Publicado em 17/07/2008 as 12:00am
Quer ir embora, por quê?
A matéria que publicamos na semana passada deu o que falar. Alguns já até desistiram de comprar a passagem só de ida.
A matéria que
publicamos na semana passada deu o que falar. Alguns já até desistiram de
comprar a passagem só de ida. Isto é, Dona Maria da Silva, que mora em East
Boston, disse-nos que, mesmo com a situação no Brasil não parecer melhor que
dos EUA, está com uma "One Way" marcada para Dezembro e não deseja mais voltar
a Massachusetts. "Primeiro, né, por causa da minha situação, a de ter ficado
aqui muitos anos indocumentada, pode causar um problema se eu quiser voltar
pela porta da frente. E segundo, porque estou morrendo de saudade de filhos,
sobrinhos e netos." Roger Santos, de
Medford, afirma que já está com quase tudo pronto para voltar para o Brasil,
mas adiou sua volta (tem que ser uma One Way), para o segundo semestre de 2009.
"Quem sabe o novo presidente faz uma abertura ou até mesmo uma anistia?" Ele
tem esperança, minha gente.
Esperança que deveria
morar no coração da maioria do povo brasileiro que vive aqui, agora até com a
possibilidade de poder votar em seu próprio candidato local. Brasília deverá
aprovar a nova lei em breve.
O Brasil ganhou
reputação como emissor de imigrantes durante a recessão do início dos anos
1990, com o Fernando Collor congelando os cruzados de milhões. Entre 300 e 400
mil pessoas deixaram o país para morar nos Estados Unidos, sobretudo em
subúrbios ao redor de Boston, MA e Fort Lauderdale, FL. Massachusetts era,
então, bastante atraente.
Entre os fatores que
fizeram os Estados Unidos "menos atraentes" para os brasileiros estão
"o enfraquecimento do dólar, o custo de vida crescente nos Estados Unidos,
o colapso de qualquer esperança de uma reforma migratória e uma política cada
vez mais dura (em relação ao tema)".
Agora, a discussão
paira sobre a cabeça da maioria desses milhares de imigrantes ? principalmente
os indocumentados ? a respeito de valer a pena ficar nos EUA ou voltar para o
Brasil.
Mas, no Brasil, os
preços sobem
A cesta de compras das
famílias no Rio de Janeiro ficou 13,39% mais cara no primeiro semestre do ano,
de acordo com levantamento da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro
(Fecomércio-RJ). Em seis meses, o custo da cesta saltou de R$ 338,62, em
dezembro de 2007, para R$ 383,96 em junho. Dos 39 itens que compõem a cesta de
compras, 28 tiveram variações positivas nos preços.
Em outras cidades,
como Belo Horizonte e Goiânia, o avanço nos seis primeiros meses deste ano
supera a variação registrada no acumulado de todo o ano de 2007, que foi em
média de 13,13%. Nos primeiros seis meses do ano passado, a alta tinha sido de
3,33% em BH e 3,75% em Goiânia. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 24,14%
em BH e 26,2% em Goiânia. Os produtos que mais subiram de preço no primeiro
semestre deste ano foram tomate (166,65%), cenoura (75,45%), cebola (63,85%),
feijão (60,41%) e arroz (44,22%). Em sentido contrário, houve deflação em
alface (-8,60%), papel higiênico (-8,25%) e banana prata (-7,87%). Para as
famílias com rendimento até oito salários mínimos, a alta, no Rio, foi de 15,20%. Já para as que recebem acima
desse valor, foi apurada uma alta de 12,09%.
Em junho de 2008, a
cesta avançou 2,56%. O arroz foi o item que mais encareceu (13,21%), seguido
pela cenoura (12,63%), carne bovina de segunda (11,61%) e feijão (10,77%). Em
contrapartida, os produtos que computaram as variações negativas mais intensas
foram o tomate (-6,46%), a banana prata (-6,01%), a cerveja (-4,80%), a maçã
(-4,64%) e a alface (-4,12 %).
Nesse período, entre
as famílias que recebem até oito salários mínimos, verificou-se aumento de
2,75% nos gastos, e para as que ganham acima desse valor, o reajuste foi um
pouco menos intenso, de 2,43%. O levantamento apurou 6.440 preços, coletados em
200 locais, em 3 cidades diferentes,
referentes a 39 produtos (32 de alimentação, quatro de higiene e três de
limpeza), de maior peso no orçamento, consumidos por famílias de dez diferentes
faixas de renda.
Brasil não está imune
O Brasil está
protegido da crise mundial de alimentos, graças ao progresso da agricultura
familiar, mas não está imune às ameaças do aumento de custo. A avaliação é do
ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Para ele, o governo
precisa agir com responsabilidade e "tomar todos os cuidados". "Quando
há uma crise de preços de alimentos, a gente sabe que quem sofre primeiro e
sofre mais são as camadas mais pobres da população", acrescentou, ao participar
de entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação,
em Brasília. ? A gente tem que impedir que isso aconteça produzindo mais
alimentos, alimentos que a gente consome no dia-a-dia. Por essa razão, segundo
Cassel, a aposta do governo federal é ampliar a produção nacional, em um
período de três anos, para 18 milhões de toneladas por meio da
"modernização acelerada" da agricultura familiar. "Estamos
convencidos de que a crise é séria, mas que encontramos o caminho certo para
enfrentá-la", ressaltou. "A dona-de-casa e o trabalhador, quando vão ao
supermercado, compram feijão, arroz, pão, leite. É com isso que a gente tem que
se preocupar. A gente tem que garantir a produção de tudo isso para que os
preços baixem no supermercado".
Enquanto isso, no
Market Basket
O supermercado
preferido por 9 entre 10 consumidores brasileiros é famoso por praticar preços
mais em conta do que o Stop & Shop, Shaws, Foodmaster e outros. Uma dona de
casa, listinha na mão, afirmou à reportagem: "Prefiro vir aqui com 100 dólares
e comprar o básico para a semana lá em casa. No Stop & Shop, as mesmas
compras sairiam entre $130 e $140. Consigo economizar para ajudar a bancar a
gasolina da semana".
Mesmo americanos de
classe média preferem comprar no Market Basket, por encontrarem sempre preços
mais baixos. Alguns reclamam do barulho de crianças e conversas em voz alta,
algo comum na população latina que também prefere o Demoullas. O melhor, dizem
alguns, para uma boa e tranquila compra, o melhor é fazê-las cedo, logo depois
que abrem a porta, ou bem tarde da noite, antes de fecharem.
Cinco estrelas para os
preços, Zero para as longas filas, clientela mal educada e mal atendimento no
Deli, são outras reclamações. Mas?compensa?
Fonte: (Da Redação)