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Publicado em 9/11/2008 as 12:00am

Por que ser Afro-Americano? Digam que sou Americano?

Antes da histórica terça-feira passada, a comunidade e identidade negra eram largamente enraizadas na experiência da luta contra uma maioria sempre hostil

 

Por Phydias Barbosa


Pouco depois de ter deixado a cabine de votação, o ativista comunitário Donald E. Robinson  disse: “Por que tenho que ser chamado de Afro-Americano? Por que não posso ser simplesmente americano?” A resposta é simples: uma sociedade obcecada por definição de raças fez a decisão por ele há muito tempo atrás. Entretanto, depois da vitória de Barack Obama, existem sinais de mudança na natureza da identidade e na igualdade econômica para os americanos negros.

Antes da histórica terça-feira passada, a comunidade e identidade negra eram largamente enraizadas na experiência da luta contra uma maioria sempre hostil. Mesmo no final do dia da eleição, muitos negros ainda apresentavam dúvidas se a maioria branca votaria mesmo em Obama.

O seu triunfo retumbante mostrou à América uma luz diferente no fim do túnel. Ele conseguiu arregimentar 44% do voto branco, mais ainda que John Kerry, Al Gore e mesmo Bill Clinton.

Em Ohio, domínio de eleitores white, onde jornalistas desenterraram milhares de frases racistas durante a campanha, 46% de eleitores brancos deram seu apoio para que Obama se transformasse no primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Obama não se definiu como um candidato negro. Nesse caso, Mr. Robinson sente-se livre para definir-se como algo mais além do que “ativista comunitário negro”.

                Certamente o racismo não desapareceu depois que todos os votos brancos foram contados. E ninguém está afirmando que a cultura negra, o orgulho da raça e as comunidades passaram a ser dispensáveis. Muitos ainda comentam que é cedo para se admitir uma América pós-racial, pelo fato de que os negros e outras minoridades ainda vivem aflitas pelas disparidades em ganhos salariais, educação, saúde, nas prisões e como pais e mães solteiros.

Imigrantes brancos também encontraram dificuldades no país e enfrentaram discriminação, como os Italianos, Judeus e Irlandeses. Com a candidatura de John F. Kennedy, debateu-se se a América estaria pronta para ter o seu primeiro presidente católico. Nesse caso, a possibilidade de uma população negra ser mais América do the “América Negra” tem implicações profundas – especialmente para o restabelecimento dos direitos civis dos negros que ainda vivem na marginalidade.

Marc Morial, presidente da Liga Urbana Nacional (National Urban League), reconhece que a eleição de Obama muda bastante a natureza de seu trabalho, mas não da forma como as pessoas pensam.

A liga passou os últimos oito anos tentando responsabilizar a administração Bush por questões relevantes dos direitos civis. Agora, Marc espera cooperar com o novo governo e vai tentar aplicar a experiência de sua organização em questões como a pobreza, educação e treinamento profissional, o que deverá ajudar consideravelmente a economia americana.

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)

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