Publicado em 9/12/2009 as 12:00am
Brasileiro vai do Brasil aos EUA de moto
O paulista Paulo Roberto Vieira, fez a viagem incentivado por uma disputa judicial sobre a patente de um dispositivo que ele criou em 1999. Como não conseguiu respostas no Brasil, resolveu ir direto onde tudo acontece ? Washington
Em uma verdadeira odisséia, que atravessou 11 países e milhares de milhas, o paulista Paulo Roberto Vieira, saiu da cidade de Campinas para chegar à Washington no último mês, desembarcando diretamente no consulado brasileiro.
Durante 4 meses, o brasileiro viajou acompanhado de sua Honda CG150 Titan. Segundo relatou , a viagem atravessou boa parte de suas 1.900 milhas em regiões despavimentadas da Amazônia. Como houve atraso na obtenção de seu visto para os EUA, ele teve que atravessar o México três vezes antes de adentrar os EUA pelo Texas. A viagem encontrou destino final em Washington. “ Eu decidi vir até aqui, porque é em Washington que as coisas acontecem de verdade nesse país” afirmou ao jornal Boston Globe.
O brasileiro, que está com 58 anos, decidiu realizar o desafio através de um acontecimento que marcou a sua carreira, a reivindicação da propriedade de uma patente de um dispositivo de segurança de moto. Paulo Roberto desenvolveu um mecanismo no meio dos anos 90, que detectava a pouca pressão nos pneus e alertava os motoristas de perigo, através de um alarme. Ele registrou a patente no Brasil em 1999. Desde então, ele tem enfrentado uma batalha pela validação internacional de seus direitos como inventor, particularmente nos EUA, onde existe a comercialização do dispositivo sobre outra patente. Ele pretende abrir uma fábrica no Brasil, para produzir o sensor em larga escala. Ele disse que a idéia da viagem nasceu de suas décadas de trabalho como mecânico de motocicleta.
A guerra da patente, foi a grande faísca para o brasileiro realizar a viagem. Ele saiu de sua cidade natal, em junho, para Brasília, onde se encontrava esperançoso que o governo brasileiro poderia resolver seu problema Após dias infrutíferos e sem respostas concretas, ele decidiu que deveria ir a um só lugar naquele momento – Washington .
250 galões de gasolina depois, sem saber falar inglês e sem contatos na cidade, ele foi diretamente ao consulado brasileiro em Washington . Depois de verificar seu passaporte e escutar a sua história, os funcionários do consulado deram almoço a eles e doaram dinheiro a ele , para ele gastar um ou dois dias de em despesas básicas.
Após alguns dias, ele conseguiu um dinheiro enviado diretamente do Brasil. Mas um problema permaneceu : Ele tinha planos do que fazer a partir daquele momento. Ele não tinha marcado nenhum encontro com autoridades políticas e não tinha ninguém para ajudá-lo a prosseguir na busca pelos seus direitos de patente. O consulado afirmou que não poderia ajudá-lo nessa questão.
Fonte: (Boston Globe)