Publicado em 24/12/2008 as 12:00am
Brasileiro atacado no pênis por cão policial quer indenização
O brasileiro Juarez Gabriel da Silva apresentou, no dia 9 de dezembro, queixa contra o xerife de Broward, Al Lamberti e o policial Scott Bures, afirmando ter sido atacado por um cão policial após ter sido confundido com um estuprador
O brasileiro Juarez
Gabriel da Silva, de 25 anos, apresentou, no dia 9 de dezembro, queixa contra o
xerife de Broward, Al Lamberti e o policial Scott Bures, afirmando ter sido
atacado por um cão policial, no jardim de sua casa, após ter sido confundido
com um estuprador que era procurado pela polícia.
De acordo com a
denúncia, apresentada pelo advogado Marc Wites, o cão policial Bento, que era
conduzido pelo policial Scott Bures, atacou Silva no pênis, quando o brasileiro
estava na área externa de sua casa, falando ao telefone, em Pompano Beach. O
fato ocorreu em 27 de agosto do ano passado.
Conforme a denúncia,
Bures participava de uma investigação em busca de um estuprador, cuja descrição
seria a de um homem negro, de aproximadamente 20 anos, vestindo apenas shorte
preto.
Silva, que é negro,
estava sem camisa, vestindo um shorte preto, quando foi abordado pelo policial.
De acordo com declarações oficiais apresentadas por Bures, da Silva teria caminhado
em direção a ele, mesmo tendo sido avisado para deitar no chão.
- Naquele momento, o
comportamento do sujeito e o não cumprimento das ordens reforçaram minha
convicção de que ele seria, de fato, o suspeito procurado – escreveu Bures em
seu relatório.
O cão, de acordo com a
denúncia, ainda preso à coleira conduzida pelo policial, teria atacado Silva e
lacerado seu pênis. “O Sr. Silva foi preso ilegalmente, o que foi feito com uso
excessivo de força e, como resultado, sofreu ferimentos e violações dos
direitos civis”, afirma o advogado do brasileiro.
De acordo com o relatório policial, quando Silva tentou livrar-se do cão, Bures
teria soltado a coleira e o cão teria mordido o brasileiro no antebraço
esquerdo. Silva afirma que a história foi diferente. O brasileiro conta que
estava na parte externa da casa, quando o policial caminhou em sua direção. Ele
afirma ter caído no chão ao ser mordido pelo cão, e diz não ter lutado contra o
cão. “Embora estivesse sendo atacado, o Sr. Silva não tentou escapar. Ele
apenas deitou-se no chão para proteger-se do ataque. O outro policial que
estava presente não fez qualquer esforço para intervir no ataque”, afirma o advogado
de Silva em sua denúncia.
Silva chegou a ser
algemado, e foi liberado tão logo os policiais perceberam tratar-se da pessoa
errada.
- Ele não tinha nada
nas mãos, não oferecia qualquer risco físico a ninguém. Simplesmente não havia
qualquer razão ou justificativa de uso de força para prendê-lo – diz o advogado
Marc Wites.
Wites ressalta em sua
ação que Silva jamais deveria ter sido detido. “No momento do ataque e da
prisão o policial Bures não tinha qualquer provável causa para prender o Sr.
Silva.
O policial Bures,
claramente usou de excesso de força, permitindo que o cão policial atacasse o
Sr. Silva, e ignorou que o Sr. Silva estava cumprindo suas ordens, e que não
oferecia qualquer ameaça física nem tentou fazer qualquer esforço para fugir”,
afirma o advogado, concluindo que a prisão do brasileiro foi ilegal, e
desres-peitou seus direitos civis constitucionais.
A ação judicial
apresentada por Wites afirma que Silva, que trabalha na construção civil,
sofreu ferimentos que limitam sua habilidade de trabalhar.
O escritório do Xerife
não comenta casos em curso. O advogado Marc Wites não explicou porque a ação só
foi apresentada mais de um ano após o fato ter ocorrido.
Fonte: (Gazeta News)