Publicado em 16/11/2008 as 12:00am
Presidente Lula diz que encontro nos EUA foi histórico
A Cúpula do G-20, se reuniu em Washington D.C., no último sábado, para discutir soluções para a crise financeira Global
Por Cláudia Carmo
O Presidente do
Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ficou satisfeito com o resultado do encontro
da Cúpula do G-20 (reunião de representantes de países ricos e
emergentes), que aconteceu no sábado (15).
Para Lula, foi um
momento histórico, que representa uma mudança no panorama político mundial.
"Apenas posso dizer que o dia de hoje é histórico. Saio daqui com a
certeza de que a geografia política do mundo ganhou uma nova dimensão",
afirmou o presidente após a reunião para iniciar o processo de reforma do
sistema financeiro mundial.
No documento final do
G-20, os representantes concordam em aumentar a representação dos países em
desenvolvimento no FMI (Fundo Monetário Internacional).
Abaixo estão alguns
dos principais trechos do texto fornecido à Reuters por autoridades do G-20:
AÇÕES ECONÔMICAS:
"Há mais para ser
feito no sentido de estabilizar os mercados financeiros e apoiar o crescimento
econômico. O impulso está desacelerando substancialmente nas principais
economias e a perspectiva global se enfraqueceu"
"Contra este
cenário de condições de deterioração, nós concordamos que uma ampla resposta de
política é necessária", afirmou o grupo, listando medidas que devem ser
tomadas imediatamente:
- tomar quaisquer
novas ações que forem necessárias para estabilizar o sistema financeiro;
- reconhecer a
importância do suporte político monetário, quando julgar apropriado;
- utilizar medidas
fiscais para estimular a demanda doméstica com um rápido efeito, conforme for
necessário;
- ajudar aos mercados
emergentes ter acesso ao financiamento, incluindo instrumentos de liquidez e
programas de suporte;
INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS GLOBAIS
"Nós estamos
comprometidos a avançar com a reforma das instituições de Bretton Woods, de
modo que elas possam refletir de maneira mais apropriada as mudanças de peso na
economia mundial, aumentando sua legitimidade e eficiência. A respeito disso,
economias emergentes e em desenvolvimento, incluindo os países mais pobres,
devem ter maior voz e representação."
No curto prazo:
- expandir
urgentemente o número de membros do Fórum de Estabilidade Financeira (FSF, na
sigla em inglês) para incluir as economias emergentes;
- FMI e FSF devem
trabalhar juntos com o FMI tendo seu foco na fiscalização e o FSF nos padrões
regulatórios;
- ajudar as economias
emergentes e em desenvolvimento a conseguir acesso aos financiamentos e
garantir que o FMI, o Banco Mundial e outros bancos multilaterais de
desenvolvimento também tenham recursos suficientes;
No médio prazo:
- reformar de modo
abrangente o FMI e o Banco Mundial;
- dar aos países
emergentes e em desenvolvimento maior poder de voz;
- fortalecer o papel
de fiscalização do FMI ao dar conselho aos países sobre macroeconomia e
estabilidade financeira;
CONVERSAÇÕES
COMERCIAIS
"Nós ressaltamos
a importância crítica de rejeitar o protecionismo e não se voltar para dentro
em momentos de incerteza financeira"
- não levantar
barreiras comerciais nos próximos 12 meses
- trabalhar para
reiniciar as conversações globais sobre comércio até o fim do ano
"Vamos nos
esforçar para alcançar um acordo, este ano, sobre modalidades que levem à
conclusão bem-sucedida da Agenda de Desenvolvimento de Doha, da OMC, com um
resultado ambicioso e equilibrado. Nós instruímos nossos ministros de comércio à
alcançar este resultado"
REGRAS REGULATÓRIAS:
"Vamos
implementar reformas que fortalecerão os mercados financeiros e regimes
regulatórios de modo a evitar crises futuras"
- A regulação é uma
responsabilidade nacional em primeiro lugar, mas a cooperação internacional
será fortalecida, afirma o comunicado.
No curto prazo:
- estabelecer
organismos de supervisão para todas as grandes instituições com atuação
internacional. Os principais bancos globais deverão se reunir regularmente com
seus organismos supervisores.
- garantir que as
agências de “rating” de crédito
cumpram altos padrões regulatórios globais, evitando conflitos de interesse e
fornecendo grande transparência.
- padrões de
contabilidade serão melhorados
- “hedge funds” e fundos de “private equity” irão acelerar acordos
sobre unificação das melhores práticas.
- mais transparência
sobre produtos financeiros complexos e garantir a completa e precisa divulgação
pelas empresas sobre suas condições financeiras.
Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)