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Publicado em 30/12/2009 as 12:00am

'Era uma relação de pai e filho', diz padrasto de Sean

João Paulo Lins e Silva concedeu entrevista exclusiva ao Fantástico. Ele contou detalhes sobre o convívio e a partida do enteado para os EUA


Três dias após a volta de Sean Goldman, de 9 anos, aos Estados Unidos, o padrasto do menino, João Paulo Lins e Silva, contou em entrevista, neste domingo (27), os detalhes sobre os últimos momentos antes da despedida. Ele falou, ainda, sobre a convivência com o garoto e o motivo que o levou a insistir em ter a guarda da criança.


"Eu convivi com Sean praticamente dos 4 até quase os 10 anos de idade. Participei de mais de 60% da vida dele. E a relação que eu tinha com ele era de pai e filho", disse João Paulo.


O padrasto contou que o namoro com a mãe, a estilista Bruna Bianchi, começou no Brasil, por volta de 2005, e que a aproximação com o menino foi cautelosa:

 

"Nós fizemos as coisas muito aos pouquinhos. Eu era o amigo da mamãe. Até que num 12 de junho, Dia dos Namorados, ele que me trouxe um presente e falou: 'Esse aqui é o presente pro namorado da minha mãe'. Me entregou e me abraçou. Foi a primeira vez que ele viu um beijo meu com a Bruna. Ficou muito feliz, muito emocionado, foi muito bacana. Depois de um tempo, ele começou a me chamar de pai. isso partiu dele", revela.

Como pai adotado por Sean, João Paulo diz que não conseguia entender a distância mantida por David Goldman em relação ao próprio filho. "Eu não entendia efetivamente o porquê dessa distância desse pai biológico com relação ao Sean. Esse pai (David Goldman, pai biológico) não ligava. Ele ligou duas ou três vezes, e cada vez menos, cada vez menos", disse o padrasto,

 

João Paulo negou as acusações feitas pelo pai biológico, que alegava que era impedido pela família brasileira de se aproximar do menino: “Isso nunca aconteceu, isso não é verdade. Nunca foi. O pai biológico esteve no Brasil umas duas ou três vezes durante o período do processo enquanto a Bruna ainda estava viva. E não fez nenhum contato. Esse pedido de visita aconteceu uma vez nesses 5 anos do Sean no Brasil, uma vez exatamente na semana em que a Bruna faleceu", contou.

Dor e febre

Na véspera do Natal, João Paulo entregou Sean no consulado americano, como a Justiça brasileira decidira. Ele contou que, nos dias anteriores à decisão, o enteado chegou a sentir dores e muita febre.

"Ele chorava o tempo inteiro. Nos dias anteriores ele teve muitas dores, muita febre. No dia lá, ele vomitou, dentro do consulado, ele vomitava, ele chorava e olhava para mim o tempo inteiro e falava 'pai não deixa eu ir não deixa eu ir não deixa eu ir'. A gente não tinha escolha, então foi muito duro. Passar o natal sem a familia unida foi muito duro". 

Visitas

O padrasto vai tentar ver Sean nos Estados Unidos, mas sabe que não vai ser fácil. “Eu não acredito que vá haver alguma forma de evitar, de bloquear esse contato. Tomara que isso não aconteça, pelo bem do Sean, que tenho certeza absoluta que quer. Prometi a ele que ia estar o tempo inteiro visitando, em contato. Vamos ver se isso acontece desta forma, para o bem dele”.

A avó de Sean, Silvana Bianchi, está praparada para uma longa espera. “O quarto dele vai ficar como está. Até que volte. Naturalmente, a gente muda alguma coisa depois, porque as coisas vão ficando defasadas: roupas, livros, a televisão. A gente refaz isso tudo depois. Mas o lugar dele está sempre lá”.

Fonte: (G1)

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