Publicado em 2/12/2009 as 12:00am
Imigrantes reagem a favor da reforma
A reforma da imigração passou a ser prioridade de inúmeros grupos minoritários, que finalmente se tornam conscientes dessa importância
A
reforma da imigração passou a ser prioridade de inúmeros grupos minoritários,
que finalmente se tornam conscientes dessa importância.
Com as
eleições de 2010 quase na esquina e com o democrata Barack Obama na
presidência, muitos grupos, incluindo a Associação Nacional para o Avanço das
Pessoas de Cor, a mais antiga e maior organização de direitos civis do país
(NAACP, sua sigla em Inglês) estão aumentando sua presença no movimento,
anteriormente encabeçado somente por latinos.
"Por
muito tempo, os hispânicos foram os únicos que resistiram ao ataque do
anti-movimento de imigração", disse a deputada democrata Yvette Clarke.
O
diretor do escritório da NAACP em Washington, Shelton Hillary, disse que "o debate sobre a
imigração também deve ter uma cor brasileira, haitiana, russa, asiática e de
outras cores”.
Ao mesmo
tempo em que novas vozes se levantam, os ânimos e opiniões se tornam cada vez
mais drásticos. Alguns, os mais reacionários, pedem o fechamento total das
fronteiras. Outro fator que motiva aqueles que pedem a reforma é o ataque a
imigrantes ilegais.
Arturo
Vargas, diretor-executivo da Associação Latina Nacional, disse: "Temos
falado há muito tempo que a imigração não é apenas uma questão hispânica,
porque afeta a todos: asiáticos, russos,
africanos e brasileiros. Esses (e seus filhos) é que estarão na direção
do futuro deste país”.
A grande
maioria dos imigrantes do México e outros países latino-americanos, começaram a
lutar pelos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais que desejam obter a
cidadania há muito tempo. Por exemplo, em 2006, a maioria dos participantes nas
manifestações contra as invasões da imigração eram latinos, que foram apoiadas
pela imprensa escrita em espanhol.
Um fator
que enfraquece a reforma é que as comunidades negras e hispânicas tomaram
posições opostas. Houve discussões e em algumas comunidades ainda são
percebidos atritos, derivados da noção de que os imigrantes ilegais roubam
empregos da população negra americana.
Yvette
Clarke, cujos pais imigraram para os EUA das ilhas do Caribe, disse que muitos,
na comunidade negra, estão começando a perceber que a reforma da imigração está
ignorando e ainda deixando de lado os problemas dos imigrantes negros.
Outro
membro do movimento reformista é o deputado Mike Honda, descendente de
japoneses e americanos, que falou do plano que visa aumentar a quantidade de
imigrantes da Ásia em seu acesso legal aos EUA. Honda também pretende ajudar as
comunidades de gays, lésbicas e transgêneros, pois acredita que todos têm
igualdade de oportunidades, quando se trata de trazer os seus parceiros
estrangeiros para o país.
"Temos
que assumir a liderança. Existem 29 membros (no Congresso) que querem garantir
os imigrantes asiáticos incluídos na reforma", disse ele.
O apoio
à reforma também vem de organizações religiosas. No mês passado, 100 ministros,
pastores e outros clérigos participaram, na Independence Avenue, em Washington,
de um grupo de lobby para a reforma da imigração, incluindo Dom Orlando
Findlayter, da New Hope Christian Fellowship.
"Nós
não vamos manter silêncio nas questões da reforma da imigração", disse
Findlayter, diretor da New Hope, uma coalizão de cleros do Caribe e dos EUA.
E os
brasileiros, continuarão sentados, vendo a banda passar? Porque, para
participar é preciso uma exposição maior, que, simplesmente, não passa por
eleições “democratas” em seus ambientes comunitários e papos – alguns, até, furados
– em programas de rádio que só brasileiros escutam. As associações precisam se
juntar e se fazerem ouvir, numa só voz, que chegue aos ouvidos dos legisladores
e que possam mostrar, finalmente, a cor brasileira na reforma da imigração, que
interessa a todos nós!
Fonte: (Phydias Barbosa, da ABTN)