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Publicado em 27/11/2008 as 12:00am

Paranaense "envenenado" por açúcar

O entregador de jornais do Brazilian Times, Jaime Viviani, desviou a sua rota por um dia e procurou atendimento médico gratuito no MetroWest Free Medical Program

Por Elizabeth Simões


No Brasil, o paranaense Jaime Viviani realizava os exames periódicos, mas desde que mudou-se Melrose, nos EUA, há dois anos, ele adiou a consulta médica sob o pretexto de estar envolvido com a intensa rotina de trabalho. Até que recentemente, ele decidiu fazer um check-up (avaliação médica) , no MetroWest Free Medical Program, Massachusetts, e descobriu que sofria de diabetes.


No Brasil a doença atinge cerca de 7% da população e conforme o Ministério da Saúde, estima-se que esse percentual ainda seja o dobro, pois os dados indicam que a descoberta é quase sempre tardia, por falta de exames regulares. As consequências do atraso no controle da diabete são sérias, pois ela além de ser degenerativa pode causar problemas de visão e num estado avançado é responsável por enfartes e derrames.


Jaime descobriu a tempo de evitar a longa lista de enfermidades do portador, mas muitos imigrantes com o mesmo comportamento dele, que adiaram o encontro com o médico, podem não ter a mesma sorte, a exemplo do que aconteceu em meados do mês de maio com o imigrante Douglas da Silva.


O taxisita Douglas chegou a ser resgatado por helicóptero, mas já havia chegado com morte cerebral ao hospital, “A direção do hospital informou que ele apresentava um problema crônico de diabetes. Isso me assustou, porque nunca vi Douglas fazendo dietas, pelo contrário, bebia cerveja quase todos os dias, acho que ele ignorava a doença”, disse o amigo que preferiu não identificar-se.


Jaime, agora, fora do risco de repetir a história de Douglas, também trouxe a família para fazer um check-up gratuito. “A maioria dos pacientes que vem ao programa são brasileiros, acredito que eles não procuram assistência pública por medo de preencher formulários ou pela barreira da linguagem. Não sei explicar o motivo, mas a procura está cada vez maior”, disse Kim Prendergast, agente organizacional.


Kim comunicou que das 515 pessoas beneficiadas pelo programa em 2007, 66% delas eram brasileiros. “Eu gosto de vir porque não preciso marcar consulta e os médicos são veteranos, confio muito neles. Sinto que eles estão ali por gostar de cuidar das pessoas, é um tratamento diferente daqueles que recebi no Brasil”, disse Jaime que também recebeu orientações para matricular-se no programa Health Safety Net (antigo Free Care de gratuidade).

Jaime autorizou o jornal Brazilian Times a acompanhá-lo em uma de suas consultas com o seu endocrinologista David Singer. “Sem dúvida descobrir a doença nesse estágio foi crucial, porque para Jaime o açúcar é um veneno, então todos os dias antes da descoberta o seu sistema imunológico era minado pela sacarose. Sem ser alertado (pelo médico), todos os dias ele estava sendo envenenado. No futuro ele sofreria com cada nível ingerido”, disse David.


Mais consciente da nova dieta alimentar Jaime está sendo assistido por um nutricionista do programa. O breve desvio na rotina do entregador de jornais colocou-o na rota da saúde.


Para mais informações o Metrowest Free Medical Program funciona na Congregação Judaica Beth El, no 105 Hudson Rd., Sudbury, toda terça-feira, das 18 às 20 horas. Telefone para contato (508) 532-0739.

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times)

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