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Publicado em 1/03/2012 as 12:00am

Hopi Hari admite possibilidade de "erro crasso" e fecha parque para perícia

O advogado do parque de diversões Hopi Hari, Alberto Toron, admitiu pela primeira vez, nesta quinta-feira (1º)

O advogado do parque de diversões Hopi Hari, Alberto Toron, admitiu pela primeira vez, nesta quinta-feira (1º), que pode ter havido um "erro crasso" na operação do brinquedo La Tour Eiffel, na última sexta-feira (24), quando a adolescente Gabriela Nichimura, 14, caiu da cadeira e morreu. “Estava absolutamente clara [a interdição da cadeira], naquele dia. Mas alguém, inadvertidamente, num erro crasso, habilitou aquela cadeira”, disse.

Segundo o advogado, o parque vai firmar na tarde de hoje um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público para que o local seja fechado ao público e inspecionado. O período de fechamento não foi divulgado. Além do MP, também devem participar representantes do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).  

Toron, que informou que a cadeira usada pela vítima estava inativa havia dez anos por um problema técnico, disse que o acidente pode ter sido resultado da falha de algum funcionário da operação ou da manutenção. "Talvez alguém tenha aberto inadvertidamente a trava da cadeira que não deveria funcionar. Mas se isso acontecesse, o funcionamento do brinquedo deveria ter sido imediatamente interrompido", afirmou.

O advogado ressaltou que os funcionários do parque passam por treinamento para operação e manutenção dos brinquedos, mas reconheceu que o caso de sexta aponta para um "erro crasso". "Estamos investigando e queremos que eventuais culpados sejam responsabilizados."

Para o delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior, o inquérito vai apurar a hipótese de dolo eventual, ou seja, quando o responsável, ainda que não intencionalmente, assume um risco. Somente agora, após o acidente, o parque admite ser necessária alguma faixa ou outro tipo de barreira para impedir o acesso do público àquela cadeira.

Conforme Santucci, isso é reforçado também pela ausência de barreira à cadeira danificada e pela forma de operação de funcionários que não interrompeu, durante o funcionamento, o brinquedo. "Além de negligência, foi imprudência não haver um aviso de interdição, disse.

Hoje, tanto o delegado quanto o advogado do parque disseram ter sido surpreendidos pela foto divulgada ontem pela familia - na qual Gabriela aparece na extremidade do brinquedo. Até então, a informação era a de que a adolescente estava na segunda cadeira da direita para a esquerda.

Agora à tarde, as 15h, acontece o depoimento do gerente de operações do Hopi Hari, na sede do Ministério Público. Nem a polícia, nem o advogado do parque citaram os nomes dele e do engenheiro, ainda que o inquérito não corra sob segredo.

Trava abre durante descida

Ontem, após o depoimento da mãe da menina, que apresentou fotos de minutos antes do acidente, o delegado e o promotor Rogério Sanches Cunha, concluíram que a primeira inspeção havia sido feita na cadeira errada e que o assento onde realmente estava Gabriela deveria estar interditado.

"A cadeira era inoperante há anos, o parque não nega. O que o parque talvez quis negar em um primeiro momento era que alguém havia sentado nela." O promotor diz que as fotos mostram Gabriela "sentando e subindo na cadeira inoperante".

Após a descoberta do erro, o delegado determinou uma nova perícia no brinquedo e foi constatado que a trava da cadeira certa abre durante a queda do elevador. "(Constatou-se) que, na descida, quando a atração é colocada em atividade, aquela trava se levanta quando está em queda livre", afirmou ele. 

Segundo o delegado, a confusão aconteceu porque, no dia do acidente, uma testemunha disse que a menina estaria em outra posição.

"Apuramos inúmeras falhas que acabaram, em uma sucessão de erros, provocando a morte da Gabriela", disse o promotor Cunha. "A partir do momento em que o parque reconhece que aquela cadeira é inoperante, ele sabe que aquela cadeira tem problemas mecânicos. Então não é que houve falha mecânica, a falha na cadeira já era previsível. O que houve foi uma falha humana em não se impedi-la de entrar naquela cadeira”, afirmou.

De acordo com o promotor, a menina levantou sozinha a trava do assento interditado --que não contava com nenhum aviso-- e entrou em “uma verdadeira arma”. “Hoje praticamente trabalhamos com a certeza de que, no momento da frenagem ou talvez um pouco antes, por falta de força de ficar se segurando, ela efetivamente caiu, pendendo o corpo para frente. Essa menina entrou em uma verdadeira arma, em um brinquedo que era fatal”, disse Cunha.



Fonte: (da uol)

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