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Publicado em 2/05/2008 as 12:00am

"Eu demitiria o Fausto", diz A ex-funcionária do Centro do Imigrante Brasileiro, Cláudia Tamsky,

A ex-funcionária do Centro do Imigrante Brasileiro, Cláudia Tamsky, diz que se fosse diretora executiva da entidade, demitiria o atual diretor Fausto da Rocha

 

Por Elizabeth M. Simões

 

As ex-funcionárias do Centro do Imigrante Brasileiro (CIB), Helen Sinzker e Cláudia Tamsky convocaram uma coletiva de imprensa na quarta-feira (30 de Abril), em Allston-Massachusetts. O motivo do pronunciamento foram as recentes declarações realizadas por Fausto da Rocha, diretor executivo do CIB, aos veículos de comunicação.

Fausto disse publicamente que a demissão das duas funcionárias foi provocada pela falta de dinheiro na entidade e atribuiu o declínio financeiro a administração de Cláudia. Durante a coletiva, Cláudia explicou que é secretária executiva e que a sua função nesse cargo era apenas o de coordenar o escritório. "Nunca tive autoridade para controlar o dinheiro que entra e saí do CIB. Não decidia o que comprar, nem assinava ordens de pagamento. O meu trabalho era atender o telefone, preencher cheques e outras rotinas de escritório. A forma como o CIB aplica o dinheiro é de responsabilidade do diretor executivo", defendeu-se Cláudia.

Ela também criticou as justificativas dadas por Fausto que teria dito não saber da queda do saldo na conta do CIB, "ele sempre teve acesso a conta e já sabia que o fluxo de caixa havia diminuido, "É comum na nossa história culpar a secretária e o mordomo.", desabafou.

Em seguida deu à sua opinião, "Se eu fosse realmente o diretor executivo com poderes para tomar decisões, a primeira delas seria: Demitir o Fausto!", observando as expressões surpresas ela contornou, "Mas eu readmitiria-o como relações públicas ou marketing. Ele é uma pessoa muito agradável."

Mas ao longo da coletiva, Claúdia também se contradisse, "O Fausto poderia ter conseguido mais colaboração dos patrocinadores se tivesse mantido um relacionamento contínuo para conquistar a  confianca deles," ela também mencionou a existência de um funcionário que não estava na folha de pagamento do CIB, mas preferiu não dar mais detalhes sobre a movimentação interna da entidade, completando, "O CIB é fundamental para defender o imigrante".  

Em outro momento ela sugeriu a criação de um conselho para fiscalizar e decidir onde as verbas poderiam ser melhor aplicadas. Ao ser questionada por que ela gostaria de criar um conselho para decidir sobre o destino do dinheiro, Claúdia argumentou que era uma decisão democrática. Luciano Sodré, jornalista do Brazilian Times perguntou "Então, por que você demitiria o Fausto?", e ao refazer a pergunta ela esquivou-se, "Vocês estão me jogando contra a parede!".

Após o depoimento tenso de Cláudia, a funcionária Helen, que ocupava o cargo de Workers Rights' comentou a sua decepção, "Comecei como voluntária no CIB, entrei na luta comunitária para questionar e eu não vou ficar calada. Num dia eu estava empregada e tinha o visto H1B. No entanto, eu não tive nem sequer um mês de prazo para tentar uma solução, de uma hora para a outra fiquei sem emprego e indocumentada. Isso foi uma irônia, porque agora sou eu quem está na mesma situação dos brasileiros injustiçados, dos quais eu mesma costumava defender no CIB. Não poderia imaginar-me na situação deles. O que aconteceu foi uma demagogia e hipocrisia"

A ex-funcionária ainda tentou negociar com Fausto ,"Eu pedi para ele deixar eu trabalhar pelo menos três horas e até ofereci doações para o CIB na tentativa de manter o meu status imigratório.", disse Helen.

Segundo ela, Fausto teria pedido para que as demissões fossem mantidadas em segredo, "Depois de arrasada e demitida, ainda tive que manter segredo absoluto, isso dificultou à procura de um novo emprego. Me senti abandonada.", disse Helen

Em entrevista por telefone com Fausto da Rocha, o diretor do CIB enfatizou, "Não houve violação do direito do trabalhador, nem mesmo do imigrante. O CIB cumpriu com todas as normas e responsabilidades, fomos bem claros. Nada foi feito na calada da noite", em seguida respondeu que Helen foi avisada da possibilidade de demissão com 2 ou 3 meses de antecedência, mas, que mesmo desempregada continua apoiando as manifestações pró- imigrantes, garantiu ao BT que ele havia mencionado apenas a redução de jornada, "No dia 15 de março ele havia concordado em assinar as 3 horas de part-time." Para ela a demissão 2 dias antes da festa que comemorou os 13 anos de fundação do CIB foi uma desagradável surpresa.

Fonte: (Brazilian Times)

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