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Publicado em 26/02/2009 as 12:00am

Jair Oliveira abre espaço dedicado à música brasileira nos EUA

Jair Oliveira, que já foi conhecido como Jairzinho, morou em Massachussets enquanto cursava faculdade há pouco mais de 10 anos. E será em Boston o primeiro show nos EUA

Por Giselle Ribeiro


Mistura de samba, jazz, bossa nova, techno e funk. Músicos brasileiros em turnê ou radicados nos EUA mostram novos conceitos de “levar um som.” Apostam em arranjos bem trabalhados, incorporando clichês conhecidos para não perder o tom de brasilidade. Brasileiros como Jair Oliveira, filho de Jair Rodrigues, trilham caminhos na terra do Tio Sam para expandir a divulgação de sua música.

Jair Oliveira, que já foi conhecido como Jairzinho, morou em Massachussets enquanto cursava faculdade há pouco mais de 10 anos. E será em Boston o primeiro show nos EUA agendado para março deste ano, parte de uma turnê que inclui Nova Iorque, Los Angeles e Flórida. No ano passado, ele esteve em Nova Iorque para a primeira mostra internacional do filme “Os Desafinados,” dirigido por Walter Lima Jr. que conta a trajetória de uma banda de brasileiros que sonhavam em tocar no Carnegie Hall. Jair também contribuiu para a trilha sonora do filme com a música “Eu Também Tive um Sonho.”

Uma das músicas compostas por Jair Oliveira, “Tiro Onda,” fez parte da trilha da novela “Cobras e Lagartos” da Rede Globo, e tema do personagem “Foguinho.”

 

Brazilian Times: A sua carreira musical começou quando você era um menino, cantando com o seu pai. Passou também pela Turma do Balão Mágico. Ficou conhecido como Jairzinho. Aí cresceu  e mudou o nome artistico para Jair Oliveira?

Jair Oliveira: Exatamente.  Foi um processo natural e muito gratificante.  Aprendo muito com meu pai até hoje e conheci muito do mundo artístico com a Turma do Balão Mágico.  Minha admiração e meu respeito pela música me levaram a começar a compor aos 13 anos de idade e, mais tarde, a fazer faculdade de música na Berklee College of Music de Boston.

Brazilian Times: Conta pra gente como o tempo na faculdade te ajudou como músico e qual o conselho que voce daria para os jovens brasileiros aspirantes a carreira musical que moram nos EUA.

Jair Oliveira A minha experiência na Berklee em Boston foi fantástica.  Tive a oportunidade de estudar em uma das principais escolas de música popular do planeta e, acima de tudo, pude conhecer de perto música e cultura de todos os continentes num único lugar.  Esse período de aprimoramento me ajudou muito no processo de construir minha carreira como ela é hoje.  Formei-me em Produção Musical e Music Business e, desde então, tive a chance de voltar ao Brasil, montar minha própria produtora (S de Samba em sociedade com Wilson Simoninha e dois outros sócios) e trabalhar com grandes nomes de nossa música como Tom Zé, Jair Rodrigues, Luciana Mello, MPB-4, Max de Castro, Pedro Mariano, Ed Motta, Sônia Rosa e tantos outros.  O meu humilde conselho para músicos iniciantes é de que se mantenham perseverantes e sempre tentem aprimorar suas habilidades através dos estudos (mesmo que seja solitariamente em seu quarto).  Trabalhar como músico não é nada fácil, mas há a grande compensação de você ganhar a vida com algo que realmente te satisfaz.  Isso é impagável e insubstituível.

Brazilian Times: O seu pai, Jair Rodrigues, é conhecido pela sua alegria no samba, mas também teve sucessos com toques de bossa. De que forma você acha que isso influencia o seu trabalho como músico, compositor e cantor?

Jair Oliveira Tenho uma influência muito direta e intensa advinda do trabalho de meu pai.  Como você bem menciona, a carreira de Jair Rodrigues é muito marcada pela diversidade de gêneros, mas em sua veia corre, principalmente, o samba.  E é essa a principal herança musical captada por mim. Conheci e comecei a admirar o samba através das gravações de “Jairzão”.  Nomes como Noel Rosa, Pixinguinha, Cartola, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Lupicínio Rodrigues, Lamartine Babo, Martinho da Vila e muitos outros me foram apresentados por ele.  O samba, então, tornou-se a principal influência em meu próprio trabalho.  Minhas outras referências surgiram com a admiração pela obra de mestres como Djavan, João Bosco, Tom Jobim, Moreira da Silva, Hermeto Pascoal, Moacir Santos, Gilberto Gil, Caetano Veloso e outros.

