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Publicado em 16/06/2015 as 12:00am

Seios e bumbum empinados chamam a atenção na estátua de Iracema

Quase três anos se passaram desde que foi feita uma reforma na estátua de Iracema Guardiã, na Praia de Iracema. Na época, a gestão da Prefeitura de Fortaleza era comandada por Luizianne Lins. O que era pra ter sido uma simples restauração, em 2012, afetou

Quase três anos se passaram desde que foi feita uma reforma na estátua de Iracema Guardiã, na Praia de Iracema. Na época, a gestão da Prefeitura de Fortaleza era comandada por Luizianne Lins. O que era pra ter sido uma simples restauração, em 2012, afetou a identidade original da obra do artista cearense Zenon Barreto, falecido em 2002. O que, agora,causou desconforto em alguns fortalezenses, como o pintor Sérgio Sales, que fez um desabafo  em seu perfil no Facebook, explicando que houve um “crime artístico”.

A publicação, que já tem mais de mil curtidas e cerca de 500 compartilhamentos, relata o desrespeito com a identidade da obra. “Deram um banho de Photoshop na original, os peitos ficaram redondos; a Iracema engravidou; colocaram mãos onde não tinha; tudo ficou roliço”.

Na postagem, o pintor enfatiza ainda a modernização de monumentos, que devem ser mantidos para preservar a cultura. “Ela nunca poderia ser reformada, corrigida; o que era para ser feito era uma restauração. Zenon projetou sua Iracema com materiais e técnicas para resistirem ao tempo e intempéries próprios da terra. Os reformistas metidos transformaram a Iracema Guardiã num monstro. A Iracema do Zenon, do jeito que se encontra agora, corre o risco de ser apedrejada e odiada por todos. E ao povo não se pode esconder a verdade”.

A estudante Jeissi Martins achou desnecessário o volume colocado nos seios e nádegas da estátua. “Acrescentaram algo que não precisava numa coisa histórica apenas para renovar, não deveria ter mudado em nada”, explica. Para a aposentada Alice Ferreira, a mudança da estátua também não agradou. Segundo ela, houve uma perda até mesmo da história. “Não gostei, ficou feia, perdeu a beleza de Iracema”, lamenta.

De acordo com o professor e historiador Aírton de Farias, os pensamentos de Jeissi, Alice e Sérgio têm fundamento. “Esse tipo de mudança é uma coisa maior. É o desapego de Fortaleza com seu passado, com seu patrimônio histórico. Pois vivemos numa sociedade que quer mostrar apenas o novo, o progresso e modernidade”.

Segundo o historiador, esse não é primeiro símbolo da cidade a ter perdido a identidade. “Prédios históricos também já foram demolidos, e até mesmo os símbolos do estado e da capital foram alterados de sua forma original. A restauração é apenas um reparo, no caso de Iracema Guardiã houve uma mudança profunda”, pontua.

Restauração

O valor da intervenção foi de R$ 45 mil, em parceria público-privada entre a antiga gestão da prefeitura, por meio da Secretaria Executiva Regional II (SER II), e a empresa EcoFor Ambiental S.A. Na época, o argumento foi devido ao roubo das mãos da estátua, em março de 2012, bem como o desgaste com a maresia. O processo durou três meses, de maio a julho de 2012.

Com altura de 4,68 metros, o monumento recebeu pintura de cobre e teve os seios e o bumbum mais arredondados. Além dos cabelos alongados da índia e modificações em seus ângulos e raios de curvatura, pensados para manter o original. O responsável pela restauração foi o escultor Franzé D’aurora. Na ocasião, a família de Zenon autorizou as intervenções no monumento, bem como as cópias do projeto. Posteriormente, um vândalo fez um risco com grafite na região genital, o que reforçou ainda mais a má impressão sobre a estátua.

Fonte: uol.com.br

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