Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 16/09/2008 as 12:00am

Um jovem casal cria o Disk Denúncia em Marlboro

Imagine o desespero de ser assaltado. E imagine em cima disso, a frustração de não poder chamar a polícia por medo de ser deportado. Você consegue imaginar que o assaltante volte outra vez e abuse de novo dessa mesma pobre criatura algum tempo depois? Po

Por Miryam Wiley


Imagine o desespero de ser assaltado.  E imagine em cima disso, a frustração de não poder chamar a polícia por medo de ser deportado. Você consegue imaginar que o assaltante volte outra vez e abuse de novo dessa mesma pobre criatura algum tempo depois? Pois issoaconteceu em Marlboro.

Rafael Faria e Carol Furnari contaram esse caso para ilustrar a urgência de proteger informantes para combater a criminalidade em Marlboro. Eles apresentaram no dia 15 de setembro, na sede da polícia, a abertura oficial do “Disk Denúncia,” que  vêem como um instrumento de defesa para os imigrantes.

“Nós esperamos que a comunidade brasileira se sinta unida com o objetivo de eliminar a presença daqueles que são maus elementos,” disse Faria.

O “Disk Denúncia” é apenas uma primeira parte do Bridge Program, criado com o objetivo de fazer com que as comunidades brasileira e americana se tornem mais próximas. Segundo Faria e Furnari ( ele, brasileiro, ela, americana, casados há cinco anos) os jornais americanos dão notícias dos crimes involvendo brasileiros e os grupos anti-imigrantes reagem, expondo as crianças à criação de preconceitos e separações que podem durar uma vida inteira.

“Se as crianças continuam ouvindo esses comentários, onde é que vamos parar?”perguntou Faria.

O que eles esperam é que o Programa Bridge seja exatamente a conexão para diminuir a rivalidade e incentivar a interação ente as duas culturas. Como primeiro passo, eles esperam atrair a comunidade como um todo para contar tudo o que sabe sobre práticas delituosas ao Disk Denúncia. Quem vai atender é uma secretária eletrônica e as mensagens serão depois ouvidas por Faria e Furnari.

Com a promessa de não ter nenhum tipo de rastreamento e de completa desconexão com o departamento de imigração,  o telefone (508)-460-3549 já está funcionando e pronto para receber mensagens tanto em português quanto em inglês.

O grande desafio, Faria e Furnari admitem, vai ser conseguir convencer a comunidade de que não faz nenhuma diferença se as pessoas ligando são documentadas ou indocumentadas. O próprio chefe de polícia de Marlboro, Mark Leonard, disse, durante o lançamento do programa, que não tem nenhum interesse em misturar as coisas:

“Sempre há os que não vão acreditar nas nossas intenções, mas nós estamos interessados apenas nas pessoas que estão cometendo crimes,” disse Leonard. “Se as pessoas estão aqui ilegalmente, isso não é nossa preocupação”.

Com uma apresentação Power Point, Faria e Furnari lembraram às poucas pessoas que participaram do evento que crimes sérios já aconteceram e que poderiam ser descobertos antes, caso um sistema como o “Disk Denúncia” já estivesse acontecendo.

Furnari citou como exemplo a operação de lipo-aspiração que matou uma brasileira em Framingham e  frisou a importância de uma linha telefônica anônima que leve os fatos direto à polícia.

“Lipo-aspirações já estavam sendo feitas durante anos,” disse Furnari. “ Eu tenho certeza de que pelo menos uma pessoa sabia que isso estava acontecendo e que é coisa errada. Se alguém tivesse falado alguma coisa, uma vida teria sido salva”.

Ela lembrou também que estudos mostram que cerca de 50% das mulheres latinas da área de Marlboro  dizem que o abuso doméstico piorou depois que se mudaram para os Estados Unidos. Essas mulheres terão uma maneira de pedir socorro através dessa linha particular que vai receber os chamados anônimos e informar à polícia.

Ilton Lisboa, do programa Conexão Brasil na AM 650 às quartas e quintas-feiras,  disse que o chefe Leonard é um amigo leal da communidade brasileira que já provou sua dedicação ao bem estar da comunidade, sem preocupação com o status imigratório de quem pede ajuda.

“Eu trouxe aqui um caso muito sério,” disse Lisboa. “Ele não perguntou nada sobre o status da vítima, mas o resultado do trabalho dele aconteceu imediatamente.” 

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)

Top News