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Publicado em 29/07/2008 as 12:00am

Família acusa polícia de MA de assassinar brasileiro

Pai de Amdré Martins, morto em West Yarmouth, quer justiça e virá aos EUA buscar o corpo do filho

Na madrugada de domingo (27), o pintor paranaense de Cianorte, André Carlos de Castro Martins, 25, morreu baleado por um policial, durante uma blitz, em West Yarmouth-Massachusetts. Ele dirigia um Lincon preto e estava à caminho da casa de Camila Campos, mãe de seus dois filhos, Daniel e Letícia, de 2 e 5 anos de idade. 

O carpinteito Leonardo Lima, um dos melhores amigos do casal, contou que Camila ainda está em estado de choque. Ela estava no veículo com André e abaixou-se no banco, ao ouvir os disparos. “Eu viu seu namorado agonizando até a morte e não pode fazer nada”, conta a brasileira.

“Depois, os policiais retiraram os dois do veículo e ela foi algemada. Camila só foi liberada após a constatação do grave estado de saúde de André”, contou Leonardo.

Conforme Leonardo, Camila mesmo transtornada, explicou, rapidamente, o que aconteceu. “André avistou o bloqueio polícial e antes de aproximar-se das viaturas decidiu, por impulso, virar todo o volante e fazer a volta ali mesmo. Ele fez isso porque já havia sido parado pela polícia antes, e teve uma corte agendada por dirigir sem carteira de motorista há poucas semenas. Os policias perceberam a sua reação, observaram o contorno veloz e iniciaram a perseguição. Porém, na tentativa de interceptar o veículo, a polícia disparou cerca de quatro tiros, sendo que três atingiram os pulmões, o coração e a barriga de André”, relatou.

O policial militar da reserva Luiz Carlos de Castro Martins, pai de André, que mora em Cianorte, disse em entrevista ao jornal Brazilian Times que todos os amigos e testemunhas confirmaram a versão de Camila. “Meu filho sempre foi responsável e apresentou ótimo comportamento. Fui 2º Sargento da reserva com 15 anos de profissão e posso garantir que meu filho sempre seguiu bons exemplos. Ele sempre soube respeitar as leis e jamais cometeria qualquer ato que representa-se ameaça para o próximo. Pelo contrário, sempre foi dedicado à sua família e à comunidade. Era muito querido e cuidadoso”, disse.

Em seguida, Luiz comentou sobre a ligação feita por uma oficial do Departamento de polícia de Hyannis, que se identificou com pelo nome de Adriana. “Ela chegou a insinuar que meu filho jogou o carro para cima da viatura, mas sei que isso não é verdade, ele seria incapaz de cometer este ato. Essa foi a maneira que  eles encontraram para se defender e justificar a execução de André. Quero ir para Massachusetts e conversar com os policiais. Não tenho raiva deles, mas quero falar cara a cara com o policial que atirou no meu filho.

Luiz enfatizou que admira o sistema policial e a Justiça norte-americana, e que vê a situação como um trágico fato isolado. “Ele não tinha habilitação e temia as consequências de ser parado pela polícia, por isso fugiu. Além disso, ele teve o seu passaporte furtado, mas agora, a polícia está tentando justificar-se usando outros argumentos. Ele foi morto, e, para isso não tem justificativa, prevalecerá o silêncio dele.

Na manhã de terça-feira (29), Luiz foi até Maringá para tentar a renovação de urgência de seu passaporte, “Quero estar próximo à André, trazer o meu filho para o Brasil e garantir um enterro com dignidade”. Porém, a sua família é de renda baixa e Luiz ainda está tentando encontrar recursos financeiros para agilizar todas as questões concernentes ao translado do corpo para o Brasil.

Mesmo o patriarca se mostrando paciente e calmo, a família de André está revoltada com a ação policial. "Eles teriam outros mecanismos para parar ou punir", fala Luiz. "Mas eles (policiais) tinham todos os mecanismos para atirar nos pneus do veículo. Lá, a placa do veículo é da própria pessoa, poderiam ter ido atrás dele e feito a prisão com ordem do juiz", reforçou. "Metralharam meu filho." Segundo ele, a futura nora deve entrar em contato com advogados para analisar a possibilidade de ação judicial. A moça não se machucou.

O embaixador Mário E. Saade, ligou para Cianorte e prestou condolências à Luiz. Na próxima semana, a autoridade terá uma reunião com Michel O’Keefe, procurador encarregado do assunto. A Assessoria de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores informou que o consulado está acompanhando o caso e prestando a assistência necessária à família.

Em Hyannnis, mais de quinze lojas brasileiras estão exibindo o cartaz “Justiça Seja Feita”. A empresária Branca Neves, iniciou uma campanha no Cape Cod para arrecadar fundos em prol da família de André.

Quem quiser contribuir com o translado do corpo para Tapejara, no Paraná, poderá ligar para Branca, no telefone (508) 771-7706

A equipe de reportagem do jornal Brazilian Times tentou entrar em contato com os oficiais de Hyannis, porém eles não se manifestaram à respeito, até o fechamento dessa edição.

Fonte: (Brazilian Times)

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