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Publicado em 21/07/2016 as 11:45am

Em operação antiterror, PF prende 10 pessoas suspeitas de ligação com EI

A operação batizada de 'Hashtag' foi deflagrada a 15 dias da Olimpíada. Ministro da Justiça informou que PF cumpriu mandados em 10 estados.

A duas semanas do início da Olimpíada do Rio, a Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta quinta-feira (21) uma operação sigilosa de combate ao terrorismo que prendeu 10 pessoas em 10 estados, informou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em entrevista coletiva concedida em Brasília. Foram as primeiras prisões no Brasil por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.

As prisões ocorreram no Amazonas, no Ceará, na Paraíba, em Goiás, no Mato Grosso, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul, informou a assessoria do Ministério da Justiça.

De acordo com a Polícia Federal, o juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal do Paraná, expediu 12 mandados de prisão temporária por 30 dias, sendo que as detenções podem vir a ser prorrogadas por mais um mês.

Em entrevista coletiva concedida em Brasília no final da manhã desta quinta, Alexandre de Moraes anunciou que a PF já havia cumprido 10 dos 12 mandados de prisão. Ele destacou que os dois alvos da operação batizada de "hashtag" que ainda não tinham sido presos estavam no "radar" dos policiais e que, provavelmente, seriam detidos em breve. Cada um dos suspeitos foi preso em um estado diferente.

"Hoje, culminou na primeira operação onde uma suposta celula terrorista no Brasil foram presos 10 indivíduos. Isso é muito importante, que passaram a partir do nosso rastreamento de simples comentários sobre o Estado Islâmico", relatou Alexandre de Moraes na entrevista concedida na sede do Ministério da Justiça.

'Atos preparatórios'

O ministro da Justiça também relatou na coletiva que os suspeitos presos nesta quinta-feira vinham sendo monitorados pela PF há alguns meses. De acordo com Moraes, os detidos comemoraram atentados terroristas recentes cometidos pelo mundo, como o de Paris, em novembro de 2015, e os de Orlando (EUA) e Nice (França) neste ano.

O titular da Justiça explicou que os alvos da Operação Hashtag foram presos porque passaram dos comentários em redes sociais e mensagens de texto para "atos preparatórios" para atentados terroristas.

"A partir do momento que passaram para atos preparatórios, a partir do momento que saíram daquilo que é quase uma apologia ao terrorismo, para atos preparatórios, foi feita prontamente a ação do governo federal, realizando, em 10 estados, 10 prisões desses supostos terroristas que se comunicavam via internet, via grupos, Whatsapp e Telegram, observou o ministro.

"Várias mensagens mostram a degradação dessas pessoas, comemorando o atentado em Orlando e em Nice, comentando o atentado anterior que ocorreu na França, postando e circulando entre eles as execuções que foram relizadas pelo Estado Islâmico", complementou o ministro.

Juramento ao EI

Alexandre de Moraes informou na coletiva que alguns dos suspeitos presos nesta quinta chegaram a prestar um juramento, via internet, ao Estado Islâmico. Essa espécie de "batismo", de acordo com o ministro, foi feito sem que eles tivessem sequer conversado pessoalmente com integrantes do grupo terrorista.

"Aparece uma gravação e a pessoa repete [o juramento]. Não existe uma interação", enfatizou.

"A pessoa que faz esse juramento passa a achar que faz parte do Estado Islâmico", acrescentou Moraes.

O ministro observou ainda que nenhum dos detidos viajou para fora do país para encontrar com representantes do grupo terrorista.

"Até o momento, tudo que foi investigado foi o único contato que alguns deles tiveram, o batismo [...] Eles não saíram aqui do país para nenhum contato pessoal."

Temer

Nas últimas semanas, o presidente em exercício, Michel Temer, tem divulgado manifestações em vídeo, por meio das redes sociais, para tranquilizar turistas e atletas em relação à segurança do evento esportivo que será aberto no dia 5 de agosto. No último pronunciamento, divulgado na última segunda-feira (18), o peemedebista que a segurança dos Jogos Olímpicos estará "muito reforçada" (assista ao vídeo acima).

Na terça-feira (19), o ministro da Justiça também tentou tranquilizar os atletas e turistas que irão ao Rio para a Olimpíada. Ele afirmou que o atentado em Nice, na França, ocorrido na semana passada, não alterou o patamar de risco de atos terroristas durante a Olimpíada. Moraes havia dito na ocasião que a classificação de risco é de probabilidade “absolutamente mínima” de terrorismo.

O titular da Justiça também havia ressaltado que os serviços de inteligência brasileiros estão atuando em cooperação com o de outros países, inclusive da França e Estados Unidos, para evitar ataques durante a Olimpíada.

Credenciamento

O Centro Integrado Antiterrorismo (Ciant), que tem sede em Brasília, fez um monitoramento nos pedidos de credenciamento para a Olimpíada. O Ciant descobriu que 40 pessoas estão com alertas a respeito de cooperação internacional. O Fantástico mostrou, no último domingo (17), que quatro delas têm comprovadamente ligação com o terrorismo.

Elas tiveram as credenciais negadas e estão sendo monitoradas pelos serviços internacionais de inteligência. Os nomes, as nacionalidades e as acusações estão sob sigilo. O Ciant, que monitora todos os tipos de credenciamento, descobriu ainda que 61 brasileiros com mandado de prisão por crimes diversos entraram com pedido de credencial.

Na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, houve 350 mil pedidos de credenciais. Na Olimpíada de Londres, 450 mil. Já para Olimpíada do Rio, aproximadamente, 460 mil inspeções foram feitas, sendo que, deste total, o Ciant recomendou ao comitê olímpico brasileiro que fossem negados credenciais para quase 11 mil pessoas.

Fonte: http://g1.globo.com

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