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Publicado em 26/02/2008 as 12:00am

Brasil e EUA prendem 17 acusados de fraudar mercado financeiro

A PF (Polícia Federal), em conjunto com autoridades norte-americanas, prendeu nesta segunda-feira 17 pessoas acusadas de integrar um esquema que fraudava investidores do mercado financeiro (pessoas físicas e jurídicas) de vários países, principalmente Ing

A PF (Polícia Federal), em conjunto com autoridades norte-americanas, prendeu nesta segunda-feira 17 pessoas acusadas de integrar um esquema que fraudava investidores do mercado financeiro (pessoas físicas e jurídicas) de vários países, principalmente Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos e Ásia. Deflagrada em dois Estados (SP e RS) e nos EUA, a quadrilha investigada pela " Operação Pirita " teve lucros estimados em US$ 50 milhões com os golpes.

Segundo a PF, 17 pessoas já foram presas, sendo 15 em São Paulo e duas nos Estados Unidos, onde o FBI cumpriu dois mandados de prisão contra brasileiros em Miami. Ao todo, foram expedidos 27 mandados de prisão temporária, três mandados de prisão preventiva e 35 ordens de busca e apreensão.

Dos 15 presos em São Paulo, 11 eram brasileiros e quatro estrangeiros --sendo um deles o israelense Doron Mukamal, apontado como um dos chefes do grupo. Além de Mukamal, há mais dois líderes da quadrilha --ambos estrangeiros, segundo a PF-- que ainda não foram presos.

Os detidos responderão por crime de estelionato, evasão de divisas, formação de quadrilha, sonegação fiscal e operação de instituição financeira sem autorização do Banco Central. As penas somadas chegam a 33 anos de prisão.

Além das prisões, foram apreendidos na Operação Pirita --chamada assim por ser o nome da pedra conhecida popularmente como "ouro de tolo"-- mais R$ 694,95 mil, US$ 106,6 mil, 4,5 mil euros, 9,3 mil dólares canadenses, documentos, computadores, 17 veículos (carros e motos) e 17 armas.

O FBI começou a investigar o grupo há cinco anos, sendo que há três anos pediu a colaboração da PF. As investigações no Brasil começaram efetivamente há pouco mais de um ano.

No esquema, a quadrilha forjava sites de falsas empresas de fusões e aquisições, agências reguladoras americanas e asiáticas e diversos contratos e documentos para ludibriar estrangeiros possuidores de ações com baixa liquidez ou de pouco valor no mercado.

A partir de um "boiler room" (escritório especializado nesse tipo de fraude) situado em São Paulo, e recentemente transferido para Buenos Aires (Argentina), operadores de telemarketing de diversas nacionalidades, que se passavam por intermediadores, ofereciam condições irrecusáveis para compra destas ações.

Para concretizar o negócio exigia-se o depósito antecipado de taxas de corretagem e impostos, com a promessa de restituição do dinheiro. Quem caía no golpe, fazia o depósito em contas abertas nos Estados Unidos.

Uma vez o dinheiro depositado, eram realizadas uma série de transferências para diversas outras contas, de forma sucessiva, com o intuito de apagar o rastro da origem do mesmo. Por fim, o dinheiro chegava às contas dos integrantes da organização em vários lugares do mundo --em especial no Brasil-- através de operações de dólar-cabo comandado por doleiros.

Nenhum dos investidores lesados morava no Brasil. Eles estavam principalmente na Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos e alguns países da Ásia.

Nenhum dos investidores lesados morava no Brasil. Eles estavam principalmente na Inglaterra, Espanha, Austrália, Estados Unidos e alguns países da Ásia.

Segundo Mário Menin Junior, delegado-chefe de Repreensão aos Crimes Financeiros da Polícia Federal, as investigações apontam para que o grupo tenha registrado lucros acima de US$ 50 milhões. "Quase tudo era lavado no Brasil através da aquisição ou construção de imóveis", explicou.

A delegada Karina Murakami Souza, responsável pela operação, informou que a PF e o FBI ainda investigam como o grupo obtinha a lista de investidores que detinham as ações que diziam que queriam comprar. "As ações são geralmente negociadas nos Estados Unidos", disse.

Fonte: (folha online)

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