Publicado em 25/09/2008 as 12:00am
Entidades trabalham em prol da comunidade brasileira
Entidades, líderes religiosos, comunitários e empresários se unem em prol de ajudar o imigrante indocumentado a viver neste país de forma digna
Por Luciano Sodré
Chegar aos Estados
Unidos, utilizando a fronteira mexicana ou qualquer outro jeito ilegal, não é a
parte mais difícil. Ao entrar nas “Terras do Tio Sam”, o imigrante se depara,
primeiramente com a solidão e saudade da família. Diante de problemas como
estes, algumas pessoas se uniram em prol de criar algo favorável ou que viesse
amenizar um pouco o sofrimento desta classe que saiu de suas origens, deixando
familiares e amigos, pelo objetivo de mudar de vida.
As rotas criadas para
ajudar os imigrantes que vivem nos Estados Unidos se dividem entre as mais
diversas, as quais vão de apoio à saúde até lutas por direitos trabalhistas,
passando por cursos para aprender a língua inglesa e palestras de orientação.
CENTRO DO IMIGRANTE BRASILEIRO
Criada em 1995, o
centro do Imigrante Brasileiro – CIB é uma organização não governamental, que
tem por objetivo dar uma sustentação aos brasileiros que residem em
Massachusetts. Segundo o presidente Fausto da Rocha, a intenção é organizar a
comunidade brasileira e ajudar na formação de líderes “para lutar pelos
direitos trabalhistas contra irregularidades que acontecem no meio
trabalhista”.
Centenas de casos são
anotados no CIB, envolvendo brasileiros que tiveram problemas com seus patrões,
“no recebimento de seus pagamentos”. Mas além de lutar pelos direitos
trabalhistas, o centro atende na área ainda de fomentar o acesso de imigrantes
às universidades e é parceiro ativo na campanha pela reforma migratória.
As pessoas que
precisarem de apoio do Centro do Imigrante Brasileiro pode procurar o
escritório, que está localizado no 14 da Harvard Avenue, 2º andar, em
Allston-Massachusetts. O telefone de contato é (617) 783-8001.
PROJETO PARCERIA
Outra entidade que
luta pelos direitos trabalhistas é o Projeto COBWEB, que tem como finalidade
colaborar para um melhor ambiente de trabalho para os brasileiros. Também
chamado de Parceria, as atividades deste grupo teve início no ano de 2003 através
de um esforço entre o Departamento de Ambiente do Trabalho (Work Environment
Department) da Universidade de Massachusetts Lowell (UMASS Lowell), o Centro do
Imigrante Brasileiro (CIB), a Coalizão para Segurança e Saúde Ocupacional de
Massachusetts (MASSCOSH) e dois centros de saúde: o Centro Comunitário de Saúde
de Lowell e o Centro de Saúde de Chelsea do hospital Massachusetts General.
Este último retirou-se do projeto em 2005.
Entre os anos de 2003
e 2007, conforme relata o site do projeto, através do apoio da National
Institute of Environmental Health Sciences –NIEHS, foram promovidos diversos
projetos em favor dos brasileiros e pela justiça em prol dos menos favorecidos
neste país. O endereço do projeto é o
mesmo do Centro do Imigrante Brasileiro.
A Parceria manteve por
mais de quatro anos um programa de rádio, que vai ao ar, nas manhãs de
terça-feira ás 11 horas, através da emissora 91,5 FM, uma estação da
Universidade de Massachusetts em Lowell. Intitulado Radiola Brasil, além de
músicas, bate-papo, abordava assuntos de interesse dos brasileiros. “Uma busca
de aliar entretenimento e informação”.
Atualmente o Radiola
Brasil se uniu ao programa radiofônico “Centro do Imigrante no Ar” e de segunda
a quarta-feira, entre 19 às 20 horas, através da WDJA 1300 AM. Os ouvintes têm
a opção de participarem, ao vivo, dando suas opiniões e tirando dúvidas sobre
diferentes tópicos.