 

Brazilian Times: Como foi a experiência de ter trabalhado no filme "Os Desafinados"? Você pretende fazer mais trabalhos como ator?   
Jair Oliveira Foi uma excelente experiência! Ter a oportunidade de trabalhar com o diretor Walter Lima Jr. é realmente uma coisa única.  Sem mencionar o grande elenco que foi escalado para o filme (Rodrigo Santoro, Ângelo Paes Leme, Selton Mello, Cláudia Abreu, André Moraes, Alessandra Negrini etc). Não foi minha primeira experiência com o cinema (em 1998 participei de um longa-metragem de Lucas Amberg chamado “Caminho dos Sonhos”), mas certamente “Os Desafinados” foi muito marcante pelo fato de ser um filme que fala muito sobre música e, dessa forma, relaciona-se intimamente com minha própria vida.  Walter soube transmitir com muita poesia e beleza as agruras e as alegrias de uma banda de Bossa Nova em formação.  
Não fico procurando outros trabalhos no cinema por agora, até mesmo porque a música ocupa quase que totalmente o meu cotidiano; mas, sendo um grande admirador da sétima arte, obviamente espero que esta tenha sido a segunda de variás outras experiências que surgirem.

Brazilian Times: Você acha que os EUA podem vir a fazer grande parte de sua carreira artística?
Jair Oliveira: Meu trabalho como compositor e produtor foi inicialmente muito bem recebido por público e crítica no Brasil.  Depois ele emigrou rumo a Europa e Japão, recebendo destaque em lugares como Reino Unido, França e Inglaterra. Ainda não havia retornado profissionalmente aos EUA desde minha formatura na Berklee em 1997 (além, obviamente, de meus compromissos com o filme “Os Desafinados”).  Imagino que exista um mercado razoável para meu trabalho em solo Americano. Faço uma mistura de música tipicamente Brasileira (com forte influência do samba) com gêneros diversos como o Jazz, o Acid Jazz e o Soul.  É interessante (e triste até certo ponto) perceber que muitas vezes músicos Brasileiros de todas as gerações sentem-se exilados em seu próprio país, pois certos estilos musicais recebem uma atenção muito diminuta da mídia Brasileira.  Então você vê casos como os de Moacir Santos, Oscar Castro-Neves, Romero Lubambo, Luciana Souza, Eliane Elias, Bebel Gilberto, Cibelle e tantos outros que recebem muito mais reconhecimento fora do Brasil.  Obviamente que não gostaria de excluir meu próprio país de meu trabalho, mas ultimamente tenho constatado que há mais espaço para trabalhar minha música em território estrangeiro.

Brazilian Times: O que você pretende trazer para o público nesses shows nos EUA?
Jair Oliveira: Pretendo mostrar ao público um pouco do trabalho que venho desenvolvendo como compositor desde o final da década de 90.  Vou reunir canções de meus discos solo (“Dis’ritmia”, “Outro”, “3.1”, “3.2” e “Simples”), composições inéditas, além de algumas releituras de clássicos do repertório Brasileiro como “A Felicidade” e “Deixa Isso Pra Lá”.  Por ser minha primeira turnê Norte-Americana, realmente espero que a recepção seja boa. Vou me apresentar com o meu trio (Marcelo Maita – Teclados, Duda Lima – Baixo e Jotaerre – Percussão) e pretendemos fazer apresentações que divirtam as pessoas.  No Brasil também estou acostumado a fazer shows com minha irmã (Luciana Mello) e, em frequência menor, com meu pai (Jair Rodrigues).

 

Agenda dos shows:

11 de Março: Regatta Bar, Boston 
http://www.regattabarjazz.com

12 de Março: Apresentação especial no show de abertura do

Festival Brasileiro de Cinema de Los Angeles www.labrff.com
14 de Março: Peter Norton Symphony Space, NYC – Broadway & 95th St.

(World Music Institute) www.wminyc.org
16 de Março: Yoshi's, San Francisco
www.yoshis.com
22 de Março: Brazil on the Beach Festival, Hollywood,FL http://www.brazilonthebeach.com

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times )

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