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Publicado em 30/03/2008 as 12:00am

'Papai Noel da Confiança' recebe Cidadania Americana

Perfil de Francisco Rodrigues da Silva: um homem de coragem que deixou o seringal acreano e hoje distribui presentes à comunidades carentes no Brasil

Por Elizabeth M. Simões

 

 

Francisco Rodrigues da Silva, o conhecido Papai Noel da Confiança, jurou a bandeira e tornou-se cidadão americano, no dia 18 de Março. Ele considerou a sua cidadania um dos presentes que recebeu ao longo dos seus 74 anos de vida. Nascido em um seringal na cidade de Tarauaca, no Acre, teve uma infância pobre e sem nenhum presente de natal. Em entrevista ao jornal Brazilian Times, ele contou quais foram os seus sonhos  e suas conquistas.

 

 

Presentes sem laço de embrulho

A educação que ele recebeu de Zilda Rodrigues, sua mãe, permitiu que criasse ânimo para lutar pelos seus objetivos, "Ela, era analfabeta, mas sabia da importância dos estudos, por isso cobrava meu rendimento nas aulas e fazia questão de que eu aprende-se todas as matérias. Ela cortava pedaços de papel e testava meus conhecimentos, ela insistia para que fizesse as lições corretamente. Aos oito anos de idade tive a minha primeira aula de inglês." disse Francisco.

A boa postura e a apresentação pessoal foi aprendida pouco a pouco no convívio com os comerciantes árabes ao redor da calábria, (ponto de comércio de ferragem, tabaco e outros artigos à margem do rio).

Aproximou-se dos árabes e aprendeu a se comportar no meio dos burgueses. Elegância aliada a sua boa educação, Francisco descobriu como ser agradável e despojado.

 

 

Cidade Maravilhosa - Aos 16 anos de idade julgou estar pronto para deixar o seringal e mesmo sobre choro e apelo de sua mãe, Francisco foi até o aeroporto e tentou embarcar de graça numa aeronáve militar, "Eu convenci o sargento que precisava ir para o Rio de Janeiro. Ele achou a minha atitude audaciosa, hesitar, mas concordou. Quando dei por conta, estava sentado ao redor das famílias dos militares, dentro de um velho avião que dividia espaço com as bagagens amarradas por uma rede".

Francisco não completou a viagem, teve que descer no Belém porque foi descoberto por outro militar, não tão generoso. O Rio de Janeiro, cidade dos seus sonhos, ficou adiada para outro natal.

 

 

Presente de Deus:  A vida ensinou a lutar - Simpático e bem educado, conseguiu trilhar uma excelente carreira profissional. Usou todo o seu aprendizado no seringal para desenvolver liderança e sucesso nas empresas em que trabalhou. Foi representante de laboratório, chefe de armazém da companhia Souza Cruz, até que em 1958 partiu de São Paulo para o Rio de Janeiro. "O gerente do Instituto Vital Brasil disse que me contrataria caso respondesse como tirar um elefante de um banheiro. Eu respirei fundo e com bom humor respondi - Eu contrataria um domador de circo! Ele riu e eu, finalmente, consegui o meu emprego no Rio de Janeiro".

A velha sensação do seringal começou a incomodar novamente, "era hora de um novo desafio".

Francisco aceitou o convite do amigo, atualmente, colunista do Brazilian Times, Phydias Barbosa e desta vez, em um avião mais moderno, ele aterrissou na Flórida-USA, em 1992. A desenvoltura mais uma vez ajudou Francisco a conseguir boas oportunidades comerciais e hoje, ele comemora por ter chegado ao cargo de relações públicas da empresa Confiança. Atualmente, ele representa a Brasil Courier.

 

 

Cidadania Americana- Mas, Francisco também teve motivos para chorar, "Meu coração foi partido duas vezes, primeiro na morte da minha filha Carla Barbosa da Silva e depois, da minha esposa e grande amiga Regina Araújo, para quem eu prometi que tiraria o documento de cidadão americano". E depois de uma pausa breve, lembrou-se de outros três presentes recebidos em sua vida, os filhos André Kinder Rodrigues, Clarice Kinder Rodrigues e Ricardo Barbosa. "Quando recebi o carimbo de aprovação no meu documento de cidadania, perdi o chão, não sabia se gritava, se sorria, fiquei confuso, a emoção é tão forte que te deixa confuso."

 

 

Papai Noel legítimo - No mês de Julho, Francisco deixa a barba crescer para encorporar naturalmente o papai noel e diz "Ele é que se parece comigo", brincou. Todos os anos ele viaja até Várzea Alegre, cidade interiorana de Fortaleza-CE. Para isso ele atravessa o rio de balsa e viaja vários quilômetros de estrada até chegar na vila e entregar uma tonelada de presentes. A tribo indígena Manacapuru, no interior do Amazonas, também é agraciada pela visita do Papai Noel. Francisco Rodrigues da Silva é um homem cuja história é digna de um verdadeiro conto natalino.

Fonte: (Brazilian Times)

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