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Publicado em 23/10/2008 as 12:00am

Brasileiros contam que foram explorados

Diego Low e Helen Sinzker, do Centro do Trabalhador de Metrowest apresentaram o testemunho de dois operários brasileiros que foram explorados no trabalho e agora estão conseguindo apoio e compensação

Por Miryam Wiley

 

Dois operários brasileiros ilustraram para os presentes a realidade daqueles que sofrem quando trabalham sem nenhuma idéia de que têm direitos.


“Eu cheguei nos Estados Unidos com o mesmo sonho de muitos, trabalhar duro e ter uma vida melhor,” Wanderson Reis escreveu num texto que foi traduzido e depois lido pela jornalista Helen Sinsker. “Mas eu e outros 20 carpinteiros trabalhamos duro durante seis meses para uma companhia sem receber o nosso salário. Quando dizíamos que iríamos parar de trabalhar até que nos pagassem, o supervisor dizia que se parássemos, nunca iríamos receber os atrasados.”


Wanderson sofreu ainda uma torsão do pulso, mas teve que trabalhar sem nenhuma chance de ir ao médico até quando não conseguiu mais aguentar. “Trabalhei 30 dias com dor, até não dar mais,” disse Wanderson. Finalmente teve a chance de ir ao médico, mas foi informado que precisava de esperar 30 dias para aprovação do seguro de saúde e no final, não conseguiu.


Felizmente entrou na justiça, com a ajuda do Centro do Trabalhador de Metrowest e ganhou a causa.  O patrão vai ter que pagar os atrasados e também a cirurgia para correção do braço, que ainda dói.


Outro trabalhador, A. Costa, ainda está em processo para receber os atrasados de uma companhia de mármore e granito onde trabalhou seis meses em condições de completa exploração.

 

“Eu e os meus colegas chegamos a trabalhar 95 horas por semana, inclusive aos sábados e alguns domingos,” disse Costa. “Nós trabalhamos dirigindo, movendo granitos e carregando pedras para instalações em prédios e subindo até seis andares pelas escadas, porque os elevadores estavam desativados.” Obrigando que os operários ficasse instalados em condições precárias, quartos mínimos de motéis baratos,  Costa disse ainda que a companhia não fazia os pagamentos em dia e quando fazia, não pagava o valor das horas extras conforme manda a lei, que é de “tim- and-a-half.”  Quando ele fez uma queixa, foi rebaixado e passou a ganhar $8 por hora. Felizmente leu uma reportagem sobre um empregado que descobriu o Centro do Trabalhador e foi até lá. O processo dele está em andamento.

 

Diego Low,  do Centro do Trabalhador, (ou Metrowest Immigrant Workers Center) disse aos que estavam presentes na reunião da Força-Tarefa, que explorações desse tipo só vão diminuir quando os operários imigrantes se sentirem seguros para fazer as queixas.

 

“É evidente que não se pode esperar que os imigrantes contem o que têm passado a não ser que saibam que podem falar com segurança,” disse Diego. “Especialmente nesses tempos em que há cortes de orçamento, nós não vamos conseguir diminuir o número de pessoas que vivem da economia informal debaixo do pano se triplicarmos o orçamento da fiscalização.”

 

Diego disse ainda que “o mais comum hoje em dia é que as companhias estão criando camadas intermediárias de sub-contratos para empurrar a questão das horas pagas de forma errada. Não há como cobrar a responsabilidade dos direitos do trabalhador com o dono da obra quando entre o patrão verdadeiro e o trabalhador há uma camada do sub-contratador. Não há como!”

 

Para contactar o Centro do Trabalhador, disque: 508-532-0575  ou mande e-mail para metrowest.immigrant.worker.center@gmail.com

 

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)

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