A possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ser alvo de sanções por parte dos Estados Unidos passou a ser tratada com seriedade no meio político brasileiro. Segundo o cientista político Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy, “caiu a ficha” em Brasília sobre o risco real da medida.
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Cresce em Brasília temor de sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes, aponta analista

Da redação
A possibilidade de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ser alvo de sanções por parte dos Estados Unidos passou a ser tratada com seriedade no meio político brasileiro. Segundo o cientista político Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy, “caiu a ficha” em Brasília sobre o risco real da medida.
Em entrevista ao programa WW, da CNN Brasil, nesta sexta-feira (23), Barreto afirmou que autoridades brasileiras começam a compreender que as articulações internacionais de líderes bolsonaristas, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), não se tratam apenas de bravatas, mas de uma estratégia bem coordenada para pressionar o governo americano.
“Agora há um jogo de xadrez. Como o senador Marco Rubio disse, eles estão em processo de apresentação de provas. A depender da reação do governo brasileiro, a simples ameaça da aplicação da lei pode criar o ambiente político necessário para acelerar esse processo nos Estados Unidos”, avaliou Barreto.
O analista também destacou que Brasília foi pega de surpresa pela gravidade do cenário e ainda tenta entender se o movimento americano já está decidido ou se ainda há margem para uma solução diplomática.
Para Barreto, a inação da diplomacia brasileira em Washington contribuiu para que apenas uma narrativa — a da oposição ao ministro Moraes — ganhasse força no debate político dos EUA. “Há uma lacuna de atuação institucional, e isso permitiu que o discurso de líderes bolsonaristas moldasse a percepção americana sobre a situação no Brasil”, afirmou.
O senador Marco Rubio, figura influente no Partido Republicano, tem defendido publicamente sanções a Moraes com base em supostas violações à liberdade de expressão. Em Brasília, cresce a preocupação de que o tema possa ganhar tração no Congresso americano, ampliando a tensão entre os dois países.
Barreto concluiu alertando que o governo brasileiro precisa reagir com rapidez e estratégia: “O tempo para respostas diplomáticas está se esgotando. O que antes parecia improvável, agora é uma possibilidade concreta.”
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