Publicado em 3/08/2008 as 12:00am
Polícia defende-se da morte de brasileiro
"Eles não sabiam que era um imigrante" , afirmou a porta-voz do Departamento de polícia de Hyannis-MA, Adriana Fagan
A porta-voz do Departamento de polícia de Hyannis-MA, Adriana Fagan, confirmou
na quarta-feira, (30), em entrevista ao jornal Brazilian Times, que foi aberta
uma investigação particular para esclarecer o excesso de força policial
cometido pelo oficial Christopher Van Ness, ao matar o paranaense André Martins,
25, durante uma curta perseguição de carro, no último domingo deste mês. “Os
policiais não tiveram tempo para checar a identidade do condutor do veículo.
Eles não desconfiavam sobre o que André estava temendo, gostaria de enfatizar
para a comunidade brasileira - Eles não sabiam que era um imigrante.”, disse ela.
Conforme a porta-voz, “Christopher e outro oficial estavam conversando
quando notaram a atitude suspeita de André, que invadiu o jardim de uma casa
para evitar a barreira policial. Ele chegou a deixar marcas de pneu no chão
depois de realizar uma manobra perigosa, em fuga”, argumentou. Preocupada com
as recentes manifestações, que têm julgado a polícia de exercer comportamento
antiimigrante no Cape Cod - MA, Adriana continuou, “os oficiais envolvidos no
bloqueio não tiveram tempo para apurar as origens do veículo, nem mesmo a do
condutor e eles não tinham como saber, também, sobre o status legal de André no país”. O Procurador de Justiça Michael D.
O’Keefe instaurou um inquérito, independente, para investigar o abuso da força
policial. “O’Keefe não irá posicionar-se sobre o caso até completar todas as etapas
criminais. Ele esteve presente numa reunião com a comunidade brasileira, no Cape
Cod, e disse que a polícia não visa reprimir os imigrantes, ele evitou fazer
mais comentários até a conclusão dos relatórios factuais.”, disse.
Adriana respondeu sobre os disparos dados pelo oficial. “Não sei dizer se
foram quatro ou cinco tiros, mas o que sabemos é que apenas um deles atingiu o
coração e parte do pulmão”.
A namorada do brasileiro, Camila Campos, com o qual tem dois filhos,
estava no veículo e denunciou, em entrevista à Folha Online, “eles (os policiais)
atiraram à queima roupa”, desabafou.
Na quinta-feira (31), em plena audiência na Corte, Camila atendeu à
equipe de reportagem do jornal Brazilian Times e disse que havia iniciado um
processo judicial para requerer providências legais e Justiça, ela não
confirmou se naquele dia, os policiais reconheceram a nacionalidade dos dois. Por
telefone, o advogado de Camila, Daniel B. Shapiro, disse que estão havendo
muitas especulações sobre o acontecimento e que também é preciso esperar os
laudos periciais, “Nesse momento, estamos focados em promover toda a
assistência à família de André. Os esforços estão sendo concentrados em amparar
os filhos do casal e na chegada de Luiz Martins à Massachusetts”, esclareceu.
Na edição anterior deste noticioso, de número 1624, Luiz, pai de André, repetiu
muitas vezes que vê a situação como um caso isolado. “Meu filho temia as
consequências de ser parado pela polícia”, disse.
Ele admite que, “houve uma falha grave e sem justificativa e que
acarretou uma perda irreparável”, mas não acredita que isso tenha significado
um ato preconceituoso.
Fonte: (Brazilian Times)