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Publicado em 8/12/2008 as 12:00am

Estudante não pode voltar aos EUA por causa de seu passado ilegal

Nos últimos 3 anos, ela tem ensinado inglês a estudantes na cidade do México, porém não receberá seu doutorado na BYU ? e nem poderá ensinar numa universidade americana, como é o seu sonho

Daniella Aguado queria ser uma professora de inglês desde o High School e aos 21, conseguiu realizar o seu sonho. O sucesso nunca foi um conceito estranho para ela, especialmente quando frequentava a Mountain View High School em Mesa, California.

“Tive uma experiência maravilhosa na escola, pois adoro estudar”, disse Daniella. “E sempre tirei boas notas”. Boas ou excelentes, Daniella? De 800 alunos,  ela ficou entre os 15 melhores, com pontos acima do 4.0 GPA e figurou no National Honor Society, além de ter colaborado com outros estudantes, os quais ensinou diversas matérias.

“Ela é o tipo de pessoa que faz tudo com o cuidado necessário. Se tivesse um estudante que me ajudasse como ela, eu provavelmente poderia continuar lecionando pelos próximos 15 anos”, lembra Jeff Lewis, que ensinou na Mountain View por 3 décadas e acredita que tenha ensinado mais de cinco mil alunos durante este tempo. Ele disse que é dificil lembrar-se de todos, mas lembra-se da melhor. “Eu me sinto uma pessoa feliz porque tive Daniella como aluna em minha classe”.

 

Bolsa de estudos, faca de dois gumes

Daniella recebeu uma bolsa de estudos da Brigam Young University, no estado do Utah. Porém, um secredo que mesmo os professores mais chegados não sabiam: ela vivia ilegalmente nos EUA desde os 13 anos de idade. E se ela quisesse manter a bolsa que ganhou, teria que voltar para o México sozinha e, de lá, requerer um visto de estudante. Isso seria um pouco improvável, porque ela tinha morado nos EUA sem visto.  Ela foi pro México assim mesmo, e ouviu o que não queria dos oficiais de imigração. “Foi quando me disseram que eu não poderia receber o visto porque tinha morado nos EUA ilegalmente”.

De acordo com o Departamento de Educação do Arizona, em 2007 o estado investiu $6000 dólares por aluno e mais ou menos 150 mil eram ilegais. Estima-se que mais ou menos 1 bilhão de dólares foram gastos no ensino do estado.

 

Invasão da América

O senador Russel Pearce, do Estado do Arizona, pergunta: “Quanto será que custa para despertar a América? Chega de bancar essa gente!”. Ele disse que isso é a invasão da América e que autorizar alguém que tenha desobedecido as leis do país a retornar deverá causar um efeito dominó nesse tipo de crime. Ele diz: “Sei que muitas são pessoas excelentes. E compreendo que, provavelmente a maioria seja de fato honesta, buscando melhores condições vida. Claro que me sensibilizo, mas somos uma nação de leis. E não podemos ignorar que isso fere a imagem dos EUA”.

 

Uma jovem solitária

Entretanto, o advogado Bob McWhirter afirma que a unica ferida que Daniella causa aos EUA, é do país deixar que ela use seu talento fora daqui: “Se esse país realmente se preocupasse em usar verdadeiras leis de imigração, deveria querer o melhor e o mais brilhante dos alunos de todos os países do mundo. Foi assim que crescemos. E agora, estamos jogando fora uma das melhores e mais brilhantes, dizendo-lhe para ir se virar em outro lugar. Isto é um absurdo!”

Para uma jovem que aprendeu inglês em seis meses e começou a ensinar alunos americanos em um ano, o impulso de Daniella em ir ao México tentar seu visto, forçou-a a ficar longe de sua família, para a qual não pode voltar. Nos últimos 3 anos, ela tem ensinado inglês a estudantes na cidade do México, porém não receberá seu doutorado na BYU – e nem poderá ensinar numa universidade americana, como é o seu sonho.

“Eu me sinto solitária, agora que estou longe da minha família e o pior de tudo, é aos domingos, quando tenho que ir para a Igreja sozinha”, ela afirmou ao repórter da AP.

 

Fonte: (Da redação)

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