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Publicado em 5/06/2008 as 12:00am

Reforma de Saúde gera 340 mil novos segurados em MA

Estudo revela que 70% da população do estado apóia medida

Eduardo A. de Oliveira

EthnicNewz.org

A saúde de Massachusetts vai muito bem, obrigado.
Pelo menos foi isso que apontou nesta terça-feira, 3, o primeiro estudo sobre o impacto dos dois primeiros anos da reforma de saúde em Massachusetts nos residentes do estado. Dos 3.000 residentes consultados, com idades entre 18 e 64 anos, 13% não possuíam nenhuma cobertura de saúde em outubro de 2006. Esse número caiu para apenas 7% de não-segurados no outono de 2007. Desde 2006, 340.000 pessoas obtiveram novos planos de saúde em Massachusetts.

A pesquisa foi conduzida pelo Urban Institute, organização apartidária de Washington D.C., e patrocinada pelas fundações Blue Cross Blue Shield e Robert Wood Johnson, e também pelo The Commonwealth Fund.

Um dos impactos mais claros da reforma conhecida como Capítulo 58, foi o número de pessoas que passaram a visitar o médico como medida preventiva, subindo de 65% para 70%.  E com mais trabalhadores segurados, caiu o custo de serviços àqueles que tiveram que pagar do próprio bolso. Em 2006, 48% dos consultados pagaram US$ 500 ou mais para ser atendido. No ano seguinte o número caiu para 37%.

Até o número trabalhadores de baixa renda que reclamavam do atendimento caiu de 36% para 30%. No entanto, o estudo indica, um dos obstáculos continua a ser o acesso aos serviços de saúde, principalmente àqueles recém-segurados, incluindo imigrantes. Em 2006, cerca de 4% se disseram incapacitados de encontrar um médico, contra 7% no ano passado.

"Pode ser que isso esteja acontecendo entre pessoas que ainda não sabem como usar o sistema por terem recebido seguro agora. Mas, é importante ressaltar que apenas 10% dos trabalhadores de baixa renda não adquiriram cobertura de saúde por causa do preço dos planos," disse a doutora Sharon K. Lang, a investigadora-chefe da pesquisa.

Em geral, o tom que permeou o seminário organizado pela Fundação Blue Cross Blue Shield na biblioteca presidencial John F. Kennedy, em Boston, foi otimista.
"Estou confiante de que a reforma já retirou toda a ansiedade das famílias que não tinham cobertura de saúde. Nós devemos nos orgulhar sobre tudo que fizemos neste estado," disse Savatore DiMasi, o relator do Câmara dos Vereadores de Massachusetts, um dos maiores críticos do atual governador.

A doutora Jacqueline Spain, diretora do Holyoke Health Center, foi uma das mais aplaudidas. Spain apontou os desafios futuros da reforma e ofereceu um olhar sobre quem está mais se beneficiando com a histórica lei que trouxe a Massachusetts a chancela de estado pioneiro.

"Veja o Senhor Santiago, que antes da reforma, não conseguia tratar a sua diabetes. Ou o Senhor Perez, que sofre de câncer intestinal, e agora vai poder arcar com custos de remédios," disse Spain.

Mas ela também fez um apelo mais para Washington do que para Beacon Hill.
"Nós não oferecemos cobertura universal ainda. Os indocumentados são exemplo de um grupo que ainda está de fora. É muito importante mantermos contato com estes imigrantes para que quando o mundo da política resolver o problema a gente possa incluí-los na reforma da saúde."

Em entrevista ao ETHNIC NEWSWIRE, Jacqueline Spain disse que como "indocumentados fazem parte do grupo para os quais o governo não reembolsa os serviços oferecidos," fica mais difícil a eles receber tratamento. Spain disse também que foi uma manobra política (de Mitt Romney, o governador em exercício quando a reforma foi aprovada) por não ter incluído os indocumentados na cobertura de saúde.
A presidente do Senado Estadual, Therese Murray, também falou da necessidade de se estender cobertura de saúde aos trabalhadores sem documentos.

" Enquanto a gente não oferecer serviços aos indocumentados, os hospitais vão se sentir pressionados, porque eles 'engolem' o custo todo pelo atendimento."
Murray disse também que é preciso prestar atenção na distribuição da nova mão-de-obra médica que se forma no estado, para garantir atendimento em todas as áreas da Medicina.

"Enquanto em 1998, 55% dos residentes de Medicina entravam para a carreira de clínicos gerais, em 2005 este número caiu para 20%," disse ela.

Já a Secretária Estadual de Saúde, Dra. JudyAnn Bigby, preferiu dar uma resposta àqueles que criticaram a reforma nos momentos da sua concepção.

"Muitos disseram que a reforma seria o próximo Big Dig. Mas deixa eu te dizer, na reforma não há vazamentos. Que vergonha, vocês terem criticado," disse Bigby.

Um dos grandes sucessos da reforma até agora é o alto nível de aprovação entre todas as classes sociais do Estado. Em média, 71% dos trabalhadores apóiam a medida, e 70% dos empregadores estão participando, como patrocinadores parceiros do Estado na cobertura de seus empregados.

"Para mim, esta reforma é uma questão pessoal. Porque na minha congregação há pessoas que só conseguiram seguro após 15 sem cobertura através dela. O que não podemos é deixar empregadores como o Wal-Mart explorar o sistema sem oferecer seguros para os seus empregados," disse o reverendo Hurmon Hamilton Jr., presidente da Greater Boston Interfaith Organization.

"A reforma é o assunto que os governadores mais me perguntam quando visito Washington D.C. Tenho orgulho das estórias que contamos do nosso estado," disse o governador Deval Patrick.

O governador também ressaltou que desde que a reforma foi instalada, o número de hispânicos que visitam um médico regularmente pulou de 70% em 2006, para 81% em 2007.
Mais o governador também ressaltou que ainda há desafios.

"Este plano já custou mais do que o previsto no ano fiscal de 2007 e vai custar mais no próximo ano."
No entanto, disse Patrick, as responsabilidades estão sendo divididas entre vários setores da sociedade, como empregadores, segurados, Estado e provedores.

"Esta reforma não é um conceito abstrato, já é realidade," disse Patrick.

Fonte: (Brazilian Times)

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