Publicado em 30/03/2009 as 12:00am
130 mil seguem sem água após rompimento de barragem na PB
Em junho de 2004, barragem rompeu e inundou dois municípios. Após mais de 4 anos, moradores sofrem com problemas de abastecimento.
A dona de casa Maria do Socorro Campos usa água do poço para cozinhar e beber. A água não é suficiente para abastecer a família. Por isso, precisa comprar o produto todos os meses. É um gasto de R$ 40. “Abastecimento de água é muito pouco. Tenho que pagar para encher a caixa ou carregando de carroça”, contou.
Maria mora em Alagoa Nova. Até 2004, o município não enfrentava grandes problemas de abastecimento porque contava com as águas da barragem de Camará. Mas, em meados daquele ano, a situação mudou.
Na noite de 17 de junho de 2004, a barragem de Camará rompeu e
inundou parte dos municípios de Alagoa Grande e Mulungu. Cinco
pessoas morreram e 3 mil ficaram desabrigadas. A barragem
sofreria mais um desmoronamento 11 dias depois.
Prejuízo
Quando ficou pronta, em 2002, Camará se tornou o símbolo de
esperança para o povo do brejo paraibano. A água estava
garantida para pelo menos nove municípios da região. O
rompimento causou problemas no abastecimento, destruiu produções
agrícolas e iniciou um período de dificuldades no campo e na
cidade.
O produtor Aquiles Leal perdeu 12 hectares de
cana-de-açúcar e as fontes de água mineral da fazenda. Boa parte
das máquinas do engenho foi danificada e as casas de seis
colonos foram destruídas pelas águas. Ele foi indenizado, mas
algumas perdas só o tempo vai recuperar.
Investigação
Os ministérios públicos Federal e Estadual iniciaram uma
investigação para saber as causas do rompimento. Engenheiros da
Universidade Federal da Paraíba elaboraram um laudo. Eles
descobriram uma falha geológica no terreno.
As empresas responsáveis pela construção da
barragem estão sendo processadas por danos ambientais e sociais.
As construtoras alegam que o acidente foi provocado pela falha
no terreno.
De acordo com o governo da Paraíba, não há prazo
para a reconstrução da barragem.
Fonte: (G1)