GRUPO MULHER BRASILEIRA
Apesar de ter um nome
bastante feminino, o Grupo Mulher Brasileira – GMB, presidido por Heloísa
Galvão, tem ajudado todos os imigrantes brasileiros, independente do sexo,
através de suas orientações e material divulgado na mídia local. Segundo ela, a
missão central é agir politicamente, proporcionando lazer e contribuindo para o
desenvolvimento da comunidade brasileira, mais especificamente para as
mulheres.
Heloísa ressalta que o
GMB busca debater a questão da mulher brasileira imigrante e o seu papel na
sociedade como um todo. “Também damos apoio às famílias que vivem na região de
Boston e tentamos ser um veículo de informação à comunidade”, fala ela
salientando que o grupo tem ajudado as pessoas a resolverem seus problemas,
promove atividades culturais, além de lutar para que as diferenças culturais
sejam respeitadas neste estado. “Não podemos aceitar que qualquer tipo de
discriminação ou preconceito venha ser praticado contra nosso povo”, finaliza.
Para manter contato
com o GMB, basta ligar para o telefone (617) 787-0557 ou ir até o escritório
localizado no 569 da Cambridge Street em Allston.
Uma das entidades mais
fortes e atuantes entre as pessoas de língua portuguesa tem sido a MAPS, que desde
1970 tem uma participação ativa na vida dos imigrantes, inclusive dos
brasileiros. Também sem fins lucrativos, a entidade oferece um leque de
serviços para a comunidade, que vão de saúde até palestras de orientação,
passando por atividades culturais e apóio social.
Seguindo o lema
“fazendo a diferença”, o diretor executivo João Pinto destaca que as famílias
de língua portuguesa ainda tem sido a preocupação da entidade. “Nossa função é
ajudar os imigrantes de língua a participarem mais ativamente da comunidade
norte-americana e para isso promovemos palestras e atividades sociais”, fala
ressaltando que a MAPS trabalha com imigrantes do Brasil, Cabo-Verde, Portugal
e outras comunidades que falam o idioma português. Para ter contato com a MAPS
o endereço é 1046 da 1046 Cambridge St., Cambridge e o telefone de contato é (617)
864-7600
PLANOS DE SAÚDE
Criado em 1997 pelo senior medical, Robert
Janett, o Network Health, vem ajudando milhares de pessoas ao longo destes mais
de 10 anos de atividades. Atualmente, é um dos mais abrangentes planos de saúde
destinados a residentes no estado de
Sem fins lucrativos, o Network Health está entre os quatro programas contratados pelo Commonwealth do Estado, para oferecer atendimento através do Medicaid Mass Health. Os pacientes devem atender à algumas exigências, entre elas, estar na categoria de baixa renda e ser legalizado neste país.
Quanto à questão dos imigrantes ilegais, o médico Robert, em entrevista ao jornal Brazilian Times, disse que todas as aplicações são encaminhadas ao governo estadual e cabe a ele deliberar as aprovadas. "Podemos tentar encontrar um caminho para ajudar quem não está legal neste país, pois todos devem ter direito á saúde", fala.
Mas os brasileiros que já estão legalizados, podem entrar em contato com o Network Health para se cadastrarem. "Não cobramos nada", salienta Robert acrescentando que foi incorporado, no quadro funcional do programa, pessoas que falem português, objetivando facilitar o atendimento.
O Network Health cobre diversas áreas de
saúde, fornece assistência social, medicamentos e remédios, entre outros. A
questão de tratamentos estéticos não recebem cobertura do
Também estão incluídos no
A diretora de marketing, Deborah Gordon,
disse que o programa está preocupado em atender um maior número possível de
brasileiros, "para isso foi confecionado um vasto material explicativo do
O plano Network Health
não tem prazo de carência, os pagamentos mensais do seguro são baseados no rendimento
(algumas pessoas não pagarão nada), cobertura de consultas e receitas médicas,
internações hospitalares, exames de vista, alguns membros podem até receber
tratamento dentário, atendimento telefônico 24 horas por dia, médicos e pessoal
de atendimento falando em português, programas especiais para diabetes e
especialistas para fornecer orientações sobre problemas crônicos de saúde.
Os interessados em
obter mais informações ou saber se estão qualificados ao plano, podem entrar em
contato através do telefone 888-257-1985
Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)