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Publicado em 4/09/2008 as 12:00am

Grupo Mulher Brasileira ganha 'grant' para ampliar o trabalho da Vida Verde

O Grupo Mulher Brasileira ganhou um grant especial da Universidade de Massachusetts em Lowell para ampliar o trabalho da cooperativa Vida Verde. A verba (15 mil dólares), que veio do Toxics Use Reduction Institute ou TURI, vai permitir que as nossas pi

Por Miryam Wiley

 

Lowell -- O Grupo Mulher Brasileira ganhou um grant especial da Universidade de Massachusetts em Lowell para ampliar o trabalho da cooperativa Vida Verde.  A verba (15 mil dólares), que veio do  Toxics Use Reduction Institute ou TURI,  vai permitir que as nossas pioneiras da limpeza verde comecem a expandir essa arte de limpar sem intoxicar. Um dos planos é fazer um vídeo para divulgar as receitas básicas dos produtos de limpeza criados na cooperativa Vida Verde e ensinar como usá-los. Mas segundo Monica Chianelli, que vem liderando essa experiência desde o início da cooperativa, há quase dois anos, a idéia é expandir o modelo (que há alguns meses já foi notado até pelo governo da Dinamarca.)

 

“Vamos fazer treinamento da comunidade, não só de como fazer e usar os produtos, mas também, queremos tentar formar novas cooperativas,” disse Chianelli.   “A Vida Verde está dando certo. Quem sabe se outros vêem o vídeo e aí decidem que vale a pena tentar criar outra?”

 

Chianelli sonhou com a cooperativa por algum tempo. Queria não só usar produtos menos tóxicos, mas também liberar as mulheres que  fazem limpeza de casas e com frequência, estão presas a patrões  que são considerados como os donos do roteiro ( ou o schedule, como dizem).  Um dia Chianelli teve um fortuito encontro com David Gute da Tufts University, que estava procurando uma maneira de apoiar um projeto comunitário de imigrantes que fosse ligado ao meio ambiente. Um grant especial da Tufts, com recursos do National Institute for Occupational Safety and Health, também conhecido como NIOSH,  foi o que fez com que a idéia virasse realidade.

 

Desde o início, a reação entre as mulheres envolvidas tem sido muito positiva. Muitas contam que sentiram diferenças, parando de ter dores de cabeça e tonteiras. Várias notaram que suas patroas apreciaram o uso dos produtos caseiros mais leves.

 

“A maioria dos nossos clientes tem uma consciência social bacana,”disse Chianelli.

 

A coordenação dessa nova etapa da cooperativa vai ser feita por Rosabelli Coelho-Keyssar, que vai  lidar não só com as novas oficinas e a criação do vídeo, mas com a conexão entre os parceiros. 

 

“Eu estou muito interessada nisso, porque eu limpo a minha casa e sou muito alérgica,”disse Coelho-Keyssar.  “Mas outro dia eu estava conversando com a Monica (Chianelli) e ela me falou que, muitas vezes, a gente já está com um excesso de tóxicos e de repente o corpo reage e parece que é alergia. O que é bom é que o meu corpo reage imediatamente. Muita gente só vai sentir depois as reações, com dores de cabeça. Muitos nem conseguem mais sentir cheiros.”

 

Coelho-Keyssar é arquiteta e cursou administração pública na Harvard. Ela diz que sua primeira paixão na vida é a questão de moradias ao alcance de todos ( nos Estados Unidos fala-se em “affordable housing” e no Brasil, segundo ela, o termo usado é “habitação de interesse social”), mas está entusiasmada com essa oportunidade de ampliar entre brasileiros e americanos a chance de evitar os químicos agressivos na limpeza.

 

“Nós estamos trabalhando cuidando do meio-ambiente, cuidando da nossa saúde e da saúde  dos nossos clientes e ao mesmo tempo, dando a chance das pessoas envolvidas na cooperativa de escolher o que é melhor pra elas,” disse Chianelli. “A cooperativa  não pode incentivar ninguém a abandonar o trabalho ( ou largar as casas que já tem), mas as novas casas que elas vão ganhando são delas.” Ou seja, não há patrão dividindo o que é ganho em cada limpeza.

 

A possibilidade de incentivar a criação de outras cooperativas traz outras possibilidades, disse Chianelli.

 

“A Vida Verde pode fazer com que as pessoas tenham mais poder,” completou.  “Nós podemos ser muito mais fortes no que diz respeito aos nossos direitos, nossas habilidades. Essa coesão fortalece a liderança na comunidade.” 

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)

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