Publicado em 7/04/2009 as 12:00am
Brasileiro assassinado em NY é tido como herói
Os sobreviventes testemunharam que Almir tentou impedir que o assassino continuasse atirando
Enquanto a família
aguarda a chegada, ainda sem previsão, do corpo do pernambucano Almir Olímpio
Alves, um dos 13 mortos no massacre de Binghamton, nos Estados Unidos o
professor é chamado de herói. Em entrevista publicada no jornal New York Times,
um dos mais importantes do mundo, a professora de inglês da Associação Cívica
Americana, onde ocorreu a tragédia, Elisabeth Hayes, 62 anos, disse que um
sobrevivente contou que Almir jogou uma cadeira no atirador Jiverly Wong
durante o ataque.
A atitude do
pernambucano teria sido uma tentativa de impedir que o vietnamita continuasse
atirando contra as pessoas. Na entrevista Elisabeth disse que o brasileiro é um
"herói anônimo".
A família de Almir não
duvida que ele tenha tido essa reação. "É bem do
comportamento dele. Ele é uma
pessoa muito humana e jamais seria covarde de sair correndo, mesmo numa
tragédia que lhe custou a vida", disse ao Diario, Mara Lins, cunhada do
doutor em matemática.
Almir tinha 43 anos e
estava fazendo pós-doutorado na Universidade de Nova York - Suny, em
Binghamton, cidade de 43 mil habitantes a noroeste da cidade de Nova York.
A viúva, a professora
Márcia Pereira Lins Alves, 36, se reuniu com o reitor e professores da
Universidade de Pernambuco (UPE), à qual o marido era vinculado, para resolver
questões ligadas ao traslado do corpo.
A instituição iniciou na
segunda-feira um luto de três dias. As bandeiras da
UPE, em todos os campi, estão a meio mastro. Nessa segunda, não houve aula no
campus de Nazaré da Mata, onde Almir ensinava. À noite, foi realizada uma missa em homenagem ao professor.
Segundo Márcia, a seguradora Medex, contratada por Almir, irá custear todos os gastos do traslado do corpo até o Recife. A data, no entanto, ainda não foi acertada. Inicialmente, a ideia é que o corpo do professor seja levado do aeroporto até o campus da UPE em Nazaré da Mata, onde deve ser velado. Depois seguirá para Carpina, onde a família morava. Antes do enterro, poderá ocorrer um ato religioso na igreja evangélica frequentada pelos pais de Almir. Márcia não quis a opção dada pela seguradora de cremar o corpo.
Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times )