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Publicado em 18/09/2017 as 1:00pm

De volta ao Brasil, mulher alerta: “Cuidado com relacionamentos virtuais”

O sonho de viver um grande amor virou um verdadeiro pesadelo para uma mineira que largou o Brasil para viver em Massachusetts.

De volta ao Brasil, mulher alerta: “Cuidado com relacionamentos virtuais” Maria Aparecida viveu dois meses de solidão e medo em Massachusetts.

Divorciada no Brasil há 12 anos, a mineira Maria Aparecida, 37 anos, natural da cidade de Itajubá, há cerca de um ano e meio acreditava estar vivendo um sonho ao se relacionar virtualmente com um brasileiro J.L, de 42 anos, (cujo nome ela preferiu não divulgar), natural de Goiânia (Goiás) e morador da região de Boston há 14 anos. “Com exceção da distância física, parecia tudo perfeito. Falávamo-nos por telefone quase todos os dias. Ele sempre muito amoroso”, relembra a brasileira.

Aparecida teve a experiência de ter vivenciado um relacionamento abusivo, quando casada por 4 anos no Brasil, e afirma ter se separado devido à traição e violência doméstica. “Foi um período muito difícil da minha vida. Cheguei a ser agredida... Demorei para conseguir me divorciar e ainda mais para acreditar novamente no amor e mais uma vez me decepcionei... O pior de tudo foi isso ter acontecido longe de familiares e amigos e eu só ter percebido quando já tinha desfeito do pouco que eu tinha no Brasil para viver esse ‘amor’ aqui nos EUA ”, relata.

Já de volta ao Brasil, Aparecida procurou a redação do Brazilian Times para fazer um alerta: “Cuidado ao se relacionar sentimentalmente com quem você não conhece pessoalmente, principalmente se essa pessoa está em outro país. Muitas vezes pode parecer um sonho, mas pode também se tornar um pesadelo”.

Aparecida conta que a insistência de J.L para que ela largasse tudo no Brasil e viesse morar com ele nos EUA era grande. “Nunca pensei em morar fora do Brasil, mas desde o final do ano passado ele (J.L) insistia comigo. Tive receio, pois tinha até um bom trabalho, familiares e amigos no Brasil e não falo inglês, mas sabia que se continuássemos o relacionamento só virtualmente, não teríamos futuro. Ele dizia que não podia ir ao Brasil me ver porque tinha muitos compromissos profissionais, que tinha uma vida estabilizada aqui e que eu vindo para cá, até dezembro iríamos ao Brasil para nos casarmos lá, na presença de nossas famílias. Parecia perfeito. Meus pais são falecidos e meus dois irmãos não me apoiaram, mas resolvi arriscar com a certeza que desta vez daria tudo certo.”

Aparecida chegou a Massachusetts em maio deste ano e não demorou muito para perceber que o sonho de viver um grande amor iria se transformar em pesadelo. “Já nos primeiros dias percebi que pessoalmente o J.L não demonstrava tanto amor quanto fazia de forma virtual. Na segunda semana ele já estava sendo possessivo, grosso e agressivo com palavras e me colocando medo... Depois dizia- se arrependido e de ‘cabeça-quente’. Ele mora em um lugar afastado do centro da cidade e me manteve ‘trancada’ em casa por praticamente dois meses, sem carro e sem falar inglês eu não tinha coragem de me arriscar a sair andando para tentar pedir ajuda...Foi horrível, me sentia sozinha e psicologicamente muito abalada. O celular que ele me deu não tinha um bom sinal, nem para internet. Aos finais de semana eu ficava em casa sozinha, pois ele dizia que ia para outro estado a trabalho. Saia na sexta à noite e só voltava no final da tarde de domingo. Até que um dia, em um dos momentos de distração dele, consegui mexer no celular e vi diversas mensagens de outras mulheres que ele se relacionava e enganava, nos EUA e também no Brasil”, desabafou a brasileira inconformada. “Meu mundo desmoronou”, conta.

“Como percebi que eu não conhecia o verdadeiro J.L, mesmo desestabilizada emocionalmente, fiquei com medo de viver tudo que já tinha vivido com agressões do meu ex-marido no passado. Mesmo desesperada, com vontade de voltar para o Brasil correndo, fiquei quieta e esperei o momento certo para agir. Certo dia ele levou um casal de conhecidos brasileiros dele para jantar. Ele não deixava eu conversar muito com o casal, toda vez que ia conversar algo, ele me interrompia. Fui até o banheiro, escrevi um bilhete dizendo que eu precisava de ajuda, mas sem entrar em detalhes, pedindo para a mulher pelo amor de Deus não comentar com ninguém, pois podia estar em risco. Na hora de nos despedirmos, disfarçadamente entreguei o bilhete na mão da dela, sem que o marido e o J.L percebessem. Passei a noite toda sem dormir, pensando se a mulher me ajudaria ou se contaria direto para o marido ou o próprio J.L sobre o bilhete. No dia seguinte o J.L foi trabalhar e no início da tarde, pela janela, vi um carro estacionando no quintal de casa. Era a mulher que veio jantar em casa na noite anterior, a mesma que eu havia entregado o bilhete. Ela entrou, eu já a abracei e desabei a chorar. Rapidamente resumi o que estava vivenciando naqueles dois últimos meses, desde a minha chegada nos EUA e pedi ajuda. A princípio ela ficou em dúvida em se envolver, mas depois ao perceber a gravidade da situação, acabou aceitando me ajudar, até porque sabia que o histórico do J.L com mulheres não era muito bom. Faltava aproximadamente cinco horas para o J.L voltar do trabalho e eu não podia desperdiçar a oportunidade de sair dali. Rapidamente arrumei minha mala e pedi para ela me deixar no aeroporto. Nos quase 40 minutos que percorremos de carro até lá, fui chorando...Um misto de tristeza e alívio tomaram conta de mim... Desesperada, com medo dele rastrear o celular e ver que eu estava a caminho do aeroporto ou mesmo de, com raiva, ele ir atrás de mim no Brasil. No trajeto a mulher tentava me acalmar, me disse que no Brasil ele não iria pois, ao contrário do que ele me dizia, na verdade ele está no país ilegalmente... Aliás, descobri que nem o nome que ele usava era o verdadeiro... Ao chegar no aeroporto vi que faltava ainda $63 para inteirar o valor da passagem do voo seguinte que tinha para o Brasil, a mulher me arrumou. Agradeci muito e nos despedimos. Chorei muito a viagem toda... Cheguei no Brasil e só então pude respirar aliviada. Vou poder refazer minha vida...Faz pouco mais de um mês que voltei... Encerrei minhas contas nas redes sociais, mudei meu e-mail e telefones. Nunca mais soube dele e nem quero saber... Aliás, não quero saber de relacionamentos amorosos nem tão cedo. Mas mesmo com tudo tão recente, quis fazer esse relato e desabafo para que sirva de exemplo para tantas outras mulheres que se arriscam... Eu tive a sorte de conseguir uma pessoa para me ajudar a sair daquela situação terrível em que eu me encontrava. Agradeço muito a mulher que me ajudou... Sei que muitas mulheres se deixam enganar com relacionamentos na internet... Muitos dão certo, mas tantos outros não dão, pois é fácil enganar quando se está atrás de uma tela de computador ou celular. Pensem muito antes de abandonar sua vida para vivenciar um amor, principalmente se a pessoa estiver em outro país. Quero muito um dia poder retornar aos EUA para passear, e refazer as lembranças que fiquei daquele lugar...”

Fonte: Redação - Brazilian Times

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