Publicado em 15/07/2008 as 12:00am
O caipira mais famoso da América, Sô Zé, arruma as malas para deixar os EUA.
Sô Zé, iniciou negocições com emissoras de televisões brasileiras e prepara-se para deixar os Estados Unidos, em Janeiro, de 2009.
O humorista André Luiz Ferreira, que interpreta o popular Sô Zé, iniciou
negocições com emissoras de televisões brasileiras e prepara-se para deixar os
Estados Unidos, em Janeiro, de 2009. Em entrevista, exclusiva, o mineiro da
cidade de Conselheiro Pena disse ao jornal Brazilian Times que irá continuar encenando os mesmos modos do
personagem simplório que migrou da roça para a América do Norte.
Neste ano, em Fort Lauderdale-FL, André recebeu o importante troféu
Press Award, na categoria "Destaque no
Teatro". Em evidência, antes mesmo de deixar o país, ele já está contratado por
diversos teatros e casas de shows na Região Sul do Brasil, além de ser bem cotado
para apresentar um dos quadros do programa Zorra Total, da Rede Globo de
televisão.
BT: Como foi o nascimento do
personagem Sô Zé?
André: O caipira começou a ser criado numa pequena apresentação
improvisada na Usiminas Mêcanica, em Ipatinga-MG, onde eu trabalhava. A peça
foi tão elogiada que desde então eu nunca mais parei.
Fui para a roça de verdade e observei como os roçeiros se comportavam,
copiei expressões e incorporei a simplicidade deles. Aos poucos os trejeiros dos
roçeiros matutos, como coçar a cabeça, mexer no nariz e a divertida maneira de
contar histórias foram ficando cada vez mais espontâneos nos meus shows.
BT: Nerson da Capitinga,
interpretado por Pedro Bismarck na "Escolinha do Prof. Raimundo" serviu de
influência?
André: Não, eu sempre admirei o comediante Mazzaropi, ele sem dúvida
contribuiu para idealizar o Sô Zé. Eu aprendi algumas facetas do humor assistindo
os shows dele. Meu primo era porteiro e sempre me colocava para dentro. (risos)
Quando cheguei em Newport-MA, em 2002, também conheci alguns imigrantes
que me inspiraram e complementaram o Sô Zé. O timbre da voz, de taquara rachada,
e o inglês confuso deram mais estilo ao caipira.
Meu amigo mineiro João Paió, que morou em Medford contava histórias
incríveis e exageradas de sua terra, que eu reproduzia nos shows. De vez em
quando ele ainda resmungava comigo: Pare de fazer fofocas minhas!
O jeito bruto e engraçado de lidar dos imigrantes portugueses também
renderam boas imitações. Sem falar das piadinhas de português.
BT: Ao longo desses seis anos,
você já havia planejado voltar para o Brasil?
André: Sim (respirou fundo). Em 2006 eu até fiz um show de despedida,
mas alguns empresários e promoters
insistiram em mais uma turnê pelos EUA e o sucesso das apresentações adiou os
meus planos até hoje.
O curioso é que foi por causa dessa despedida
na Flórida, é que eu conheci a minha esposa Eliziane Chambers. Na verdade, ela
não queria saber de mim, Eliziane se apaixonou pelo Sô Zé (brinca). O intrometido
do André foi quem atravessou o caminho e deu um beijo desprevinido nela. (mais
risos)
BT: Você já falhou alguma vez no
palco?
André: Fazer shows em restaurantes ou churrascarias não é muito fácil,
porque eu perco a concentração quando os celulares tocam ou alguém grita:
Garçom uma rodada de chops. Mas acho que uma das falhas mais engraçadas aconteceu
quando eu apontei para uma mesa vazia e disse: Gostaria de agradecer a
comunidade espírita que veio me assistir hoje! Fui andando em direção fingindo
que estava apertando as mãos das almas e derrepente tropeçei e me espatifei no
chão, a platéia nunca riu tanto.
Box
HUMOR
Sô Zé também fala em entrevista exclusiva ao Brazilian Times
BT: Qual será a sua primeira
providência ao chegar no Brasil?
Sô Zé: Pescar, contar causos com os amigos e beber cachaça, hehehe.
BT: Qual foi a sua maior
dificuldade nos EUA?
Sô Zé: Falar inglês. Creio em Deus Pai! Essa tal de língua inglesa num
entra na minha cabeça di jeito nenhum, não, sô!
BT: Você tem medo de voar de
avião?
Sô Zé: Uai sô, si tenho! Nunca vi um bicho tão pesado voar e nem asa ele
bate. Sabe cumé qui é né, ninguém morre antes da hora, mas se essa hora for a
do piloto...
BT: O quê você vai levar dos EUA?
Sô Zé: Vou embora em janeiro justamente pra recolher um montinho de neve
pra matar a saudade. Tô pensando até em levar um poquinho mais pra colocar
anilina e vender como sorvete.
BT: Qual é o seu recado de
despedida para os fãs?
Sô Zé: Pra ocês que tão ficando, eu dou o meu inté logo. Num tô disapontando
nem abandonando ocês, só qui tenho qui ver como é que vão os negócios da minha
mulher Nadira lá no Brasil.
Todo o mês eu mando o dinheiro para o necessário, mas já tô disconfiando
que "Necessário" é o nome de batismo do amante dela. Irc!
Ra ra ra, vou vortá e ôceis sabem disso. É chovê no molhado!
Fonte: (Brazilian Times)