Publicado em 8/05/2009 as 12:00am
ESPECIAL - O Brasil sob a farda americana - 6ª Parte
Marcado por uma passado de dificuldades financeiras, o jovem Rafael Santos, de apenas 19 anos, saiu de Salvador na Bahia para se tornar mais um brasileiro a representar o país
Por Marcelo Zicker
Quando, há 12 anos atrás, o baiano de Salvador, Rafael Santos, pisou pela primeira vez em território americano, uma série de sentimentos dúbios e conflituosos passaram pela sua cabeça, na época com apenas 7 anos de idade. A entrada num país com cultura, língua e costumes tão diferentes das alvoradas brasileiras iria ser uma grande desafio. Passados os primeiros anos de adaptação, ele é mais um ótimo exemplo de brasileiro que soube driblar as dificuldades de ser um imigrante nos EUA, e hoje é mais um membro da Infantaria da Guarda Nacional Americana.
Recomeço tortuoso
“ Chegamos aqui com o pensamento de conquistar o ‘Sonho Americano’. Ter uma vida estável e estudos de qualidade para mim e para minha irmã.Todo o esforço que a minha mãe fazia, foi sempre pensando no futuro de seus filhos. Ela trabalhava de faxineira de dia e em um hotel à noite, sendo que às vezes ficava muito tempo sem ver ela, de tanto que ela se esforçava para nos proporcionar uma vida melhor” relata o jovem.
O primo como ‘espelho’
A opção pelas forças armadas tiveram influência ainda quando estava no High School, quando um primo foi chamado para servir no Iraque. “ Na época, minha família toda se desesperou, com medo do conflito e do risco que o meu primo iria enfrentar. Hoje ele é sargento e reside atualmente na Califórnia. Foi sem dúvida, um exemplo para me incentivar a seguir a carreira” conta Rafael. “ Eu queria que minha mãe se orgulhasse de mim, como minha tia se orgulhou do meu primo. Foi naquele momento que decidi o que queria fazer da minha vida” completa.
Basic Training
Considerada umas das mais difícieis etapas dentro do processo de entrada no exército, o Basic Training também não foi um fácil obstáculo para Rafael. “Nas primeiras semanas foi extrenamente difícil. Dormindo às 11pm e acordando às 3am. Os Sargentos gritando com todo mundo, mandando fazer algo que parecia ser impossível. Mas após dias, semanas e meses , me adaptei ao forte ritmo cotidiano. O Basic Training, me deu várias lições de vida” desabafa.
Futuro e projetos
Atualmente trabalhando em um banco, Rafael planeja aproveitar os benefícios gerados pelo exército e prestar uma faculdade de finanças. “ As vezes penso o tanto que vai ser diferente tirar a farda e colocar um terno, mas o que importa é estar servindo o país das duas formas” brinca o baiano. Para a missão no Afeganistão, marcada para 2010, ele espera ansioso no intuito de defender a paz mundial. “Vou fazer de tudo pra fazer a minha parte, para que o futuro do Afeganistão seja seguro o bastante como todos nós queremos” afirma.
Benefícios de vestir a farda
Entre alguns dos benefícios em pertencer* à Guarda Nacional Americana estão :
- Rápido processo de obtenção de cidadania e sem custos de taxas
- Remunerações bônus que chegam à até $20 mil dólares por ano, dependendo da posição
- Treinamento remunerado em mais de 200 posições
- Plano de saúde e aposentadoria
- 100% do College pago
- Respeito frente à sociedade americana
* Os critérios mínimos para aplicação é possuir residência permanente ( Green Card) e ter entre 17 à 34 anos de idade.
Informações
Para quem quiser mais informações acerca da aplicação para a Guarda Nacional Americana e tirar eventuais dúvidas sobre o processo, pode contactar o brasileiro Odilon Rodrigues, que também veste a farda dos EUA e já teve sua história relatada no BT em matéria veiculada no dia 6 de Março de 2009. O telefone de contato é (617) 967 – 2666.
Fonte: (ABTN - Agência Brazilian Times de Notícias)