Publicado em 5/12/2008 as 12:00am
Brasileiros de Stoughton salvam vida de goianinha
Após batalha contra burocracia, Kálita Cardoso recebe doação de remédio de US$ 4 mil
No sábado, 29 de
novembro, foi encerrado um drama vivido por uma goianinha de 6 anos e a
comunidade brasileira de Stoughton.
Foi quando, finalmente,
o remédio TOBI enviado por emigrantes brasileiros chegou a Kálita Cardoso, que
sofre de fibrose cística em Goiás. A fibrose cística é uma disfunção genética
incurável que impede seu corpo de produzir enzimas vitais. A menina pesa 15 kg
(6 a menos do que um criança saudável) e respira com ajuda de um balão de
oxigênio.
Uma portaria federal prevê que todo brasileiro fibrocístico tem direito a
receber gratuitamente remédio e tratamento, sob pena de prisão para o
secretário de saúde em exercício. Mas o Estado de Goiás ignora a lei desde
2003.
Segundo o
vice-presidente da AGA Fibro, Euclides Lima, a expectativa de vida para o
fibrocístico nos EUA é de 33 anos, no Brasil é de 21 anos, e em Goiás, 7 anos.
Nos EUA, 30 mil pessoas têm fibrose cística, e cerca 70 mil no mundo inteiro.
Quando Lídia de Souza, brasileira que arrecadou o dinheiro para custear o valor
do remédio de US$ 4 mil e cuja filho também tem a doença, enviou o medicamento,
ela sabia que a alfândega brasileira iria taxá-lo em 42% do seu valor. No
entanto, o remédio foi parar na Receita Federal do Aeroporto de Viracopus, em
Campinas, e entre impostos de importação e o pagamento de um despachante, as
taxas ficariam em R$ 8 mil, quase o valor total do medicamento.
Após negociações que se
estenderam por quatro dias, o remédio foi liberado. Mas não foram as
intervenções do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ou as várias matérias nos
jornais “O Popular,” em Goiás, e em “O Dia,” no Rio de Janeiro.
A empresa americana FedEx pagou as taxas, que incluíam mais de R$ 1.900 devidos
(pasmem) ao Estado de Goiás. Agora, Kálita tem medicação por 56 dias.
Entrevistado no
programa de Paulo Beringh, no canal “Brasil Central”, de Goiás, o secretário
estadual de saúde Hélio de Souza se comprometeu a acompanhar o caso.
No entanto, nada garante que outros 4 fibrocísticos em Goiás vão receber o
TOBI, remédio comprado em Boston por US$ 4 mil, e que levou 4 dias para ser
liberado no Brasil.
“Estamos muito preocupados, pois Goiás
não tem sequer um ambulatório para atender os pacientes conforme prevê a
portaria nº. 44 e faltam medicamentos também,” disse Luciana Fortunato,
presidente da
AGA Fibro. Luciana alerta que já faz 1 ano que a associação não recebe complementos
alimentares cruciais, como o Pediasure, TCM, módulo de proteína ou o
Nutridrink.
A família de Kálita em Inhumas até tem motivos para respirar aliviada. Mas
celebração mesmo só quando o governo de Goiás garantir remédio e tratamento
mensais, como garante lei federal. Agora, outros 4 goianos precisam do TOBI,
incluindo Juliana, de 7 anos, que pesa 19kg, e Vivi, que aos 23 anos tem 1,62
de altura e pesa 40kg.
Para ajudar a AGA Fibro envie mensagem para agafibro@hotmail.com, ou
ligue para Luciana Fortunato (62) 3246 9784.
Fonte: ( Eduardo A. de Oliveira - EthnicNewz.org)