Publicado em 21/09/2008 as 12:00am
Carioca pobre diz ter sido namorada de John McCain
A senhora de olhos claros cuja casa beira o rio Suruí, em Magé -a 60 km do Rio, na Baixada Fluminense -, está longe da modelo que buscava John McCain no porto do Rio em um Mercedes de luxo e freqüentava festas com a elite carioca
A senhora de olhos
claros cuja casa beira o rio Suruí, em Magé -a 60 km do Rio, na Baixada
Fluminense -, está longe da modelo que buscava John McCain no porto do Rio em
um Mercedes de luxo e freqüentava festas com a elite carioca. Mas Maria
Gracinda Teixeira garante aos vizinhos e a uma rede de TV americana ter sido o
"affair" do republicano por nove dias em 1957.
McCain narrou em seu
livro ("Faith of My Fathers", Random, 1999) o período em que
permaneceu no Rio, em folga de sua primeira viagem de instrução, a bordo do
destróier USS Hunt. Segundo ele, a mulher o buscava no
porto dirigindo um Mercedes e freqüentava festas de ministros, generais,
almirantes e aristocratas. "Ela
era muito bonita, tinha estilo e graça --atributos comuns em sua família rica e
socialmente importante", escreveu McCain.
Se "Chérie"
(querida, em francês) --como é conhecida no bairro Suruí-- for quem diz ser,
seu estilo de vida mudou muito em 51 anos. Ela vive em
uma casa modesta, com a pintura descascada, acompanhada por dois cachorros
vira-latas. A casa fica às margens
do rio Suruí, que recebe esgoto em seu leito.
De acordo com
moradores, a mulher vive sozinha há mais de dez anos e se relaciona bem com a
vizinhança. Segundo relatos feitos à Folha, um tio, identificado como Godinho,
a ajudou a comprar a casa.
A história de
"Chérie" é conhecida no bairro. Ela conta ter
sido modelo, bailarina, miss e namorada "de gente importante". Em 1954, uma bailarina chamada Maria Gracinda
ficou em segundo lugar no concurso miss Distrito Federal, promovido pelo
"Diário Carioca".
Uma equipe brasileira
da TV americana ABC News localizou Gracinda. Após ouvir
a história narrada por McCain no livro, ela afirmou ser a personagem descrita. No entanto, não aceitou gravar uma entrevista
com a equipe nem apresentou provas de que esteve com McCain no passado.
"Chérie" foi localizada ontem. "Não posso falar. Só posso na semana que vem,
depois da reportagem", afirmou ela por telefone. Ao notar a presença da equipe
de reportagem, Gracinda foi para um cais próximo à sua casa. Atrás de redes de pesca, repetiu o que falou ao telefone: "Eu
não posso falar". Ela não
quis dizer quem ou o que a impedia.
Fonte: (Folha de São Paulo)