pelo secretário de correções do estado com base em sua conduta excepcional na prisão depois que ele foi condenado inicialmente por um assalto à mão armada, em 1997, no qual ninguém ficou ferido.

Dois outros cujas sentenças foram comutadas trabalharam como bombeiros internos.

Newsom comutou as sentenças de um preso que foi detido aos 15 anos e outro que agora tem 78 anos.

Newsom também perdoou Pachnowski, de 82 anos, que agora vive em Maryland. Ele se declarou culpado em 1967, em Orange County, de uma acusação de contravenção de solicitar um ato lascivo e foi condenado a 10 dias de prisão e três anos de liberdade condicional.

Em seu pedido de perdão, Pachnowski disse que estava tendo "intimidade" consensual com outro homem em um carro em uma área industrial deserta quando foram pegos por um segurança que "disse que tínhamos ido contra Deus e a natureza". Ele disse que se declarou culpado para evitar ser processado por uma acusação mais séria de "perversão sexual".

"Um perdão não apenas reconheceria e remediaria a injustiça que sofri por ser alvo e condenado por causa da minha sexualidade, mas também garantiria que eu não enfrentasse nenhum obstáculo futuro, como emprego e moradia, decorrentes dessa condenação”, disse o preso.

Em seu perdão, o governador disse que Pachnowski foi condenado e sentenciado por uma acusação que foi usada "para punir homens por se envolverem em conduta sexual adulta consensual com outros homens, criminalizando-os com base no estigma, preconceito e ignorância".

Newsom já concedeu 129 indultos, 123 comutações.



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