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Publicado em 8/02/2017 as 6:00pm

Ex-participante do Miss Brasil USA Boston relata pânico no Espírito Santo

"Um tiroteio aconteceu ao lado do apartamento onde eu moro com meu marido. Fiquei apavorada", disse Ludimila Bastos

A situação no Espírito Santo continua tensa, vários arrombamentos a lojas, roubos de carros, tiroteio, assaltos nas ruas e o medo que se instaurou entre os moradores de Vitória e Vila Velha. O caos na segurança pública forço o Governo a pedir ajuda para as forças militares do Exército que já estão patrulhando as ruas. Mesmo assim o clima de terror continua.

A redação do Brazilian Times conversou com Ludimila Bastos, uma capixaba que morou em Massachusetts há cerca de oito anos. Ela participou do Miss Brasil USA Boston em 2007 e foi eleita Primeira Princesa. Atualmente ela reside em Vila Velha e está vivenciando de perto o que está acontecendo no Espírito Santo. "Teve até tiroteio perto do apartamento onde eu moro", disse.

Segundo ela, que resolveu ficar "presa" dentro de sua casa para garantir a segurança, os problemas começaram de sexta-feira para sábado, quando a polícia militar de todo o estado entrou  "indiretamente" em greve. "Estou desesperada, sem poder sair. Parece que estamos em uma região de guerra, tiroteios em plena luz do dia, as portas dos estabelecimentos comerciais e escolas fechadas, ônibus queimados, alguns hospitais só aceitam casos de emergências e os ônibus não estão circulando normalmente", disse.

Ludimila relata que até tentou ir para o trabalho, pois alguns patrões não estavam cientes da gravidade da situação. Segundo ela, a mídia local abafou todo o caso quando os problemas começaram e que foi através das redes sociais que o Brasil ficou sabendo o que estava acontecendo. "Todos pediam ajuda e invadimos as páginas das celebridades relatando o que acontecia no estado. Acredito que foi isso que atraiu a grande imprensa", continua.

Do apartamento onde ela mora com o seu esposo, conseguiu ouvir troca de tiros, marginais correndo nas ruas. "Nós sentimos um medro muito grande, pois não sabemos onde isso vai terminar. Os marginais estão tomando perdendo o medo das autoridades", fala. "Até a chegada do exército, a policia de trânsito era quem tentava manter a ordem e atendendo as ocorrências", continuou.

Ludimila relata que na noite de domingo (05/02) aconteceu um tiroteio ao lado do apartamento dela, "mas não conseguiu filmar porque estava com muito medo". Neste horário, o marido dela retornava do trabalho. "Da sacada eu assistia a tudo que acontecia e ele chegou correndo, também com muito medo", segue. "A gente fica desesperada, sem saber o que fazer, preocupada com parentes e amigos, tentando passar informações para todos, saber se todos estão em casa. Os marginais estão parando carros no meio da rua armados para assaltar, muitos veículos roubadas e em seguida são abandonado", finaliza.

Na terça-feira, com a presença do exército, algumas lojas abriram as suas portas e poucos trabalhadores retornaram a rotina "normal". Mas o transporte público ainda continua com o horário e locais de circulação bastante restritos. Os postos de saúde também não estão atendendo normalmente.

ENTENDA O CASO

A situação começou quando oito mulheres casadas com agentes de segurança, e quatro de suas crianças, realizaram um protesto diante da 2ª Companhia do 6º Batalhão da Polícia Militar, em Serra, na Grande Vitória. Mais pessoas foram mobilizadas através das redes sociais e se formaram grupos de manifestos em outros batalhões. Eles impediam que as viaturas saíssem dos quartéis para patrulhar a cidade.

Chamado de Movimento das Famílias PMES, os grupos protestam diante de todos os 19 batalhões e mais 10 companhias independentes da PM do Espírito Santo, segundo informações de Graziela, a porta-voz do protesto. Ela não quis seu sobrenome divulgado por medo de represálias ao marido. Isso porque os policiais militares são proibidos pelo Código Penal Militar de fazer greves ou paralisações.

Desde que o protesto começou, o Espírito Santo vivenciou dias de caos e aumentos de mais de 1000% nos índices de homicídios e crimes contra a propriedade. Até o início da tarde desta terça, pelo menos 75 assassinatos foram registrados. Mais de 200 homens das Forças Armadas estão nas ruas, mas os crimes continuam a acontecer e a população ainda não se sente segura.

Fonte: Brazilian Times

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