Brasileiros sentem no bolso alta da gasolina

Luciano Sodré

A alta do preço da gasolina nos Estados Unidos, que atingiu máximas históricas na última semana, aliada à piora da situação financeira das famílias norte-americanas, reduzirá os deslocamentos no próximo feriado do "Memorial Day" (Dia da memória, em inglês), segundo previsão da Associação Automobilística Americana (AAA).

Os brasileiros também sentiram no bolso a elevação dos preços. É o caso da goiana Ana Franco, 47 anos, que trabalha com delivery na região do Metrowest. Ela explica que  ficou assustada com a alta do preço, "pois há poucos meses esteve visitando o Brasil e quando retornou se deparou com esta elevação".

Ana comenta que há três meses gastava média de $60.00 por semana, em gasolina, e que agora suas despesas subiram para $90.00 semanais. "Acredito que muito em breve o valor do galão (pouco mais de 3,78 litros) chegará a $5.00", afirma. Com essa alta, a goiana está controlando as suas saídas e usando uma gasolina mais barata (baixa qualidade).

Na mesma situação está o mineiro de Conselheiro Pena, Waldir Geraldo, 51. Ele é proprietário de uma companhia de housecleaner. "Minha equipe realiza a limpeza de seis casas por dia e nos últimos meses minha despesa com gasolina praticamente triplicou", fala salientando que precisa de veículos para locomover os seus funcionários.

Segundo ele, lhe restam apenas duas opções - ou reduzir o número de funcionários ou aumentar o valor cobrado pelo serviço - "Não tenho outra escolha, pois caso contrário terei que fechar a minha empresa", finaliza.

UM PONTO A FAVOR

Uma pesquisa recente, divulgada por Universidade de Washington, em Saint Loius, mostrou que a alta no preço da gasoline está servido para ajudar os estadunidenses a emagrecer. O estudo apontou que a cada $1.00 a mais por galão de combustível, equivale a 15% menos peso em cinco anos. A gasolina mais cara pode reduzir a obesidade ao induzir as pessoas a andar ou usar a bicicleta em vez de dirigir e a comer em casa no lugar das idas a restaurantes.

O autor da tese afirmou que um forte aumento no peso da população se deu no período em que o valor da gasolina caíu bastante. O combustível teve uma queda de US$ 1,50 por galão em 2000. Já em maio deste ano foi registrada uma alta de US$ 3,22 em alguns lugares.

FERIADÃO

Conforme os dados da AAA, no próximo final de semana, Memorial Day (Dia da Memória), aproximadamente 37,87 milhões de norte-americanos estará se deslocando por mais de 80 quilômetros, o que representará uma redução de 1% em relação ao ano anterior.

Ainda de acordo com a previsão da associação, 83% das pessoas se deslocarão em carro (31,7 milhões de pessoas), também 1% menos que no ano passado, enquanto 11% planejam viajar de avião.

Essas reduções se devem, em parte, ao encarecimento da gasolina, que está sendo vendida, em média, a US$ 3,78 por galão (3,78 litros), o que significa US$ 0,68 a mais que há um ano e o preço mais alto da história.

LISTA DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS MAIS BARATOS