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Publicado em 14/01/2016 as 12:00am

Com dificuldade para garantir fiança, Marin teme voltar à prisão comum

Documento mostra que Justiça dos EUA rejeitou o crédito apresentado pelo dirigente, sob argumento de que o banco que concedeu a carta era brasileiro e não americano

A um dia de terminar o prazo concedido pela Justiça dos EUA para José Maria Marin apresentar carta de crédito de US$ 2 milhões (R$ 8 milhões), parte do acordo para permanecer em prisão domiciliar no país, advogados e familiares do ex-presidente da CBF ainda encontram dificuldade para conseguir o documento.

A carta faz parte da fiança de US$ 15 milhões, que inclui ainda a garantia do apartamento em Nova York, onde ele vive sob vigilância, e o pagamento de US$ 1 milhão em dinheiro (R$ 4 milhões), ambos já efetuados. Se ele não cumprir o acordo (caso de fuga, por exemplo), o valor da carta de crédito é resgatado pelo governo dos EUA.

Se não entregar a carta até esta sexta (15), Marin deve perder o direito de viver no apartamento e ser transferido para uma penitenciária.

Essa hipótese preocupa sua família, já que ele esteve deprimido no período de mais de cinco meses em que ficou preso na Suíça.

O ex-presidente da CBF foi extraditado para os EUA em 3 de novembro. Marin é acusado pelos EUA de participar de esquema de subornos para a comercialização de jogos e direitos de marketing de competições, o que ele nega.

O grande obstáculo para a obtenção da carta é que a promotoria americana exige que o documento tenha o aval de uma instituição dos EUA.

De acordo com um de seus advogados, Mauro de Morais, Marin não pode pegar o empréstimo diretamente nos EUA por não ser cidadão do país. Depende assim de carta emitida por empresa brasileira que, depois, seja garantida por outra instituição no país em que está preso. Morais admite que não está fácil obter o documento.

"No Brasil houve tentativa em grandes instituições, sem sucesso", disse Morais. Além de advogado de Marin na área cível, ele é amigo do ex-cartola.

Segundo Morais, há negociação em andamento com uma seguradora de grande porte no Brasil, cujo nome ele não revela. Essa empresa tem uma seguradora parceira nos EUA, que poderia conceder a garantia exigida. O problema é que o tempo está correndo.

"Se não conseguirmos nada, o juiz pode conceder mais algum prazo, outros 30 dias. Ou na segunda (18), o Dr. Marin pode ser levado a uma prisão comum", afirma Morais.

MANSÃO À VENDA

O advogado afirma que a dificuldade em conseguir a carta de crédito não significa que Marin não possa dar garantias. Imóveis do ex-cartola estão à venda para tentar obter liquidez, mas os bens também podem ser incluídos nas negociações.

Um exemplo: como garantia à seguradora, Marin daria propriedade que tem na região dos Jardins, bairro nobre de São Paulo, avaliada recentemente pela imobiliária Coelho da Fonseca em R$ 23,8 milhões, ou seja, quase três vezes o valor da carta em reais.

No Brasil, houve tentativas de conseguir a carta até com instituições menores. Uma empresa de Goiás, o Infinite Bank, chegou a emitir uma minuta da carta de crédito, para ser apresentada na corte americana.

A promotoria, contudo, não aceitou, alegando que precisava de uma garantia de um banco americano e que o Infinite não estava registrado no Banco Central brasileiro.

A Justiça americana não se pronunciou sobre o caso.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br

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