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Publicado em 3/04/2009 as 12:00am

ESPECIAL - O Brasil sob a farda americana ( 1ª Parte)

A partir dessa sexta ? feira, o Brazilian Times inicia uma série de reportagens, contando a história de alguns brasileiros que se alistaram no exército americano

Por Marcelo Zicker



Deflagrada há 6 anos, a chamada  ‘Guerra do Iraque’, é alvo de muitas controvérsias referentes às motivações que levaram os norte-americanos a invadir uma nação tão culturalmente, religiosamente e territorialmente divergente do país em que o  republicano George W.Bush cresceu. Passado tanto tempo, ainda se questiona se o discurso em prol de uma ofensiva contra o terrorismo e a produção de armas de destruição em massa , na verdade não foi o subterfúrgio certeiro para alimentar, como bem os americanos gostam de dizer, a ‘locomotiva’ do mundo. Com a segunda maior reserva petrolífera do mundo, o Iraque tenta costurar os retalhos, varrer o pó, de uma sujeira densa, áspera, que só uma guerra de trilhões de doláres e milhares de mortos pode proporcionar.

 

No intuito de tentar reconstruir o país, sem interferir na sua cultura e nas suas doutrinas religiosas ( majoritariamente islâmicas), o exército americano une forças para uma reorganização política e social pacífica, entre os grupos discordantes dentro do próprio país ( Xiitas e Sunitas) e os novos líderes da nação, que tiveram que passar pelo crivo americano .

 

O que pouca gente sabe é que muitos brasileiros fazem parte desse esforço,  imbuídos no compromisso de vestir a farda norte- americana, e fazer disso o início para um campo aberto de oportunidades profissionais que o alistamento militar é capaz de gerar.

 

A partir dessa sexta – feira,  o Brazilian Times inicia uma série de reportagens, contando a história de alguns desses corajosos brasileiros, que se dispuseram a deixar para trás o conforto e a estabilidade familiar, para adentrar uma terra marcada pelo pós-guerra e suas eventuais periculosidades.

 

 

Carreira advinda do berço


 

Filho de pai militar no Brasil, o mineiro Júlio Morais faz parte, há aproximadamente um ano, da cavalaria do exército americano.

    

Personagem de uma curiosa história de reviravoltas e conquistas, o belo-horizontino Júlio Morais apesar de possuir um passado intrinsecamente ligado às tradições militares ( seu pai é um ex-militar aposentado no Brasil) , ele pouco poderia acreditar que um dia seria um soldado da cavalaria do exército norte-americano. Cursando o College nos EUA ( 100% pago pelo governo) e há poucos dias de conquistar a cidadania no país, ele é um bem-sucedido caso de brasileiro que soube driblar a ilegalidade para se tornar um exemplo de conquista do ‘sonho americano’.

 

 

De cozinheiro à defensor da nação


 

Há 8 anos, Júlio desembarcava no país com o mesmo objetivo de milhares de brasileiros que aqui vivem. Conseguir melhores oportunidades de trabalho, e economizar uma boa quantia de dinheiro para , um dia , investir no país natal. “ Acho que é o que passa pela cabeça de quem chega aqui pela primeira vez, como ‘marinheiro de primeira viagem’. Só que a vida vai criando um caminho diferente, que te leva a enxergar e optar por novas escolhas, como foi meu caso” inicia contando a sua história, o jovem de 26 anos.

 

Apesar da escolha pela carreira militar não ter sido uma absoluta surpresa, vide a  influência de seu pai, ele afirma que refletiu bastante sobre agarrar a oportunidade. “ Eu já estava aqui no país, trabalhando há muitos anos com ‘sub-emprego’ e , assim que consegui me regularizar no país, com o Green Card, eu procurei me inserir no mercado americano. A escolha pelo exército me pareceu ser a mais sensata, haja visto que é um desejo antigo que eu tinha” explica, completando que no começo sua decisão preocupou a família no Brasil. “ Meu pai, apesar de ter seguido essa carreira, se mostrou um pouco apreensivo pela Guerra do Iraque e outras missões em países considerados de alta periculosidade. Mas ele logo entendeu que era a realização de um sonho, que era exatamente o que eu queria. A partir daquele momento, só recebi apoio” explica.

 


 

 

Planejando o futuro


 

Um dos grandes atrativos da carreira militar se encontra nos vários benefícios financeiros, educacionais e civis proporcionados pelo estado para aqueles que vestem a farda dos EUA. Atualmente cursando Business em um College, ele avista voôs ainda mais altos na sua promissora carreira. “ Atualmente sou ‘part-time’ no exército, porém quero ser full-time e conquistar o título de Oficial, que poucos estrangeiros no país possuem e que seria uma grande vitória pessoal e profissional” revela o mineiro.

 

 



 

Uma nova visão da guerra


 

Pelo pouco tempo de serviços prestados, Júlio ainda não foi enviado a nenhuma base militar no oriente médio. Ele, porém, se prepara para o primeiro desafio : uma missão no Afeganistão daqui um mês. “ Não estou preocupado. Foi o que eu escolhi fazer e irei dar todo o meu esforço para que tudo saia o mais perfeito possível. As pessoas tem acesso a uma informação muito distorcida acerca da guerra e do conflito que acontece no oriente médio. A intenção é sempre pacificar, gerar ordem sem o uso da força” explica. Ele ainda embasa sua opinião, utilizando seu exemplo pessoal. “ Eu mesmo tinha uma visão diferente antes de me alistar. Achava a guerra inútil, motivada por outros interesses. Mas estando dentro do exército, assistindo vídeos e depoimentos de colegas, pude constatar que o objetivo não é matar pessoas, destruir o país e sim contribuir para a paz mundial, e os EUA, como a maior potência do mundo, tem essa obrigação” .

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times )

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