Publicado em 22/05/2008 as 12:00am
Com dimensões superlativas, a Amazônia concentra a maior biodiversidade já conhecida.
A Amazônia representa um terço das florestas tropicais do mundo e é essencial para o clima e a diversidade biológica do planeta.
Para piorar, rumores de sua internacionalização eclodem nos quatro cantos da Terra. O agrônomo Mauro Victor advertiu em seu livro "Brasil, Capital Natural" o seguinte: "se o Brasil não conseguir debelar a destruição da Amazônia por convicção, ele será obrigado a fazê-lo por conta das pressões externas; estas serão em primeiro lugar econômicas e comerciais, e depois se tornarão políticas e até mesmo militares". E, no último dia 18 de maio, o "NY Times" jogou gasolina na fogueira: "a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país". Um assunto martelado inúmeras vezes pela imprensa, como, em 1989, quando o ex-vice-presidente americano, Al Gore, falou: "Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós"; no mesmo ano, o Grupo dos Cem da Cidade do México, esboçou: "Só a internacionalização pode salvar a Amazônia"; em 1990, o Congresso de Ecologistas Alemães, comentou: "A Amazônia deve ser intocável, pois se constitui no banco de reservas florestais da humanidade"; em 1992, o Conselho Mundial das Igrejas Cristãs, em Genebra, notificou: "A Amazônia é patrimônio da humanidade. A posse desse imenso território pelo Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador é meramente circunstancial". Porém, em 1980, o caso foi longe demais. O G-23 apoiou a criação da PRINFA (Primeira Reserva Internacional da Floresta Amazônica) sob alegação da floresta estar "localizada na América do Sul, uma das regiões mais pobres do mundo e cercada por países irresponsáveis, cruéis e autoritários. Fazia parte de oito países diferentes e estranhos, os quais, em sua maioria, são reinos da violência, do tráfego de drogas, da ignorância, e de um povo sem inteligência e primitivo". E o "Estadão" também publicou denúncia gravíssima de uma brasileira residente nos EUA: "Os livros geográficos americanos estão mostrando o mapa do Brasil amputado, sem o Amazonas e o Pantanal. Eles estão ensinando nas escolas que estas áreas são internacionais, ou seja, em outras palavras, eles estão preparando a opinião pública deles, para dentro de alguns anos se apoderarem do nosso território com legitimidade".
Os olhares invejosos dos estrangeiros sempre estiveram, de alguma maneira, focados nas riquezas amazônicas. Conforme a BBCBrasil noticiou, a Indonésia pretende "criar" uma floresta maior que a nossa. O megaprojeto está calcado nas novas leis daquele país, obrigando todos os casais ao contraírem núpcias se responsabilizarem pelo plantio de cinco árvores. Mas o compromisso é aumentado nos casos de divórcio. Para dissolução do matrimônio os cônjuges terão de plantar vinte e cinco árvores. Isso quer dizer que "em menos de 66 anos a Amazônia pode perder sua graça e ser apenas a segunda maior floresta do mundo" (?). Diante de tais absurdos, os brasileiros encabeçam campanhas no sentido do governo se empenhar mais na preservação da nossa floresta. Uma delas é o manifesto "Amazônia Para Sempre", da atriz Cristiane Torloni, Victor Fasano e Juca de Oliveira, que reuniu um milhão de assinaturas. Se não acordarmos logo, a Amazônia se converterá na terra de ninguém. Até os cantos dos pássaros e as vozes dos animais estão sendo abafados pelos ruídos das motosserras e pelos gritos de... MADEEEEIRA!!!. À beira das matas, "árvores" importantíssimas, tão ricas quanto o mogno, são tombadas de forma criminosa nessa guerra ambiental: Vicente Cañas; Chico Mendes; Ademir Alfeu Federicci, o Dema; Miguel de Freitas da Silva; Bartolomeu Morais da Silva; Dorothy Stang, além de, "só no estado do Pará, 800 pessoas assassinadas... nas últimas décadas".
Enfim, independente dos discursos demagógicos e dos engodos políticos, o governo precisa buscar soluções urgentes, não esperar que o povo arranque o resto dos cabelos para conter a "calvície amazônica" e siga tombando cruelmente em defesa do nosso valioso patrimônio.
Fonte: (Brazilian Times)