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Publicado em 5/12/2023 as 9:00am

Operação desmantela rede de tráfico de armas dos EUA e Paraguai que abastecia facções brasileiras

Da redação Nesta terça-feira (5), a Polícia Federal deflagrou uma operação de grande...

Da redação

Nesta terça-feira (5), a Polícia Federal deflagrou uma operação de grande envergadura visando desarticular uma organização criminosa suspeita de fornecer 43 mil armas para os líderes das maiores facções do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). A movimentação financeira estimada atinge a marca de R$ 1,2 bilhão, indicando a dimensão do esquema.

No total, estão sendo cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 52 mandados de busca e apreensão em três países distintos: Brasil, Estados Unidos e Paraguai. Este último país, em especial, é o foco central da operação, onde se encontra o principal alvo, Diego Hernan Dirísio, apontado como o maior contrabandista de armas da América do Sul. Até o momento, Dirísio permanece foragido.

A Justiça da Bahia, responsável pela condução da operação, determinou que os suspeitos localizados no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol. Além disso, caso sejam detidos, devem ser extraditados para o Brasil, fortalecendo a cooperação internacional no combate ao crime organizado.

A investigação teve início em 2020, quando apreensões de pistolas e munições no interior da Bahia revelaram armas com números de série raspados. A perícia da Polícia Federal permitiu obter informações cruciais, desencadeando uma investigação que culminou na operação desta terça-feira.

A cooperação internacional revelou que um empresário argentino, proprietário da empresa IAS, sediada no Paraguai, desempenhava papel fundamental no esquema. Entre novembro de 2019 e maio de 2022, a empresa importou mais de 16 mil armas, incluindo pistolas da Croácia, fuzis da República Tcheca, rifles e outros armamentos da Turquia e Eslovênia.

As armas eram, então, comercializadas com facções brasileiras, principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O esquema envolvia também doleiros e empresas de fachada nos EUA e no Paraguai.

Dois indivíduos de confiança de Dirísio, Maria Mercedes e Elaine Marengo, foram identificadas como peças-chave no esquema. Elas desempenhavam o papel de intermediárias entre Dirísio e os criminosos brasileiros, facilitando as transações e fornecendo uma cobertura para evitar a vinculação do nome de Dirísio às investigações. Ambas foram presas nesta terça-feira.

A investigação internacional também levantou suspeitas sobre o envolvimento do general Arturo Javier González Ocampo, ex-Chefe do Estado Maior General da Força Aérea do Paraguai. Interceptações telefônicas autorizadas pela justiça indicam que funcionárias da IAS buscavam a influência do general na DIMABEL, órgão militar de controle de armas, visando colocar pessoas de confiança do esquema no órgão. O general foi preso nesta terça-feira, e buscas foram realizadas em sua residência.

A operação evidencia a complexidade do tráfico internacional de armas e a importância da colaboração entre países na luta contra o crime organizado, reforçando o compromisso das autoridades em desmantelar redes que ameaçam a segurança pública.

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