Publicado em 19/09/2008 as 12:00am
Baiana é presa por assassinato na Flórida
Foi presa por agentes do Broward Sheriff Office (BSO), na sexta-feira (12), Márcia Priscilla Rodrigues, baiana de 43 anos, acusada de homicídio em primeiro grau, com utilização de arma de fogo
Foi presa por agentes
do Broward Sheriff Office (BSO), na sexta-feira (12), Márcia Priscilla
Rodrigues, baiana de 43 anos, acusada de homicídio em primeiro grau, com
utilização de arma de fogo, de acordo com informações do BSO. Não foi estabelecido valor de fiança. Em novembro de 2007, a mulher confessou ter assassinado Ildo Ferreira de
Araújo, de 42 anos, alegando legítima defesa. Na ocasião, Rodrigues foi ouvida
pela polícia, e liberada até o julgamento do processo.
Desta vez, Rodrigues
foi detida no salão de cabeleireiro Latino’s, em Deerfield Beach, depois que o
irmão de Ildo, Pedro Rodrigues Neto, funcionário do restaurante da rede
Latino’s, que fica ao lado, a viu no salão. Imediatamente,
ele alertou o proprietário da rede, Wilson Aguilar. “Ele contou toda a história
para mim. No começo da semana me falou que os jurados da Corte Suprema a
sentenciaram culpada. Eu disse que precisava de provas, antes de chamar a
polícia. Então vieram familiares e me mostraram documentos. Chamei a polícia e eles a prenderam”, conta
Aguilar.
Pedro Rodrigues Neto,
irmão de Ildo Araújo, foi quem viu a mulher no salão de cabeleireiros ao lado
do local onde trabalha. Emocionado, ele contou que se sente aliviado.
“Eu a reconheci. Quem a prendeu fui eu. Eu jurei, no caixão do meu irmão, que iria fazer justiça. E agora tirei esse peso das mihas costas. Sinto-me aliviado. Ela é uma assassina fria e calculista. Parece que não aconteceu nada com ela, ela estava fria, rindo”, desabafou Neto.
O assassinato
Pouco antes da
meia-noite de domingo (04), policiais de Boca Raton encontraram o brasileiro
Ildo Araújo ferido, com vários tiros, no closet do quarto de sua patroa Márcia.
Depois de interrogada,
ela confessou o crime, e alegou que Ildo, que havia trabalhado algumas vezes
como piscineiro em sua casa, teria tentado molestá-la sexualmente. O rapaz
chegou a ser levado para o Delray Medical Center, mas morreu em seguida.
Márcia descarregou seu
revólver calibre 38 em Ildo. “Quando atirei nele o sangue espalhou-se por toda
parte. Eu continuei atirando até que a arma estivesse descarregada”, disse à
polícia na ocasião.
Ao ser detida, na
madrugada do crime, ela contou à polícia que havia feito a Araújo uma oferta de
participação de 30% em um negócio que faria com um cliente americano, para que
ele trabalhasse como intérprete. Este, segundo ela, teria sido o motivo pelo
qual os dois teriam se encontrado, na casa dela, na noite do crime.
Segundo ela, Araújo,
nesta ocasião, estaria agindo de maneira estranha e, depois de terem conversado
sobre negócios, na cozinha, ele teria começado a aproximar-se e a acariciar
seus cabelos.
Em seguida, segundo Márcia,
Ildo a teria levado para o quarto e a forçado sexualmente, durante horas. Ela
contou aos policiais que conseguiu escapar, pegar a arma no closet e atirar
várias vezes. “Eu não tive alternativa, a não ser atirar. Isso vai mudar minha
vida para sempre”, disse a mulher ao ser detida, no ano passado.
Na ocasião, levantou-se
a hipótese que o motivo do crime poderia ter sido dinheiro. O irmão da vítima,
Renildo Ferreira de Araújo, contou à reportagem do Gazeta, que Araújo planejava
comprar terras em sua cidade natal, Itanhém, no extremo sul da Bahia, e que
iria cobrar $60 mil que havia emprestado a uma pessoa cujo nome não revelou.
Renildo Araújo disse, na ocasião, não ter dúvidas de que essa pessoa seria Márcia
Rodrigues.
O irmão mais velho da
vítima, que também já viveu na Flórida, onde era proprietário de uma empresa de
mármore, acredita que por causa do comportamento pacato do irmão, somente a
cobrança de uma dívida poderia ter levado a uma situação extrema de
assassinato. “Somos uma família de 11 irmãos, todos respeitadores, e o Ildo
sempre foi o mais calmo de todos. Eu acho que o único motivo que pode ter
levado essa mulher a matar o meu irmão é porque ele foi cobrar algum dinheiro”,
disse Renildo na ocasião.
Antecedentes
Não foi a primeira vez
que Márcia Rodrigues acusou um homem de tê-la atacado. Também não foi a
primeira vez que ela agrediu e deixou sangrando um homem a quem,
posteriormente, acusou de tê-la atacado. Há 14 anos, Rodrigues perfurou, com
uma lixa de unhas, a garganta de Johnny Tremaine, proprietário do restaurante
Rainbow Room, em West Palmetto Park Road. O episódio, de acordo com os
registros policiais, ocorreu dentro de seu próprio carro. Depois de agredir o
homem, ela parou o carro no estacionamento de um 7Eleven, em West Camino Real,
o empurrou do carro no chão, e deixou o local dirigindo em disparada.
As duas versões, de
Rodrigues e de Tremaine, contadas, na ocasião, à polícia, diferem totalmente.
Segundo Tremaine, os dois viajavam no carro de Rodrigues por uma estrada
escura, quando a mulher, de repente, o atacou. Rodrigues, por sua vez, contou
que os dois estavam no carro quando Tremaine a teria ameaçado com um objeto
pontiagudo, e dito que ela teria que fazer sexo com ele e fumar crack, e que
ela iria gostar. A mulher teria então tirado o objeto das mãos de Tremaine e o
atacado.
Na ocasião, após o
ataque, Tremaine, hoje, com 70 anos, decidiu não apresentar queixa contra
Rodrigues, mas, após ler as notícias sobre a morte do brasileiro Araújo, ele
decidiu contar sua história.
Fonte: (Da redação)