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Publicado em 18/12/2009 as 12:00am

Entrevista com o fotógrafo Marcos Malta

"Afortunado realmente é o homem que conhece precisamente a si mesmo, e tem uma noção correta entre o que ele pode conseguir e o que ele pode usar". Assim definiu um dos mais importantes fotógrafos do século XX, Henri Cartier-Bresson, também considerado

 

Por Marcelo Zicker


“Afortunado realmente é o homem que conhece precisamente a si mesmo, e tem uma noção correta entre o que ele pode conseguir e o que ele pode usar".  Assim definiu um dos mais importantes fotógrafos do século XX, Henri Cartier-Bresson, também considerado por muitos como o pai do fotojornalismo.  A teoria de Bresson se reflete perfeitamente na admirável trajetória do fotógrafo Marcos Malta, o homem por trás da tarefa de ‘fotodocumentar’ 25 grandes nomes da comunidade brasileira, em projeto subsidiado pela Brazilian Community Heritage Foundation e apresentado no IX Baile de Gala, ocorrido no último dia 5 de dezembro, em Stoneham – MA.

Carioca, viveu na cidade do Rio de Janeiro até os 18 anos, quando resolveu mudar para Boston / MA para continuar seus estudos, onde formou-se em Fotojornalismo/Editorial pela New England School of Photography (NESOP).  Após se graduar,  Marcos Malta retornou para o Brasil onde trabalhou como fotojornalista na FOTOCOM.NET.

De volta à Boston em 2008, Marcos Malta teve a idéia de ‘tirar um projeto antigo da gaveta’.  Inicialmente nomeado de Brasileiros in the USA,  o projeto tinha o objetivo de registrar a comunidade brasileira nos EUA através de um trabalho editorial. A exposição no último Baile de Gala consolidou o sucesso da iniciativa e jogou holofotes sobre o talento do fotógrafo.

Em entrevista, ele fala sobre a sua trajetória no país,  os percalços da América, a decisão pela carreira na fotografia , e a continuação do projeto de documentar os brasileiros que fizeram e fazem história nos EUA.  

Chegada à ‘América’

“ Quando completei 18 anos, eu tinha todos os conflitos de uma pessoa da minha idade.  Advindo de uma família pobre, passei grande parte da minha vida residindo no Bangu, subúrbio do Rio de Janeiro, e minha rotina se baseava em surfar, estudar, torcer pro time do Bangu e passar pelos ‘perrengues’ normais de um carioca com pouco dinheiro no bolso. Em 1988,  tive a oportunidade de vir aos EUA conhecer o Mickey Mouse e a Disney. Comecei a trabalhar no Burger King ( Rede de Fast Food) , e fiquei surpreendido com a quantidade de dinheiro e, principalmente com o poder de compra do dólar nesse país naquela época.  Resolvi ficar, e assim se passaram mais de  duas décadas. Já trabalhei em restaurantes, como garçom, cozinheiro e muitos outros empregos que os imigrantes tem que desempenhar nesse país, antes de me firmar na fotografia”

Paixão pela fotografia

“ Sempre fui apaixonado por fotografia, em todas as suas vertentes. A decisão por mergulhar nesse universo me veio à mente há 5 anos, quando um dia me incomodou a idéia de ter bons equipamentos, mas não ter tanto conhecimento técnico adquirido. Foi quando resolvi estudar de verdade, adentrando a New England School of Photography (NESOP), onde me formei em Fotografia Editorial e Fotojornalismo. Me deu uma outra dimensão do que representa a foto, de como não apenas tirar uma foto, como também ‘fazer’ uma foto. Embora o trabalho com a Brazilian Community Heritage Foundation seja focado no âmbito editorial, eu considero o meu trabalho bem voltado para o fotojornalismo.  O Brasil é um país sem memória, e isso sempre suscitou em mim a necessidade de contar história, com qualidade,  em imagens. Entre as minhas influências, estão Sebastião Salgado e  Henri Cartier Bresson, Domingos Peixoto e Richard Avedon”

Projeto de retratar  grandes nomes da comunidade em fotos

“ É um projeto antigo, que surgiu ainda no Brasil. Sempre tive a vontade de retratar as pessoas que ajudaram a consolidar a comunidade brasileira nos EUA, e com a parceria com a Brazilian Community Heritage Foundation, tornou possível a concretização do projeto. Doei os direitos de exposição à instituição e escolhemos 25 nomes para serem retratados em fotos e breves descrições de suas trajetórias. Fiquei muito satisfeito com o resultado, embora acredite que  os erros e os acertos do projeto vão decidir a continuação do mesmo, que pode abranger outros cantos dos EUA, outros brasileiros, outras histórias”

Marcos também tem trabalhado com fotojornalista de eventos e casamentos e como tutor na NESOP. Ele aproveita a oportunidade para agradecer o Brazilian Community Heritage Foundation pelo incentivo inicial deste ambicioso projeto. O fotógrafo pode ser contato pelo email Marcos_malta@yahoo.com.br  e/ou pelo telefone (857) 236-5474.

Fonte: (ABTN - Agência Brazilian Times de Notícias)

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